Dezoito

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Hey
Lindo, lindo, lindo anjo
Amo suas imperfeições a cada ângulo

Bazzi & Camilla Cabelo - Beautiful

•••

Eu já estava acostumada com aquela dor me incomodar todos os dias e até mesmo a médica me dizia que era normal nessa fase.
Mas não era normal aquilo me atormentar tanto e justo hoje.

Estávamos todos no parque para um piquenique. Eu, Hardin, Mike, May e Damien, a avó de May e minha mãe.
Era um dia agradável apesar da dor e eu não estava nada bem.

- amor? Tudo bem?

- não.

- o que foi?

- eu não estou bem, Hardin. Desde cedo não estou.

- porque não disse nada, Lia?!

- eu não queria acabar com nosso dia.- uma pontada forte me fez inclinar e um gemido de dor escapou pelos meus lábios.

- Lia? Meu deus! AJUDEM AQUI!- todos se levantaram vindo até mim.

- filha? O que foi? Está na hora?

- eu não sei mãe, só dói.

- a bolsa estourou?- May perguntou.

- não. Eu não sei.- outro gemido. Naquela altura minha mente não funcionava.- meu deus isso dói de mais. Faça isso parar, mãe.- chorei.

- eu vou pegar o carro.

Hardin deu partida e aproximou-se de nós com o carro quando desci o olhar encontrando uma poça se formando em meus pés.
O pânico se apoderou de mim e minhas lágrimas desceram mais rápido. Era agora. Depois de todo esse tempo eu iria conhecer o responsável por tanta dor e eu não sabia como me sentir.
Apenas dor.
Eu perdi o foco.

- mãe..

Minha mãe encarou meus pés vendo o líquido escorrendo pelas minhas pernas.

- a bolsa estourou. Temos que ser rápidos.

- respire, Lia. Tente controlar a dor.

- como se controla isso?!!- meus gemidos se tornaram gritos.

- temos que fazer aqui.- a avó de May falou e eu neguei.

- não, não pelo amor de deus, aqui não. Eu quero um hospital.- outro grito.

Eu e minha mãe entramos no carro e Hardin deu partida. May, Damien e Mike foram noutro carro.
Eu não tenho ideia de quanto tempo aquilo demorou, mas eu sabia que tinha sido uma eternidade. A pior eternidade da minha vida.
Me colocaram numa maca e todas as vozes foram ficando longe até minha médica me chamar.

- Liara. Olha para mim! - ordenou.- não fecha os olhos.

- eu não consigo. Eu não vou aguentar.- gritei quando uma contração forte me deixou ainda mais assustada. Como aquilo era possível? Eu estava sendo rasgada por dentro?- não posso tomar anestesia?

- eu teria que aplicar antes mas ele já está saindo.

Entramos na sala e tudo aconteceu em pouco tempo.
Aquilo foi a maior dor da minha vida e eu pensava que iria desmaiar com tamanha dor.
Porém não demorou muito segundo os médicos.

Eu pude relaxar quando ele saiu, mas soube que  algo estava errado quando eu não escutei o choro.

- doutora? O que está acontecendo?- agarrei a mão da enfermeira com força e ela negou.

- vai ficar tudo bem.

Então tudo pareceu ficar em câmara lenta, os movimentos e as conversas que foram ficando cada vez mais baixas. Tudo, menos meu coração que estava a mil.
Havia dor, mas uma dor diferente.
Eu não o queria perder. Não agora e nem depois de tudo.
Eu não o conhecia, não sabia o que mudou, mas agora eu o queria comigo.

O choro ecoou pela sala e meu sorriso foi instantâneo. Minhas lágrimas desceram e ele foi entregue a mim, tão pequeno e frágil representando muita dor.

Toquei seu nariz e sorri.
Eu não sabia o que havia mudado e nem como ou quando mudou.
Eu o amava?
Não sabia e também não conseguia saber pois sua beleza e perfeição eram as únicas coisas que estavam a alcance de meus olhos e minha mente.
Ele era meu e eu não o soltaria nunca.

Fim

InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora