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Aviso: esse capítulo tem cenas detalharas de violência.

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Pov's S/N

-Sabe, S/N - Krystian põe um soco inglês e eu começo a tremer. - Você sempre esteve certa. A morte da sua mãe não foi acidente. Eu que planejei tudo. Só gostaria que você soubesse antes de morrer.

Ele se aproxima de mim, em passos lentos.

Sei que ele vai me matar.

Preciso fazer algo!

Olho em volta, esteticamente.

Pensa, pensa, pensa!

Estou amarrada numa cadeira.

O que eu vou fazer?

Eu vou morrer!

Pensa, pensa, pensa!

Vai, S/N, pensa!

JÁ SEI!

-Pobre garotinha - diz Wang, acariciando minha bochecha com o polegar.

É agora!

O chuto, fazendo a cadeira cair para trás.

Ele geme de dor e vem na minha direção, só que dessa vez rápido.

Me levanto com a cadeira nas minhas costas. Quando ele chega rápido o suficiente, eu me viro e caio em cima dele de costas, quebrando a cadeira.

Isso doeu.

Minhas mãos continuam amarradas para trás, mas pelo menos me soltei da cadeira.

Porra, pareço estar num filme de Super Herói.

-Vamos ver quem é que vai morrer agora, Krys - digo e avanço nele.

Ele tenta me socar com sua mão direita, porém me abaixo, e chuto sua barriga com a minha bota de salto.

Sabia que eu não usaria salto em vão.

Ele cambaleia para trás, com a mão na barriga.

-MATEM ELA! AGORA! - Wang grita, e vejo seus capangas aparecerem de sei lá onde e vindo em minha direção.

Caralho, de onde eles surgiram?

FOCO, S/N! SE NÃO VOCÊ VAI MORRER!

Um dos capangas me segura pelos braços que estavam amarrados para trás. Aproveito e pego impulso, dando um giro no ar e, no fim, quebrando seu braço.

EU SOU FODA!

Rio nasalado e pisco para o capanga que estava se contraindo de dor no chão.

Bem que a minha mãe disse que artes marciais serviriam de algo.

Outro capanga vem na minha direção, e eu bato minha cabeça contra a dele e cambaleio para trás até cair no chão.

Nos filmes isso da certo.

Sinto algo pesado contra a minha costela, e deduzo ser alguém me chutando.

Recebo outro chute, outro chute, e outro chute.

Sinto minhas costelas, braços e pernas queimarem de tanta dor. Minha garganta já não aguentava meus gritos de socorro e meu corpo não reagia de outra forma sem ser doer.

Sinto uma mão pesada contra meu rosto, fazendo um zumbido estranho tomar conta da minha audição.

Sinto outro tapa, outro tapa, e outro tapa.

Meu corpo, antes tenso e rígido, foi relaxando. Percebi que a visão ficou cada vez mais turva nas poucas vezes que abri meus olhos, já que os fechava com força.

Sinto um formigamento estranho, se espalhando por meu corpo. Não consigo mais escutar direito as risadas agonizantes dos capangas de Wang.

Sinto minhas pálpebras pesarem, e as fecho. Lembro de todos os momentos felizes da minha vida: os passeios com a minha mãe no parque; as conversas com Joalin; o dia que abri minha empresa; o nascimento de Mel, suas primeiras palavras, seus primeiros passos...

Pensar que essa inocente garotinha crescerá sem um pai e, agora, uma mãe, parte mais ainda meu coração, se é que isso é possível.

-Você a matou! - ouço uma voz familiar dizer.

Joalin?

-Eu não tive outra escolha - ouvi Krystian.

-Esse não era o combinado!

-Que se foda, Joalin! Eu faço a porra que eu quiser!

-Vá se fuder! - gritou Joalin.

Tentei me mexer, dizendo-a que estou viva, mas nada acontecia.

Me desespero. Ela precisa saber que estou viva.

Tento gritar, mas é impossível.

Por favor, meu Deus, me dê forças para ao menos gritar.

-Jojo - consigo sussurrar, antes de apagar por inteiro.

𝑰𝑴𝑨𝑮𝑰𝑵𝑬 𝑱𝑶𝑺𝑯 𝑿 𝒀𝑶𝑼Onde histórias criam vida. Descubra agora