O que você me fez sonhar

Um novo sonho

Me deitei na cama estava pronta pra dormir, quando escuto um barulho do lado de fora do meu quarto, levo um susto e me sento na cama, escuto uma batida na janela do meu quarto, receosa caminho até a janela e abro a cortina, acho que a minha surpresa foi maior que o susto que eu levei.

— Will? O que você veio fazer aqui? E por que está na minha janela? Pergunto abrindo a janela.

— Morgana eu precisava te ver, não aguentava mais um segundo longe de você, precisava dizer a verdade. Diz ele.

— Verdade? Que verdade? Do que está falando?

— Na aula de teatro, não foi verdade, eu menti, menti pra você.

— Will, vai direto ao ponto, eu não estou conseguindo entender.

— Tudo o que eu disse era mentira, quer dizer, tudo o que eu disse depois do beijo era mentira, eu fui um covarde, tive medo de me entregar de novo e me machucar outra vez, e acabei estragando o que poderia dar certo.

— Você disse que não sentia mais nada por mim, se era mentira, então o que sente por mim?

— Eu… eu…

— Você…?

— Morgana eu amo você, nunca senti por ninguém o que eu sinto por você.

— Será Will? Eu andei pensando, e o amor só acontece quando as pessoas se conhecem de verdade, eu nem sei quem é você de verdade, você nunca se abriu por inteiro.

— Será que eu posso sair da janela e me sentar?

Eu nem tinha notado que ele ainda estava na minha janela, dou espaço para ele passar, me sento na cama logo em seguida ele senta ao meu lado, sua expressão mudou, ficou tristes, sombria e carregada de dor.

— Tem uma parte de mim, que eu não gosto que as pessoas saibam, e acho que não te contei isso antes porque eu tive medo do que você iria pensar sobre mim.

— Você está me deixando preocupada.

— Há uns anos meu pai chegou muito bêbado em casa, minha mãe tinha ido ao mercado, então estavamos apenas Ana Lu minha irmã e eu em casa, ele revirou a casa inteira e não encontrou dinheiro, então quis descontar a raiva em algo e se virou para a Ana Lu, no calor do momento eu esqueci de tudo, de que ele era meu pai, de que minha mãe surtaria, eu só queria proteger ela, então acabei indo longe demais, quando minha mãe chegou ele estava completamente acabado, jogado no chão, ela o levou para o hospital, no dia seguinte ele me denunciou por tentativa de homicídio, no fim eu fui levado pro reformatório.

— E a sua mãe? O que ela fez? Aceitou tudo calada?

— Ela tinha muito medo que ele tirasse a guarda da Ana Lu, já que a minha mãe não tinha dinheiro, emprego e nem uma casa própria.

— Mas seu pai era um bêbado maluco e agressivo, que batia na sua mãe e em vocês, nenhum juiz em sã consciência daria a guarda de uma criança pra ele.

— Eu sei, agora eu sei, mas na época a gente não tinha acesso a muita informação, um ano depois ela acabou indo parar no hospital, ele tinha quebrado o braço dela em uma das brigas, não aguentando mais ela denunciou ele por violência doméstica, e os policiais viram que eu agi em legítima defesa.

— Você saiu do reformatório, e finalmente você, sua irmã e sua mãe vinheram morar aqui.

— Isso mesmo.

— E por que você tinha tanto medo de me contar isso?

— Não sei, talvez eu quisesse esquecer que eu quase matei o meu pai, não queria que você pensasse que eu sou um criminoso ou algo assim.

— Você sabe que eu nunca pensaria nada assim de você.

Ele me olha com o ar de alívio, e dá um sorrisinho sem graça.

— É acho que eu sei. Diz ele.

— Só tenho mais uma pergunta. Digo.

— Qual?

— Por que veio pela minha janela? Eu tenho porta sabia?

— Eu precisava te ver, mas tava com medo da sua família não permitir.

— E resolveu vir pela janela? Um desperdício de tempo, eu to sozinha em casa, teria que abrir a porta de todo jeito.

— Morgana — Disse ele chamando minha atenção, e me fazendo olhar nos olhos dele — Você não faz ideia do quanto foi difícil ficar longe de você, ficar sem te tocar, sem te beijar, sem…

Ele se aproxima de mim, põe a mão no meu rosto e me deu um beijo, um beijo calmo e sereno, o beijo foi ficando cada vez mais intenso e… eu não preciso dizer o que aconteceu não é?

Aquela não era a minha primeira vez, e também não era a primeira vez dele, mas foi a primeira vez que eu me senti mulher, a primeira vez que eu me senti desejada, a primeira vez que eu me senti verdadeiramente amada. Acabei adormecendo nos braços dele, e de novo eu tive o mesmo sonho, onde eu estava sentada em uma sala escura e todas as pessoas que eu amo estavam lá, mas dessa vez eu escuto alguém gritar, escuto alguém correr pra mim, era o Will, que me abraça e me diz para não ter medo.

Quando acordo Will ainda estava dormindo, com uma expressão serena no rosto, fico o olhando dormir e lembro do meu sonho, e então me toquei, eu tive o mesmo pesadelo no dia que Will e eu nos beijamos, talvez o meu medo não fosse ficar sozinha e sim de me apaixonar outra vez e ter o coração partido de novo, mas agora ao lado dele depois de tudo que passamos, eu estou feliz, me sinto segura, e nunca vou esquecer o que ele me fez sonhar…

**Hoje nos despedimos dessa história, obrigada a todos que acompanharam, obrigada a todos que comentaram, votaram e indicaram o livro pros amigos, agradeço de coração a todos vocês meus amores, obrigada por me acompanhar, sigam o meu perfil e acompanhem as proximas histórias que estão por vir, eu amo todos vocês, um grande e enorme última beijo da Juuh**