Lie to me - Pt. 1 (POV Maya)

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"15/02/2019 Sexta-feira"

Harry: podemos nos encontrar hoje?

Maya: não posso.

Harry: por que não?

Maya: trabalho da faculdade.

Harry: você vive naquele presidio agora.

Maya: eu vou lá toda sexta, por que você está tão incomodado?

Harry: porque eu quero ver a minha namorada, e aparentemente ficar duas horas com um psicopata é muito mais legal e interessante do que ficar comigo.

Maya: você em algum momento pensa no que fala?

Harry: me desculpa Maya.

Maya: não, quer saber, eu cansei de você ser tão idiota a ponto de fazer comentários ridículos.

Harry: como assim?

Maya: você sabe que esse trabalho vale mais da metade da minha nota, e você fica reclamando. Você sabe que meu irmão é um psicopata e você às vezes faz piada sobre os dois massacres. Isso é ridículo, sem noção e idiota da sua parte.

Harry: você sabe que falo sem pensar às vezes.

Maya: às vezes??? Você fala sem pensar toda hora, eu nem sei porque namoro alguém como você.

Harry: nem eu sei porque namoro com você.... Uma garota que tem um irmão psicopata assassino, que matou seu namorado na sua frente e nem sente remorso por isso. Você não enxerga que seu irmão fez e fica defendendo ele. Mas ele tirou a vida de várias pessoas por se inspirar num idiota como o Peter, que é igual a ele. Sabe por que estou com você até hoje? Porque há 2 anos atrás eu fiz uma aposta com os meus amigos, é isso aí, você só é uma aposta, uma merda de aposta que agora não me serve para nada. Esses dois anos de namoro foi uma mentira para você.

Assim que li o que ele escreveu, joguei o celular contra a parede do quarto, com raiva, nojo de mim mesma. Me sentindo uma otária por ter vivido dois anos de pura mentira em um relacionamento tóxico.

Limpei as lagrimas do meu rosto, peguei me celular do chão e coloquei na bolsa, desci as escadas e peguei a chave do carro. Essa semana estava sozinha em casa, minha mãe havia viajado a trabalho.

O caminho para o presídio fui chorando, não por ter perdido o meu namorado, mas sim porque fui uma idiota. Assim que cheguei, entrei, fiz toda a burocracia, o carcereiro me levou até a sala de visitas, dessa vez Peter já se encontrava lá.

- Oi. – Murmurei.

- Oi. – Ele falou me olhando confuso. – Você estava chorando? – Ele perguntou.

- O que? Não, não. – Respondi.

Ele deu um riso nasalado. Sei que era óbvio que estava chorando, mas eu não tinha intimidade alguma com ele para falar sobre isso. E, ao contrário, da semana passada, hoje quero respostas e não conversa jogada fora.

- Será que você poderia colaborar hoje? – Perguntei.

- Eu pensei que tinha colaborado na semana passada. – Ele respondeu.

Ele mantinha um sorriso de lado em seu rosto. E por alguma razão desconhecida, isso estava me irritando.

Suspirei.

- Você me deu duas respostas vagas e depois começou a me perguntar sobre o outro massacre, que não tem nada a ver com a minha pesquisa. – Falei.

- Mas tem a ver com o seu irmão e sua colega que está pesquisando e entrevistando ele. – Ele falou, ainda com o sorriso no rosto.

- Exatamente, meu irmão e a Jennie.... Aqui, nessa sala é sobre você e os motivos pelos quais você matou e feriu aquelas pessoas inocentes na escola, porque matou seu pai e sua irmã. – Falei.

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