Manaus - 2016

1 0 0
                                    

Encontrei Pagura disse que Ophélia, usando seus próprios recursos localizou Eliott. Pagura me confirmou que era de fato, verdade, e fomos para Manaus.

Em uma fazenda cercada de mata virgem havia uma imensa mansão, um casarão antigo, típico da época dos senhores feudais. O local era enorme e uma cerca bem trabalhada de metal rodeava o casarão. Eu e Pagura esperávamos sob o manto das sombras da mata.

– Eu não sei o que rolou com Eliott, mas ele mudou depois que transcendeu, ele perdeu toda sua memória. – disse Pagura – portanto não confio em seu julgamento no que se diz Sophia. Ela precisa de nossa ajuda.

– Você sabe que isso é uma missão suicida pra mim né?

– Sophia não é tão forte assim, fora isso eu to aqui pra você.

– Sentinelas são bem mais do que vocês pensam. – revelei – É o destino dela, é uma invariável que ela causará dor e destruição a qualquer Revenant que cruze seu caminho, qualquer um.

Ouvimos um barulho do outro lado, eram guardas. Eu e ele decidimos seguir em direções opostas e nos encontrar novamente na parte de traz da casa, até ter certeza de que Sophia estava lá e também contar quantos homens armados guardavam o local. Assim que nos separamos eu caí em um buraco, uma armadilha, talvez para intrusos, talvez para animais. Seria uma queda simples, um buraco fácil de sair, exceto que eu quebrei meu fêmur e o osso saiu pra fora, a artérea também partiu e eu fiquei com fome rápido, além de impossibilitada de andar. Tentei com muita dor por o osso de volta pra dentro para estancar o sangue, mas eu não conseguia fazer um sem negligenciar o outro. Era osso, ou sangue. Eu escolhi manter o sangue. Alguns momentos eternos se passaram e Pagura me encontrou.

– Cacete o que aconteceu? – ele perguntou e me retirou do burado, se espantando com meu ferimento. – E agora?

– Eu preciso me alimentar. – eu disse.

– Serve eu? – ele disse um pouco tímido.

– Como? Se não consigo perfurar sua pele.

– Eu já fiz isso antes. – ele disse,

– Eu não quero você, serve um guardinha qualquer.

– Eles não estão mais guardando, não sei onde foram, devem estar trocando o turno. – ele disse – Eu não vejo muitas opções. Você pode ficar aqui sangrando enquanto eu vou tentar buscar Sophia.

– Não. – eu disse – Ophélia está aqui também, ela quer matar Eliott e ele você não vai conseguir salvar. Não sabemos em que estado se encontra Sophia...se ela vai conseguir proteger as pessoas dali. – disse sentindo dor e segurando minha perna. – Eu preciso ir junto, eu sou seu elemento surpresa.

– Ok, elemento surpresa, então você vai ter que beber um pouco do meu sangue. – eu acabei deixando.

– Preciso que você me ajude a por meu osso de volta pra dentro. – Pagura então rasgou mais a calça que eu vestia, e colocou o osso de volta no lugar sem dificuldade, o que me impressionou positivamente, não parecia ser a primeira vez dele lidando com uma situação do tipo.

– Você não consegue perfurar minha pele, mas eu consigo. Só quem também tem corpo fechado consegue ferir quem tem corpo fechado. – ele disse – Quanto você vai precisar para se curar disso.

– Com um livro eu consigo voltar a andar em menos de uma hora.

– Ok. – ele disse e partiu para fazer um corte em seu braço com a unha, eu o impedi.

– Não quero que me veja fazendo isso. – era sempre difícil pra mim, me alimentar de alguém que se voluntaria, era pior ainda quando essa pessoa era alguém que eu respeitava.

A BaronesaOnde histórias criam vida. Descubra agora