A cena final

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Nós entramos, todos já estavam no auditório, assim que passamos pela porta a professora diz:

— Só estavamos esperando por vocês, vamos começar então, ainda estamos na nossa atividade de improviso, William e Morgana subam ao palco, quero que interpretem uma despedida, não importa o contexto tem que haver despedida.

Meu coração estava batendo tão forte, minhas pernas estavem tremendo quando subi no palco, meu coração estava prestes a sair pela minha boca, então Will olhou pra mim, e meu coração se partiu outra vez.

— Não posso continuar com isso. Disse ele olhando nos meus olhos.

— Isso o que? Pergunto confusa.

— Com tudo isso, você está me fazendo mal.

— Você acha que eu queria tudo isso?

— Você acha que tudo acontece do jeito que você quer? Eu não sou seu brinquedo!

— Você não me deu a chance de explicar!

— E você me deu? Não, você não confiou em mim, não acreditou em nada nem por um segundo.

— Me desculpa! Eu fui uma imbecil, uma idiota!

— Você acha que isso vai diminuir tudo que eu senti? Que eu vou esquecer tudo porque você pediu desculpas? Você me fez sentir culpado por algo que não tinha feito, mas você não pensou duas vezes antes de fazer.

— Me deixa explicar o que aconteceu. Lágrimas começam a cair de meus olhos.

— Eu não quero ouvir suas desculpas, não quero mais saber de você, eu cansei, cansei de tudo. Ele vira de costas.

— Will por favor olha pra mim.

Ele se vira e vem até mim, olha bem fundo nos meus olhos.

— Eu te amo. Digo, pois, sinto que era a última coisa que eu podia dizer.

Ele me puxa pra ele e me beija, mas quando me solta, seu olhar ainda é o mesmo, frio e cheio de desprezo.

— É uma pena que eu não sinta mais nada por você, adeus Morgana. Diz ele.

Ele sai andando, e eu caio no chão a dor era enorme, ma7s não havia mais lágrimas, a dor era tão grande que todo choro ficou preso no meu peito e doía tanto, não sei se conseguiria suportar. De repente escuto as palmas e olho pra plateia lembrando que estavamos em uma apresentação.

— Bravo, bravo, era isso que eu queria, teve entrega, teve sentimento, teve verdade, uma apresentação incrível, meus parabéns. Disse a professora.

Em uma coisa ela estava certa, teve verdade, pois em nenhum momento nós atuamos, foi tudo a mais pura e dolorosa verdade.

— Professora, estou um pouco enjoada, será que eu posso ir pra casa? Pergunto.

— Claro que sim, Hannah querida acompanhe sua amiga até em casa por favor, quanto aos demais vamos dar continuidade a aula. Diz a professora.

Hannah vem até mim, me ajuda a descer do palco, quando sai do auditório eu não chorei, não sorri, não disse uma palavra, Hannah também não disse nada durante todo o caminho, até que chegamos na porta da minha casa.

— Você vai ficar bem? Perguntou ela.

— Eu posso ficar tudo Hannah, menos bem. Digo.

— Quer que eu fique e te faça companhia?

— Não, fica tranquila, pode voltar pra aula, eu vou sobreviver, só preciso de um banho quente, uma roupa larga e sorvete.

— Tem certeza?

— Tenho sim, pode ir, obrigada.

Ela sorri e sai andando, não tinha ninguém em casa, bom pelo menos eu ia conseguir curtir a minha fossa sozinha. Fui pro meu quarto tomei um belo de um banho quente, botei meu pijama e fui até a cozinha peguei o resto do meu sorvete e voltei pro meu quarto, me tranquei e coloquei os fones, me desligando do mundo lá fora, tentando focar na música e esquecer dos meus problemas.

Toda aquela cena na frente de todo mundo, só pra me machucar mais ainda, por mais que eu o ame ainda, meu orgulho fala mais alto, não vou me humilhar mais indo atrás dele. Cansei de chorar, cansei de pedir pra ele me ouvir, agora se ele quiser alguma coisa ele que venha atrás de mim, não vou mais correr atrás de quem não liga pros meus sentimentos.

Mergulhei no meu sorvete, tentando de alguma forma me sentir melhor, em vão. Na hora do jantar usei o meu lado atriz para dizer pra minha família que eu estava bem, não queria preocupa-los com um drama tolo de uma adolescente.

Depois do jantar fui pro quarto, mas ainda estava muito agitada, desci até a cozinha e fiz um suco de maracujá na tentativa de me acalmar, assim que ficou pronto eu tomei e voltei para o meu quarto, tentei dormir de novo, quem disse que consegui? Passei a noite em claro, pensando nele, posso controlar minhas atitudes, mas infelizmente ainda não aprendi a controlar meu coração.

A partir desse dia comecei uma rotina, acordar, tomar café, ir pra escola de manhã, aula de teatro a tarde e aproveitar o tempo que me restava com o Benjamin. Ir pra escola era quase insuportável no começo, uma verdadeira tortura, mas com o tempo fui me acostumando a não ter o Will do meu lado, ainda estudavamos na mesma escola encontrar com ele era inevitável, e sempre que eu estava prestes a superar, a gente se via em algum lugar do colégio e tudo que eu sentia voltava de uma vez só, bastava apenas olhar pra ele que tudo vinha a tona.

Eu sou forte, vai ficar tudo bem, com o tempo sei que vou superar, o que eu não conseguia acreditar é que dois meses passaram voando, e que o casamento da minha mãe e do B já é amanhã, no dia seguinte ao casamento eles viajarão em lua de mel e Ben iria pra faculdade, tudo no mesmo dia, vou sentir falta de ter toda família reunida.

**Oi meus amores, o que acharam desse capítulo? Partiu meu coração, e o seu? Comentem o que acharam, não esqueçam de votar, compartilhar com os amigos e é claro me seguir, bjs da Juuh**

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