Nova York - 1998 - Chinatown

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– E esse anel? – disse Solfieri enquanto me observava escrever a carta.

– Não te interessa. – eu disse.

– Posso ver? – ele pediu.

– Você já tem um anel com meu nome, quer outro porque?

– Me parece peculiar fiquei apenas curioso.

– Caius fez esse anel, ele me deu. Tem meu nome e uma mensagem pra mim gravada na parte de dentro. – O anel era simples, um anel de ouro branco trabalhado com cores, em toda sua volta havia desenhos de sol, de diversas cores. Dentro dele estava escrito "Amor Vincit Omnia" Caius x M-'.

– Que mensagem? – perguntou.

– Não te interessa! – eu disse. – Pronto! – disse fechando a carta em um envelope e entregando a ele. Entrega isso quando chegar, ele vai saber que sou eu mesmo sem o selo.

– Simples assim? – perguntou Solfieri.

– Sim.

– E meu nome?

– Você não quer adotar um nome, já deixou isso bem claro.

– Solfieri VIII, não pode?

– Não.

– Caius... – disse ele olhando pra minha mão. – É verdade que ele parece comigo? – eu ri e disse não.

– Porque debocha?

– Não estou debochando. Só acho hilário você fazer essa conexão, considerando seu estado atual.

– Augustus disse 'Ela tem um tipo', quando me viu no México. – disse Solfieri – E partiu pra massagear minha virilha.

– Você deixou? – eu perguntei.

– Claro, mas ele parou logo e disse que se eu deixo não tem graça. – eu fiz uma expressão confusa – É eu também fiquei confuso. Ainda estou.

– Você é fisicamente mais ou menos parecido com Caius. – eu disse – Você é mais alto, sua ossatura facial mais marcada, mais másculo. – eu disse – Caius também tem um ar galante, mas ele é mais cálido e mais gentil.

– Ele é muito mais perigoso que eu então.

– Sim.

– Você e ele já tiveram um romance físico?

– Não. – admiti – Ele não é assim, ele nunca tentou. Nunca houve uma situação onde sentíssemos algo além de vê-lo como uma família que eu nunca tive.

– Assim como? Sensual? Ele e Augustus quebraram a itália, passaram 1700 inteira em orgias na europa inteira que nem uns animais e você me fala que ele não é assim? Por favor né? – disse Solfieri pegando suas coisas. – E te dá um anel, como se fosse o que seu? Seu noivo?

– Caius se comprometeu comigo antes, me deu o anel depois quando nos despedimos. – eu disse. – Você fez o oposto. – Solfieri riu meio que pra si mesmo e saiu.

O show aconteceu e foi tudo um sucesso, mas ao comprar minha passagem no aeroporto não fui encontrada.

– Margot de'Wintere, nada. Não encontramos esse nome na database. – depois disso eu saí, busquei por sinais e nada de meus documentos funcionarem. "Diz aqui que está morta". Para evitar ser presa eu imediatamente liguei para Caius para perguntar o que houve. Ele voltou a me contactar horas depois.

– Querida, você ajudou alguém banido pelo conselho? – perguntou.

– Banido não, sem nome.

– Não querida, você ajudou alguém banido, ele foi pego. Descobriram uma carta sua pedindo parley com Obatala. Por isso você está sem nome até entrar em contato com eles?

– Então o idiota ainda está em Nova York?

– Aparentemente sim.

Se ele está aqui porque não me contactou? Eu corri até chinatown, eu tinha alguns contatos lá e provi fundos para que eles olhassem pela nossa região durante o show. Hongjang era meu ponto de contato e ele admitiu que alguém havia sido pego pelos homens de Gambino. Aparentemente o tal do Gino morreu por causa do atropelo proporcionado por Solfieri. Pedi para que Hongjang ajudasse a localizar o corpo, e o local onde desovaram Solfieri. Nesse meio tempo fui até leste desta cidade escrota buscar alguém do conselho. Ninguém útil por aqui e eu não podia sair do país e ir pro méxico encontrar Augustus. Eu não devia me importar, eu devia só recuperar meu nome e sair. No prédio na parte rica da cidade encontrei alguém que pudesse me ajudar, Norman Stone, ele não era um dos mais antigos mas era o mais antigo nos estados unidos.

– Olá, me disseram que você viria. – disse ele ao me receber em seu apartamento. – Eu posso te ajudar com estadia por enquanto até colocarmos seu nome em ordem. Você sabe onde está Solfieri?

– No fundo de algum rio.

– Como assim?

– O conselho não é a única organização que ele consegue irritar. – eu disse – Solfieri tem o dom de fazer inimigos onde quer que vá.

– Não foi o conselho que ele irritou. Foi a progenitora dele.

– Que progenitora?

– Parece que houve uma desavença entre eles, ela exerceu um ban nele.

– É porque ele recusou doar seu título. Além disso ela não é progenitora dele.

– Como sabe?

– Ele morreu sem ser visto e voltou, ela teve sorte de estar por perto e ter marcado ele antes.

– De qualquer forma ela me perguntou dele quando chegou hoje cedo. Vou informar que ele foi afogado, talvez ela o encontre e eles se resolvam.

– E meu nome?

– Eu vou tirar o ban agora que você está a par da situação. Era só para lhe incentivar a nos procurar que isso foi feito.

– Eu sei como funciona. Obrigada de qualquer forma.

Quando voltei para o hotel aquela noite, felizmente consegui estender minha estadia sem precisar provar nada.

Solfieri me esperava.

– Cacete! – eu disse ao abrir a porta – Quer me matar do coração? Coloquei a máfia chinesa toda pra te encontrar e você aqui?

– Eles me encontraram, você vai querer conversar com Hongjang ele ficou um pouco abalado quando o presunto que ele tirou do rio voltou a respirar. Eu vim direto pra cá.

– Sua progenitora veio te ver. – eu disse.

– Duvido.

– Porque não me disse o porque disso tudo? Eu quase perdi meu nome por sua causa! – eu disse tirando o casaco e botas.

– Não é ela que está aqui, é Delfine. – ele disse – Ela está posando como minha progenitora.

– O que ela quer? Casar com você? – eu disse ainda mais irritada.

– Ela sabe o que eu fiz... na escócia. Ela...

– O que você fez Solfieri? – perguntei, temendo a resposta.

A BaronesaOnde histórias criam vida. Descubra agora