I'll be "good" (POV Maya)

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Mais um capítulo para vocês! Espero que gostem. Como estão indo nessa quarentena? Estão se cuidando? Sinceramente, pensava que eu iria ser mais produtiva, principalmente em relação à história, mas não está sendo bem assim. Enfim, fiquem bem e se cuidem!
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Peter me olhava, esperando uma resposta minha. Não sabia o que achava sobre isso, sobre psicopatas merecerem ser felizes; não conheço muitos pessoalmente, na verdade somente dois, e um deles é meu irmão, então sim, meu irmão merecia ser feliz.

Já Peter, bom, a última coisa que estava querendo no momento é que ele fosse feliz ou algo do tipo. Tinha noção que ele estava querendo fazer com que eu esquecesse o medo que senti dele ontem e hoje agora a pouco, falando todas aquelas coisas. Um lado meu acreditou e até mesmo podia ser verdade se não fosse um psicopata na minha frente falando tudo isso.

- Tudo bem. – Falei. – Melhor esquecermos o que aconteceu. Eu realmente preciso da nota desse trabalho para passar de semestre. – Continuei voltando a me sentar.

De relance o vi suspirar aliviado, ele voltou a sentar também.

- Então, por onde vamos começar? – Ele perguntou.

- São as mesmas perguntas de sempre Peter, você se lembra muito bem delas, pode responder qualquer uma que quiser. – Respondi dando de ombros.

- Ok. – Ele falou.

Novamente silêncio, por mais que eu tenha falado para esquecer o que aconteceu, não conseguia tirar sua frase da minha cabeça "E eu não costumo dividir aquilo que é meu." Ele acha que eu sou propriedade dele? É isso?

- Não é que eu nunca tenha sentindo algo quando minha irmã nasceu, é só que, eu sempre fui próximo do meu pai, ele foi o único que me amou de verdade. E quando ela nasceu, para minha mãe tudo bem, ela já fingia que eu não existia, mas quando foi meu pai.... Quando ele esqueceu de mim para dar atenção para ela, aquilo, creio eu, que desencadeou toda minha raiva que sentia e que não sabia que era capaz de sentir tudo aquilo. – Ele falou.

O olhei. Ele estava explicando mais ou menos alguns de seus motivos para ter matado o pai e a irmã.

- Posso falar? – Perguntei com receio de sua resposta. Ele apenas assentiu. – Quando se é irmão mais velho e por um tempo você se acostuma de ser o único na casa, é normal se sentir esquecido e trocado pelos pais. Isso até mesmo para você. – Falei.

- Você se sentiu assim quando o Jason nasceu? – Ele perguntou.

- Sim. No início eu não entendia porque meus pais passavam mais tempo com ele do que comigo, até minha mãe explicar que quando a criança é pequena ela precisa de mais atenção do que o normal. A partir daí comecei a aceitar o meu irmão, e hoje, não imagino um dia da minha vida sem ele, mesmo que agora ele esteja aqui, ainda sei que ele está vivo e que foi o melhor presente que meus pais poderiam ter me dado. – Falei.

- Você sente Maya, eu não. – Ele falou.

- Eu.... – Comecei a falar.

- Tudo bem. – Ele me interrompeu, dando de ombros.

- Você não tem vontade de sentir algo? – Perguntei.

- Na época em que estudava, uma garota da minha sala chamou minha atenção, ela era realmente muito bonita e acho que todos os garotos na época queriam ficar com ela. – Ele começou a falar. – E, por algum motivo, ela escolheu ficar comigo. "O estranho Langford? ", era o que eles perguntavam, mas ela não estava nem aí. E tudo ia muito bem, até ela falar que estava gostando de mim de verdade. Naquele dia eu fui para casa e fiquei pensando e pensando se gostava dela ou se a única coisa que me atraía nela era somente o sexo. – Ele deu uma pausa e riu do que acabou de falar, percebendo, talvez, que em algum momento de sua última constatação ele também se referia a mim. – Por Deus, eu me forcei a tentar sentir algo por ela, mas nada saía. Nós continuamos mesmo assim, até ela dizer que me amava. – Continuou.

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