Inesperado

Treze

Eu estava sozinha com a médica. Minha mãe não pode vir por causa do trabalho, May está com seu bebê e Hardin..bem, isso não é seu papel. Eu não queria forçar nada e nem mostrar que estava a procura de um pai.

- ok senhorita. Está tudo bem com seu menino.

- menino?

Ela arregalou os olhos.

- ahm, você não queria saber, não é?

- eu não sei.- falei.

- e como se sente com isso?

- eu não sei.- dei uma risadinha de leve. - eu realmente estou confusa agora. É muita coisa acontecendo, a hora está cada vez mais perto, o bebê da minha amiga também nasceu e eu estou muito confusa.

- como foi a reação dela? A conheceu no grupo de apoio não é? A May?

- sim. May é incrível. E quando ela pegou no bebê foi como se nada no mundo a fizesse parar de o encarar. E eu não sei se isso acontecerá comigo, sabe? Eu ainda estou com medo e ainda não o consigo amar já que nem o conheço!

- isso é normal. Mas se não o quiser, sabe que pode optar pela adoção, não é?

- eu sei.

- e quer?

- não consigo responder agora.

- isso quer dizer que é um não?- brincou e eu ri de leve.- tudo bem, não se preocupe com isso agora. Tem muuuito tempo ainda

- nem tanto.

Riu e concordou com a cabeça pegando o papel toalha para limpar o gel.

•••

Franzi o cenho ao encontrar Hardin sentado provavelmente na porta do consultório. Encarei o local procurando por alguém que o poderia o acompanhar, mas ele me notou e veio até mim sorrindo.

- oi.- sorriu.

- oi.

- espero que não se incomode com isso. May disse que tinha consulta hoje e que vinha sozinha.

- May é uma fofoqueira.- brinquei.

Hardin e eu continuamos em silêncio nos encarando. Era estranho não saber que decisão tomar, mas eu sabia o que ele queria e como também queria, eu dei o sinal verde.
Me aproximei e beijei sua boca de leve.

- estava pensando o que você faria se eu fizesse isso.

- pode fazer mais se quiser.- sorri.

Nós saímos da clínica e andamos até onde seu carro estava parado, mas uma voz nos interrompeu.

- já arranjou um substituto para mim?

Me virei encontrando o rosto de Zach mas o que realmente me surpreendeu foi a garota ao seu lado.

- eu não arranjei ninguém, Zach. Me deixa em paz.

- você é rápida. Talvez eu nem sou o pai.

A raiva percorreu meu corpo e eu quiz socar sua boca.

- você não é.- falei.- não é desde o momento que me deixou.

- ah, mais drama?

- que porra você tem na cabeça, Zach? Aliás, que porra eu tenho na cabeça para ter gostado de você.

Ele encarou Hardin ao meu lado e sorriu.

- está disposto a aguentar choradeira noturna e todas aquelas coisas?

- dá para você parar de agir como um garotinho mimado e ser homem?!- Hardin retrucou.- ou isso acontece apenas na hora da diversão?

- quem é você para dizer alguma coisa aqui?- ele se aproximou e medo me atingiu.

- alguém muito mais presente do que você.

- quer tomar o meu lugar?

- você não tem lugar aqui, Zach.- puxei Hardin.- você perdeu qualquer chance quando foi espairecer.

- vai voltar com isso novamente? Você não consegue perdoar porra?

- você quer perdão, Zach? Vai voltar para mim, assumir nosso bebê e teremos uma família feliz que acorda as três da manhã com o choro de bebê?

Ele se calou e deu um passo a trás. A menina do seu lado o encarou perplexa e soltou sua mão com força.

- babaca.- falou e saiu nos deixando com Zach.

Ele não disse mais nada. Apenas saiu nos deixando sozinhos.
Me virei para Hardin e o abracei respirando agora mais calma.

- desculpa por isso.

- ele é um babaca, você não tem que pedir desculpas.

- eu só não quero que se sinta pressionado para isso.- levantei a cabeça e o encarei.- eu quero ter algo com você, e não sei como será, mas não quero que seja o pai do meu filho ou que se sinta como tal.

- eu entendo. Isso é um pouco estranho para mim também.

- sim.

- mas eu também quero você.- sorriu e beijou meu nariz.- vamos apenas aproveitar ok, sem preocupação com o futuro.