10°CAPÍTULO

58 13 13
                                    

...

Margarete narrando...

Ver minha filha falando do sonho dela, foi de cortar o meu coração. Não aguento ver minha filha sofrer desse jeito.

Mas uma coisa me deixa curiosa. O nome do rapaz que ela disse que conheceu é Charles.
Alguns anos atrás trabalhei de babá para uma família e eu cuidava de um garoto chamado Charles.

Ele era uma graça, sempre educado e vivia brincando comigo. Mas, por acidente acabei vendo uma cena do seu pai e tinha falado que ia contar para a esposa dele. O mesmo acabou por me ameaçar.

Por isso, decidi para de trabalhar naquela casa. Me partiu o coração de me despedir do pequeno Charles, eu amava ele como se fosse um filho meu.

Saio dos meus pensamentos, quando percebo que Adam está na porta observando nos duas.

- Oi amor! - diz parando o abraço em Venera.

- Será que tem espaço para mim nesse abraço? - diz ele sorrindo.

- Claro que tem, papai! - diz Venera.

Adam se junta a nós e ficamos ali abraçados.

Charles narrando...

1 SEMANA DEPOIS...

Já tinha se passado uma semana desde que me mudei para cá, desde que conheci Venera e por alguma razão, não consigo tirar ela dos meus pensamentos, dos meus sonhos e me senti mal por pensar nela e não em Anne, ela era a minha esposa.

Hoje eu ia dar uma volta nas ruas atrás de judeus e negros. Ordens do meu pai, odiava aquilo.

Me despedi de Anne e sai de casa. Iria me dividir, alguns homens iria para o leste, outros para oeste e eu iria sozinho para o norte da rua.

Uma sensação boa me tomou enquanto estava caminhando. Será que eu ia ver ela de novo? Balanço a minha cabeça e quando volto a olhar para frente, lá estava ela. Ali estava Venera.

Fechei os meus olhos e abri de novo, para saber se era um sonho ou não. Mas era verdade, ela estava ali.

Caminhei mais um pouco e os nossos olhares se encontram novamente. Mas um choque para o meu corpo.

- Oi! - diz ela tímida - Tudo bem com você?

- Oi! - digo calmo. - Estou ótimo e você?

- Estou bem, obrigada. - fala ela com um sorriso lindo.

- Podemos conversar na praça aqui perto? - pergunto para ela.

- Sim.

Ela fica do meu lado e caminhamos até a praça. O percurso era em silêncio até que ela diz:

- Você sempre morou por aqui?

- Não, me mudei há 1 semana para cá. - digo.

- Eu também. Minha família está fugindo dos nazistas.

Quando ela diz isso, meu coração aperta. Não posso contar que eu sou um soldado Nazista, ela pode fugir com medo e nunca mais vou ver ela.

- Ah. Deve ser difícil passar por isso, né?

Venera respira fundo e diz:

- Nunca pensei que ia passar por tanto medo assim. Minha vida mudou de uma hora para a outra. - diz ela.

Da pra perceber o medo na sua voz. Aí como eu queria abraçar ela e dizer que nada vai acontecer. Mas, não posso.

Chegamos na praça e ficamos sentados num balanço.

- E você, Charles. Tem família? - pergunta ela enquanto brinca.

- Sim. Me mudei com a minha mãe, pai e minha esposa. - droga, por fui dizer isso.

Percebo o seu sorriso morrer.

- Ah, que legal. E como é sua esposa? Deve ser uma mulher de sorte!

- Ela é maravilhosa, mas vivemos brigando por conta da nossa atual sociedade. - digo.

- Ah, mas você a ama, né? - pergunta ela com sinceridade.

Olhamos no fundo dos olhos, até que digo:

- Não sei a amo, mais. Estamos ficando longe um do outro! - digo ainda olhando nos olhos dela.

Uma vontade de louca de beijar Venera me possui e digo:

- Desculpa Venera, mas não consigo me controlar. - digo indo para frente e a beijando.

Venera se surpreende com o meu ato, mas não faz nada pois também corresponde ao meu beijo.

O beijo era doce e calmo, me senti nas nuvens. Esse beijo nem chegava aos pés do meu primeiro beijo com Anne.

Termino o beijo e me afasto:

- Desculpe, Venera. Não podia fazer isso.. me... - ela me interrompe.

- Sem problemas, Charles. Mas me prometa, que isso nunca irá mais ocorrer? - pergunta ela segurando a minha mão.

- Prometo!

Venera narrando...

Havia se passado 1 semana desde que me mudei. Desde que conheci Charles e não consegui para de pensar nela.

Toda vez que penso nele, meu coração acelerava. Decidi dar uma volta na rua. Já que era de noite e essa hora os guardas não passava na rua.

Estou andando pela calçada até que vi ele na minha frente. Sim, era Charles. Novamente, meu coração pulava de alegria.

Conversamos um pouco e de repente, quando eu menos esperava ele me beija.

Fiquei em choque com isso, mas me deixei levar. O beijo era calmo e ao mesmo tempo intenso.

Ele para o beijo e se afasta e promete que isso não irá acontecer.

Ficamos um bom tempo calados, até que ele diz:

- Já está ficando tarde! - concordo com ele.

- Verdade! - falo levantando do balanço.

- Eu levo você até a porta da sua casa! - diz ele.

- Melhor não!

- Venera, eu só terei certeza que você vai estar segura quando te levar para a casa!.

Concordei com ele e andamos. O percurso todo foi em silêncio. Até que chegamos a minha casa. Ele beija a minha bochecha e vai embora.

Entro correndo para casa e fico parada na porta do lado de dentro.

- O que foi isso? - pergunto sorrindo como uma doida.

Continua...

Amor Na GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora