Knowing Peter Langford (POV Maya)

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"08/02/2019, sexta-feira, 10:00 da manhã, Presídio de Ravenswood, sala de visitas. "

- Pode entrar srta. Maddox. – Um carcereiro falou.

Sorri em forma de agradecimento e entrei na sala, Peter ainda não estava lá, sentei na cadeira e encarei a que estava na minha frente. Não sabia como ele estava, e lembro quase que vagamente de sua aparência quando tudo aconteceu. Respirei fundo, algumas vezes e tirei a caneta e o caderno onde continha algumas perguntas, peguei meu celular coloquei no gravador, pronto para somente apetar o play e gravar a conversa.

Estava nervosa, e acho que isso era evidente, pois antes de sair de casa minha mãe perguntou diversas vezes se eu realmente tinha que ir ou se não podia trocar para um que estivesse morto. Ela não falava as palavras "assassino" e "psicopata", então ficou um pouco difícil de falar para ela sobre esse trabalho.

Ouvi a porta sendo aberta novamente e isso fez com que voltasse a realidade. Não ousei olhar para trás, poderia adivinhar que sua expressão era no mínimo confusa já que nunca recebeu visitas antes, a não ser que fosse sua mãe. Perguntei para o carcereiro quando ele me levava para a sala de visitas.

- Sua visita Langford. – O carcereiro falou e fechou a porta.

Uma parte de mim estava com medo, não sei exatamente de que.... Mas a outra parte estava um tanto animada por poder entrevistar um psicopata.

- Me lembro de você. – Ouvi sua voz rouca.

Ele estava sentado na cadeira à minha frente, não tinha algemas; seus olhos estavam com manchas pretas ao redor, talvez devido à falta de descanso. Ou arrumou briga, não sei. Ele estava com as duas mãos em cima da mesa, sentia seu olhar observar cuidadosamente cada pequeno movimento meu, mesmo que seja somente respirar. Ele lembrava de mim, e no dia do massacre eu nem estava na escola.

- Estudávamos na mesma escola, certo? – Ele perguntou e eu assenti.

Ele continuou me observando, esperando que eu falasse o porquê de estar ali.

- Vim fazer um trabalho de faculdade. – Comecei a falar. – E você é meu trabalho, preciso pesquisar e te entrevistar. – Continuei.

- Faz faculdade de que? – Ele perguntou.

- Psicologia. – Respondi.

- Por que? – Ele perguntou novamente.

- Acho que quem tem que fazer as perguntas sou eu e não você. – Falei, tentando ao máximo não ser ignorante.

Ele riu.

- Claro.... Vá em frente. – Ele falou, ainda tinha um sorriso brincando em seus lábios.

Ajeitei-me na cadeira e apertei o play no celular para começar a gravar a conversa.

- Por que você fez aquilo? – Perguntei.

- Você quis dizer o massacre? – Ele perguntou de volta e eu assenti. – Porque quis.

Suspirei, era óbvio que ele não daria as respostas que eu queria, não seriam respostas concretas em que eu pudesse fazer o trabalho. Tudo seria vago e sem muita informação.

- Uma plateia. – Ele falou do nada, o olhei confusa. – Eu tive uma plateia no dia, foi bastante emocionante. As pessoas gritavam e me olhavam, horrorizadas eu sei, mas isso pouco me afetou. – Continuou.

- Você não sente nenhum remorso? – Perguntei.

- Você já viu algum psicopata sentir remorso por matar alguém? – Ele me respondeu com uma pergunta.

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