Voltei com a segunda parte do capítulo anterior.Espero que gostem!
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Estava parada em frente à porta da casa de Christian. Depois de ontem, ele não atendeu minhas ligações e muito menos respondeu minhas mensagens, não o culpo, faria o mesmo se estivesse no lugar dele.Suspirei pela terceira vez, criando coragem para bater e torcer para ele me atender, podendo assim conversar. Olhei o relógio, já estava atrasada para ir me encontrar com o Peter, voltei meu olhar para porta, mais um suspiro saiu da minha boca, virei e comecei a fazer o caminho para o meu carro.
- Você está indo se encontrar com ele, não é? – Ouvi Christian perguntar atrás de mim.
- Você me viu chegar? – Perguntei.
- Sim. – Ele respondeu dando de ombros.
- Então por que não abriu a porta? – Perguntei novamente.
- Eu precisava? Você nem se quer deu o trabalho de bater e já deu meia volta para ir se encontrar com um psicopata. – Christian falou amargamente.
Olhei para os meus pés. Ele tinha todo o direito de sentir raiva de mim, não posso o condenar por isso.
- Desculpa. – Falei e entrei no carro, logo em seguida dando partida para ir para o presídio.
Sabia que esse pedido não iria fazer diferença alguma, mas, o que eu poderia fazer? Deixar de ir visitar Peter para tentar justificar algo que não tem justificativa? Porque o que eu fiz e estou fazendo não há o que explicar, e se há uma maneira não saberia colocar em palavras.
Cheguei no presídio, fiz todo o processo, o mesmo carcereiro me acompanhou até o quarto.
- Chegou mais atrasada do que o normal. – Peter comentou assim que entrei.
- Não foi a minha intenção. – Falei.
- Maya.... – Ele começou a falar.
- Não sei ainda. – O interrompi.
- Você nem sabia o que eu ia perguntar. – Ele comentou rindo.
- E o que seria, então? – Perguntei arqueando a sobrancelha.
- Se o seu professorzinho ficou com muita raiva por eu ter atendido o seu celular, era isso que iria perguntar. – Ele respondeu.
Peter estava dando um sorrisinho cínico, como se já soubesse a resposta, só estava esperando ouvir da minha boca.
- Você realmente é um idiota, né? – Comentei.
- Eu? – Ele perguntou fingindo estar ofendido. – Idiota é ele, por amar você!
O olhei com raiva, a minha vontade era de dar um soco na cara dele. Como eu fui capaz de amar ele? A única coisa que ele sabe fazer comigo é ser um escroto, filho da puta, imbecil, que só fudeu com a minha vida no minuto em que o conheci.
- Ele falou comigo, sabia? – Ele comentou.
- O que você falou para ele? – Perguntei.
- Dei todos os detalhes sórdidos de todas as nossas tardes de sexo incessante dentro desse quartinho. De como você se arrepia com o meu toque. De como você nunca vai sentir o prazer que sente comigo, vai sentir com ele. Sabe por quê? Porque ele não conhece seu corpo, não conhece você. – Ele respondeu parecendo saborear cada reação que tinha ao ouvir sua resposta.
- Você não tinha esse direito! – Falei entredentes com raiva, muita raiva mesmo.
- Por que não? – Ele perguntou, fingindo inocência.
- É a minha intimidade. – Comecei a falar.
- A nossa babe, a nossa intimidade. Afinal, me expus também. – Ele me interrompeu.
- Já falei para não me chamar assim. – Falei. – Eu não sou nada sua para você me chamar assim! – Esbravejei com ódio.
- Fala baixo, se não vão querer saber o que está acontecendo aqui e eu posso ir parar na solitária. – Ele praticamente ordenou.
- Você bem que merecia. – Falei.
Ficamos um tempo em silêncio, precisava me acalmar.
- Foi por isso que ele não quis falar comigo hoje. Nem se que olhar na minha cara, por causa disso. – Comentei.
- Você foi atrás dele? – Peter perguntou.
