Inesperado

Dezasseis

Quando gotas de chuva caíram do céu
No dia que você me deixou, um anjo chorou
Oh, ela chorou, um anjo chorou
Ela chorou

Ariana Grande - Raindrops ( An angel cried).

•••

Abri meus olhos e tentei me acostumar com a claridade do quarto e me lembrar do que aconteceu.
Eu estava no hospital, aquilo era claro.
Mas porque?

Na poltrona do lado da minha cama estava Hardin, dormindo sentado.

- Hardin?

Seus olhos se abriram lentamente e então ele pulou da poltrona.

- Lia. Meu deus, Lia! Vou chamar a enfermeira.

- não, espera.- ele se virou.- porque estou aqui?

Ele franziu o cenho.

- não se lembra?

Neguei.

- acho que é melhor eu chamar a enfermeira. Já volto, linda.

Ele saiu e não demorou para ele entrar acompanhado.

- Olá, Lia. Como está se sentindo?

- acho que bem.- sorri.- o que houve?

- você sofreu um pequeno acidente. Foi atropelada ao atravessar a rua.

Meus olhos se encheram de lágrimas por uma reação tão rápida quanto minha mão voando para minha barriga.
E então eu senti medo. Foi o primeiro sentimento em relação a ele sem que seja movido pela vontade dele sumir.
Eu me importei.

- como ele está?

- bem.- sorriu e meu coração acelerou com a notícia - seu menino é tão forte quanto a mãe. Sofreu um pequeno sangramento mas não foi nada que ameaçasse vocês. E também um corte em sua testa.- toquei o local encontrando um curativo.- você bateu forte com a cabeça e então por isso não se lembra. Mas foi socorrida pelo motorista e foi sorte ele te notar e tentar travar na hora.

- e eu já posso sair daqui?

- amanhã. Precisamos ter a certeza que está tudo perfeito.- sorriu e tirou a medicação de meu braço.

- minha mãe?- me virei para Hardin.

- ela dormiu aqui, então quando cheguei ela saiu indo para casa.

- então ela não sabe que acordei?

- nós não achávamos que iria acordar hoje.- a enfermeira disse.- então a aconselhamos a ir descansar.

- meu deus, eu só dou preocupação para a minha mãe!- levei as mãos ao rosto e senti um chute em minha barriga me fazendo arregalar os olhos

- o que foi?

- chutou.

Hardin riu e se aproximou para sentir.

- Olá bebê.- falou e sorri.- vocês estão bem e já já voltam para casa.

Hardin se levantou quando outro chute foi deferido.

- meu deus isso é estranho.

- muito.- concordei.- vem aqui. Deita aqui comigo.

Hardin tirou os sapatos e me aconcheguei mais para o lado enquanto ele se deitava. Passou o braço por meu pescoço onde apoiei minha cabeça.

- é imprecisonante com alguém cresce dentro de você. Ele vai se transformando e se formando durante todo esse tempo. Ganhando forma e até te escuta!!

- e também é estranho.

- é um pouco mágico.

Ficamos um pouco em silêncio com nossas mãos dadas até ele a quebrar.

- não tem nada para ver nesse lugar?

- me deixa ver se tenho algo no celular. Ahh, estou sem celular.- ri.

Ficamos assim por algum tempo até que May entrar no quarto e arregala os olhos me encarando.

- você acordou!

- acordei.

- me desculpa, May, não pude avisar. Quando ela acordou eu só pude focar nela.- Hardin falou e beijou o topo de minha cabeça.

- tudo bem.- me encarou e sorriu.- como está?

- bem. Já quero sair.

- eu quiz trazer Damien mas achei que seri melhor sozinha.

- tudo bem, May.

Ela assentiu.

- você quase me matou de susto.- seus olhos brilharam denunciando lágrimas ali.- eu realmente entrei em pânico e se não fosse Mike, minha avó e o motorista eu estaria em uma cama ao lado da sua.- riu de leve e a acompanhei. Seu olhar desceu para minha mão brincando na minha barriga e seu sorriso se alargou.

- eu senti medo de o perder.- falei de repente encarando o carinho que Hardin fazia em meus dedos.

- isso quer dizer que temos um progresso.