37°CAPÍTULO

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Venera narrando...

Bruno acabou de receber alta, mas a pergunta é. Pra onde a gente vai? Olho para meu pai e pergunto:

- Pai, para a onde a gente vai? - pergunto para ele.

- Sinceramente filha, não sei. - diz ele me abraçando.

- Eu sei! - diz um homem vindo na nossa direção - Desculpe, sou Augusto. Amigo de Charles.

- E como posso saber se você está dizendo a verdade? - pergunto desconfiada.

- Venera, pra que eu ia mentir? Charles me ligou, disse que teve um imprevisto e pediu para levar vocês numa vila que tem escondido por aqui.

Olho para meus pais e vejo Bella aparecendo:

- Eu conheço o Augusto. Ele sempre foi lá em casa, podem confiar nele. - diz ela o abraçando.

- Então, vamos? - diz ele.

- Vamos! - digo.

Todos acompanham Augusto até a pequena vila que tem na floresta aqui perto.

- Enfim, chegamos! - diz ele - É aqui, onde eu e Charles salvamos alguns judeus e negros do campo de concentração. - diz ele mostrando o local.

- E ninguém desconfia de vocês? - pergunto preocupada.

- Não. A gente faz durante a noite. Desde que ele saiu de casa e foi morar na minha, a gente faz essas coisas. Já tinha alguns judeus morando aqui e fazendo casas.

- Ah! - digo.

Augusto nos apresenta para os judeus do local e logo faço amizade com Zayra.

- Então voce é da capital? - pergunta ela.

- Sim, mas eu e minha família tivemos que vim para cá! - explico para ela.

- Hum... Eu sou do norte da Alemanha, mas com essa guerra, tivemos que vim para cá!

- Nossa!

Zayra é como eu, também é judia e negra. Conversamos mais um pouco quando Charles apareceu e logo fui abraçar ele:

- Charles! Onde você estava? - pergunto preocupada.

- Estava no hospital! - diz ele beijando minha testa.

- Hospital? Você está bem?

- Eu estou. A Anne tinha caído da escada e foi para o hospital.

- Meu Deus e como ela está?

- Parece bem, mas ficou com traumatismo craniano.

- Minha Nossa Senhora. E o seu filho?

- Infelizmente, ela perdeu!

Abraço Charles que chora no meu ombro.

- Não fique assim meu amor!

Seco as lágrimas do rosto dele e apresento a Zayra. Charles chama meu irmão para conversar e fico do seu lado:

- Queria conversar comigo! - diz meu irmão.

- Anne quer ver vocês dois! - diz ele.

- Como assim? Não podemos entrar no hospital, Charles! - digo.

- Ela quer vocês lá de noite, quando o movimento fica fraco lá.

- É muito arriscado! - falo.

- Você disse Anne? - pergunta meu irmão.

- Sim. Ela disse que chegou conhecer um homem com o seu mesmo nome na capital e que trabalhava na livraria. Você a conheceu?

- Eu cheguei conhecer uma Anne na época que eu trabalhei lá. - diz ele. - Eu topo ir.

- Bruno, eu acho muito arriscado. Eles podem ver! - digo - Charles diz a Anne, que não podemos ir.

- Mas Venera... - diz Charles.

- Charles por favor. Quando ela receber alta, você a traz aqui! - digo.

- Está bem! - diz ele.

Bruno narrando...

Quando Charles disse que Anne queria me ver, logo lembrei de uma moça também chamada de Anne.

Quando Anne não apareceu mais na livraria, fiquei triste. Eu gostava dela, na verdade, amo. Mas, entendi o seu sumiço, ela tinha se casado.

Fiquei arrasado, mas preferi ficar na minha mãe. Afinal, romance entre negros e brancos era e é errado.

Voltei para perto dos meus pais e fiquei em silêncio, pensando se essa Anne é a mesma Anne que eu conheço.

Esperei Venera se afastar de Charles e fui até ele:

- Charles! - digo.

- Oi Bruno! - diz ele se virando.

- Me leve até Anne! - digo.

- Você tem certeza? - pergunta.

- Tenho. Preciso ter certeza que essa Anne é a mesma que eu conheço.

- Desculpe me intrometer na sua vida íntima, mas você fica diferente quando ouve o nome de minha ex-esposa!

- É que quando eu conheci essa Anne, me apaixonei logo de cara. Mas tive que ficar longe dela!

- Por conta que relacionamentos entre negros e brancos são proibidos?

- Sim e que ela tinha se casado!

- Ah. Então, vamos lá!

Saímos escondido da floresta e entrei no carro de Charles.

Em poucos minutos chegamos no hospital onde Anne está.

- No quarto de Anne tem uma porta para o jardim. Vou te levar até lá, mas não entre. Quando eu aparecer no quarto, eu abro a porta. Ok? - diz ele.

- Ok!

Charles me leva até a porta do quarto de Anne e fico escondido. Meu coração começa a bater forte só de pensar que ela poderia ser a mesma.

Charles abre a porta e entro.

Quando olho para a moça loira, digo:

- Anne!

Ela me olha e lágrimas sai do seu olho:

- Bruno!

Continua...

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