A verdade

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Quando começou a anoitecer, meu celular tocou, pego ele e era um número desconhecido.

— Alô? Digo ao atender.

— Oi, Morgana? Pergunta uma voz masculina que não me é estranha.

— É ela, quem fala?

— Sou eu, o Philip, podemos conversar?

— É importante?

— Eu diria que sim, é um assunto do seu interesse.

— Então pode ser amanhã? Não estou com cabeça pra nada hoje.

— Claro, claro, amanhã de manhã eu vou até sua cidade pra te contar.

— Ok, vou te mandar a localização de uma pracinha que tem perto da minha casa, a gente se encontra lá.

— Combinado então, até amanhã.

Não estava mesmo tendo um bom dia, desci para jantar, assim que terminei voltei para o quarto e tentei dormir, mas não consegui e acabei passando a noite em claro com os meus pensamentos, tudo tinha mudado tão rápido, eu sempre fui tão forte e ultimamente eu tenho chorado feito uma criancinha. Chega! Não vou mais sofrer por aqueles que pouco se importam com a minha felicidade.

Como passei a noite em claro levantei cedo naquela manhã, fui até o quarto de Ben e bati até ouvir um “entre”, ele estava no computador quando entrei.

— Já acordado? Perguntei.

— Virei a noite pesquisando uma coisa pro meu trabalho. Diz ele.

— Trabalho? Que trabalho?

— Ah é, nem consegui te contar, esses dias você anda tão tristinha, não quis te encher com as minhas coisas, enfim, consegui um emprego como estagiário em uma empresa de advocacia, não é nenhum cargo importante afinal eu ainda vou começar na faculdade, mas já é um bom começo.

— Um começo mais que bom, parabéns maninho. Digo dando um abraço nele.

— Obrigado, to bem feliz com essa oportunidade.

— Eu imagino.

— E você?

— Eu o que?

— Por que está acordada tão cedo?

— Tem alguém que quer me contar algo “muito sério”, eu não sei o que é, mas to doida pra saber.

— Entendi.

Óbvio que essa não foi a principal razão pra que eu passasse a noite em claro, mas ele não precisa saber disso. Me deitei na cama dele e fiquei o observando trabalhar, vou sentir falta disso quando ele for pra faculdade.

— O que foi? Pergunta ele.

— Nada. Respondo.

— Por que ta me olhando assim?

— Você entrou na minha vida de repente, e fez uma enorme bagunça, mas eu me acostumei com essa bagunça e eu gosto dela, o que vou fazer quando você for pra faculdade?

Ele desligou o computador e se deitou ao meu lado.

— Sabe o que você vai fazer? Vai continuar a ser essa garota incrível que eu amo, e se alguém te falar o contrário, você vai vestir seu pijama de morango e sair na rua pra provar pro mundo o quanto você é autêntica.

— E você?

— Eu o que?

— O que você vai fazer sem mim?

O que você me fez sonhar Onde histórias criam vida. Descubra agora