Um lugar especial

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Vou para o meu quarto, ainda tentando digerir o que eu ouvi, ainda não consigo acreditar, meu celular vibra, abro uma mensagem de um número desconhecido:

*Oi Morgana, é o Will, podemos conversar?*

Morgana;
*Você pode me fazer um favor Will?*

Will;
*Claro! O que é? *

Morgana;
*Você pode me encontrar na pracinha perto da escola daqui a alguns minutos? *

Will;
*Posso sim, te vejo lá.*

Troquei a roupa e desci, Ben não estava na sala, provavelmente estava na cozinha, com certeza é mais um dos seus “ataques de fome”, ele tem isso praticamente a cada 10 minutos, não sei como ele ainda é tão magro. Sai de casa sem que ele me visse, ainda estou chateada, sei que a culpa não é dele, mas mesmo assim não estou com vontade de vê-lo.

Cheguei na pracinha, me sentei no balanço e observei a noite, não era noite de lua cheia, mas o céu estava incrivelmente lindo, não havia nenhuma nuvem, apenas o céu estrelado. Não demorou muito Will chegou.

— Você fica linda até mesmo nessa visão tão abatida. Disse ele.

— Que visão abatida? Perguntei

— Você sentada nesse balanço, o vento batendo no seu cabelo e você totalmente séria e pensativa.

— Parece até uma cena de filme do jeito que você ta falando.

— Mas você não tem cara de mocinha de filme.

— Por que não?

Ele olha pra mim e sorri, senta do meu lado no balanço, tira o cabelo do meu rosto, olha no fundo dos meus olhos e diz:

— As mocinhas de filmes são geralmente garotas que precisam ser salvas, pelo que me parece você é a garota forte que salva o mocinho da sua história.

— Bom, sinto te decepcionar não sou tão forte assim.

— Olha se aconteceu alguma coisa porque eu discuti com o seu namorado, desculpa não queria que você tivesse essa impressão de mim.

— Ele não é meu namorado e não é por isso, quer dizer não é só isso, não ficaria assim por algo tão bobo, minha vida nunca mais foi a mesma.

— Por quê?

— Você não entenderia.

— Como pode saber se não tentar, eu sou um bom ouvinte.

Eu conto tudo que estava acontecendo pra ele e quando digo tudo, foi tudo mesmo, contei sobre a Tinna e o Philip, contei sobre minha mãe e o B, Sobre o Pedro e a Brunessa e sobre o Ben e a Valéria, não sei exatamente o porque eu estava contando tudo pra ele, mas eu não conseguia parar, previsava desabafar.

— Desculpa te encher com a minha história de vida maluca. Disse

— Não sei quem é mais maluca você ou sua vida. Disse ele.

— William!!! Dou um tapa no ombro dele.

— Aí, eu to brincando — Diz ele rindo — Já sei do que você precisa.

— Do que?

— Vem comigo. Diz ele levantando e esticando o braço pra segurar minha mão.

— Pra nós onde vamos?

— Você vai ver!

— Estou correndo risco de vida? Pergunto sorrindo e ele retribui o sorriso.

— Vai ter que arriscar.

Seguro a mão dele, e vamos andando até chegarmos perto de um prédio abandonado que tem perto da pracinha.

— Tem certeza que podemos entrar? Pergunto

— Podemos, é da minha família, mas ninguém queria cuidar, vilou um mausoléu, mas é o meu lugar especial.

Nós entramos, o lugar estava cheio de teias e era escuro, na sala havia uma escada imensa.

— Cuidado com os degraus não estão muito firmes. Diz Will.

Subimos as escadas e quando chegamos no terraço me deparei com uma vista mais linda que eu ja vi.

— Bem-vinda ao meu refúgio. Diz Will.

— Will esse lugar é incrível, literalmente de tirar o fôlego. Digo

— Você me pareceu gostar de olhar pras estrelas.

— “Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar.”

— Gostei da frase.

— É do meu pintor favorito, Van Gogh.

— Vem cá, vou te mostrar meu hobbie favorito.

— Qual?

Ele se aproxima do parapeito e grita;

— Eu odeio estudar. E rindo virou pra mim, foi impossível não conter a risada.

— Meu hobbie é gritar, sua vez de tentar. Disse ele.

— Você é maluco? Eu não vou fazer isso.

— Por que não? Eu te garanto é incrivel.

Me aproximo do parapeito um pouco exitante.

— EU ODEIO TUDO ISSO!!! Grito depois dou um sorriso.

— Melhor?

— Você tinha razão, é incrível.

— Aliviada?

— Sim, me sinto aliviada.

— Venho aqui sempre que estou estressado, isso me ajuda a relaxar.

— Quem é você?

— Como assim quem sou eu?

— Qual é a sua história Will?

— Você não vai querer saber.

— Por que não?

— Meu passado é um pouco… ruim.

— Ruim como?

— Não estou pronto pra falar sobre esse assunto Morgana, e o meu passado não importa mais, o que importa é quem sou hoje, esta pessoa que está na sua frente é só quem você precisa conhecer.

— E quem é esse William que esta na minha frente? Me fala um pouco de você.

— Bom, eu também cheguei a pouco tempo na cidade, sou um cara dedicado, um idiota troglodita, sou bem irônico quando quero, sou apaixonado pela minha família, minha mãe e minha irmã são o meu tesouro mais precioso.

— E seu pai?

— Acho que minha prima ainda não te contou a minha “historia” familiar, meu pai era um alcoólatra, quando a minha mãe teve a minha irmã Virgínia, ela achou que o meu pai fosse finalmente mudar, ele continuou bebendo e gritando com ela, ela aguentou por mais 3 anos, até que finalmente pediu o divórcio.

— Deve ter sido difícil pra você.

— Nunca confiei nele, ele nunca foi um pai pra mim, pra mim, foi um alívio quando ela pediu o divórcio.

— Entendo, sua mãe é muito forte por aguentar isso.

— Sim, por isso a amo tanto, ela é meu exemplo.

**E ai o que estão achando da história, estão gostando do Will? E o que será esse segredo do passado que ele tanto esconde? Também estão curiosos? Comentem o que estão achando, votem e não esqueçam de compartilhar com os amigos, vão lá no meu perfil e me sigam, bjs da Juuh**

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