- Sim. – Respondi. – Foi por isso que cheguei atrasada, estava tentando falar com ele, na casa dele. – Continuei.
- Sabe Maya, para uma garota inteligente como você, às vezes você se comporta como se fosse a pessoa mais burra do mundo. – Peter comentou andando até mim, andei para trás tentando me afastar dele, sabia que com a minha resposta afrontosa eu havia despertado a fera dentro dele, senti minhas costas baterem na parede. – Ele proclamou o amor dele por você, disse que havia pedido você em namoro, e que jamais você iria aceitar continuar com essa vida para sempre. – Voltou a falar, passando as costas de sua mão direita na minha bochecha, engoli em seco. – Ele disse que você aceitaria ser a namorada dele e que não iria querer saber mais de mim, porque você não me amava. – Ele fingiu estar triste, fazendo um beicinho. – Mas sabe o que falei para ele, claro além de como passávamos praticamente todas as tardes da semana transando? – Perguntou me olhando fixamente nos olhos, enquanto a sua mão que antes acariciava minha bochecha, estava no meu pescoço, começando a apertar um pouco. – Eu disse que você, babe, estava o enganando. – Ele sorriu e começou a apertar com mais força meu pescoço. – Que você, babe, não ama ele e jamais irá conseguir amá-lo, porque esse sentimento burro, pertence a mim. Você me ama, babe. E por mais que você tente esconder, não consegue de vez em quando. Ah, e sabe o que mais disse a ele? Que você pertencia a mim e de mais ninguém. – Falou ainda apertando meu pescoço, fazendo com que eu tivesse dificuldade de respirar.
Coloquei minhas mãos em sua mão direita, tentando ao máximo fazê-lo se afastar e voltar a conseguir respirar normal. Depois de um tempo, ele soltou e se afastou de mim, cai no chão tossindo e tentando recuperar minha respiração. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, tentei ao máximo não as deixar cair, porém foi em vão, meu pescoço doía e minha cabeça também, mas nenhuma dor estava comparada com a que sentia no meu coração. Ele podia ter me matado ali e para ele não iria fazer diferença alguma, eu seria somente mais uma vítima dele.
Sentia seu olhar sob mim, mas não tinha coragem alguma de olhá-lo. Pelo menos não depois do que acabou de acontecer. Estava apavorada, com medo de mover o mínimo e ele me matar ali naquele mesmo segundo. Já senti medo dele antes, mas nada como agora. Assim que consegui controlar minha respiração, parei de tossir e sequei as lágrimas.
De relance vi Peter agachar para ficar a minha altura, ainda me encarando. Senti sua mão debaixo do meu queixo, me assustando, forçando minha cabeça levantar para olhá-lo.
Ficamos nos encarando, ainda sentia minha garganta doer e arder um pouco, ele continha um olhar analítico, observando minha respiração cuidadosamente, anotando algo sem sua mente, a cada movimento do meu corpo.
Analisei seus olhos e não havia nada. Simplesmente nada. Estavam normais, como se o que acabou de acontecer nunca tivesse acontecido, como se ele nunca tivesse feito nada e fosse obra da minha imaginação.
Porém, isso daqui, será algo que jamais conseguirei esquecer. A sensação do ar indo embora aos poucos, ouvindo suas palavras dizendo que eu pertencia ele, de que eu o amava, do pavor que senti ao pensar que ele poderia me matar aqui e agora sem remorso algum. Isso eu nunca vou esquecer.
- Isso é só uma prévia do que pode acontecer da próxima vez que você me afrontar desse jeito, Maya. – Ele falou. – E a próxima, você pode nem sair daqui viva, já sair direto para um caixão. Então toma cuidado. – Continuou e soltou meu queixo.
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Psycho
Romance"Era início do verão, só tinha mais uma semana de aula e depois férias. Foi quando a vi pela primeira vez, ela estava usando um vestido florido, nada que fosse muito chamativo. Apesar do verão ter chegado, ainda ventava muito, fazendo com que seu ca...