- eu não sei.- falei vendo sua expressão se abalar um pouco.- eu estou um pouco cansada hoje. Na verdade, todos os dias.Ele riu de leve e o acompanhei.
- eu quero me desculpar por ter parecido estranho naquele dia. E hoje estou quase a mesma coisa.
- tudo bem. Eu também sou bem complicada.
- eu queria realmente te conhecer.
Seu olhar era tão calmo em minha direção que eu queria aceitar correndo. Mas aquele não era o momento.
- eu não posso agora.- falei.- não posso ter isso.
- porquê?
- eu estou..- apontei para minha barriga.- ..sabe.
- eu vejo.- ele riu.- eu não sei muito bem como reagir também. Eu apenas estou muito atraído por você e queria te conhecer melhor.
- você é bem direto.- ele riu.
- a vida é curta demais para enrrolar.
Apertei os olhos nele pensando no assunto e sorri.
Por que não?- eu aceito.
•••
Hardin Haddid era divertido.
Não.
Hardin Haddid era muito divertido e me fez ter que levantar diversas vezes do café, para fazer xixi.
Ou talvez era minha condição.Nós estávamos num café, e eu já havia comido dois pratos de panquecas e estava no segundo pedaço de bolo.
- meu deus, eu sou terrível.- coloquei o prato do lado e escondi o rosto.
- está tudo bem, minha irmã come assim e olha que ela não está grávida.
Sorri de leve e limpei a boca.
Hardin notou meu desconforto na hora.- me desculpe. Me desculpe, realmente foi uma piada de mau gosto.
- tudo bem.
- é que estou nervoso.
- porquê?
- você é linda e muito divertida. Muito mais interessante do que tinha pensado.
- obrigada.
Ele ficou um pouco em silêncio até falar.
- você e Zach tem alguma coisa?
- não.
- mas ele é o pai?
- ele foi o doador de esperma praticamente.- dei de ombros.- na verdade isso nem sairia bem, já que isso foi um acidente.- ele concordou.- eu tenho DIU.
- e engravidou?
- sim.
- meu deus, que merda!
Encarei Hardin e ele arregalou os olhos. Sua expressão foi tão cômica que pela primeira vez depois de todo esse tempo eu gargalhei de verdade.
Gargalhei tão alto que todos me encararam. Tão alto que Hardin começou rindo de mim e aos poucos nenhum de nós sabiamos do que realmente estávamos rindo.
Era apenas aquilo. Talvez minha alma escapando por um momento daquela pressão e medo.
Foi um pequeno momento fora da bolha.- do que estamos rindo?
- de você.- tentei me acalmar.- meu deus eu não ria assim há muito tempo.
Ele esperou me acalmar com um sorriso lindo no rosto e nossa atenção foi roubada pelo toque de meu celular.
- desculpa.
- tudo bem.
- mãe?- levei o aparelho a orelha.
- filha, cheguei e você não estava. Está tudo bem?
- sim mãe. Estou com um amigo.
- amigo? Quem amigo, Liara?
- você não conhece.
- mas está tudo bem mesmo? Com vocês os dois?
- sim mãe. Eu já volto, ok? Beijo.
- te amo.
Desliguei o celular e notei que ele havia pedido a conta.
- eu realmente te ajudaria a pagar isso já que eu comi por nós dois. Mas nem trouxe carteira.- ri.- me desculpa por isso.
- tudo bem. Eu que convidei.- ele me encarou.- sua mãe está preocupada?
- ficou, já que seu costume é chegar e me encontrar jogada no sofá, comendo ou dormindo.
Ele riu e concordou.
- então eu te levo.
- não precisa se incomodar.
- não é incômodo. Eu quero saber onde você mora para usar como desculpa a falta de açucar lá de casa para te ver.

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Inesperado
ChickLitAtenção: esse é um livro sobre ( ou pelo menos tento): • maternidade real • aborto • e outras coisas. Eu vou apresentar minha opinião, se você não estiver disposto a saber, não leia. Se você estiver lendo essa história em qualquer outra plataforma...