35 - Acordos e Barganhas

68 20 118
                                    

— O que você espera conseguir com essa ameaça vazia? — Perguntou Zal.

— Não é vazia, é real — respondeu Arda. — Sabia que sua filha nos encontrou ontem em nosso esconderijo? Eu e a Cavaleira da Fé demos uma surra nela. Até pensamos em acabar logo com ela, mas obter informações foi muito mais útil.

— Espera que eu me entregue para que você poupe minha filha? — Falou indo direto ao ponto.

— A ideia é essa.

— Idiota! Não posso confiar em suas palavras. Você pode ter apenas roubado este artefato de Alyssa ou, no pior dos casos, você e Eliza a mataram.

— Não mesmo — discordou. — Ela está muito bem viva, mas aguardando, aprisionada por magia.

— Ela iria preferir se matar a ser capturada.

— Ela tentou morder a língua, mas sou conhecedora de certos métodos de persuasão. Ela falou bastante de você, Cavaleiro da Vitória. Me pergunto se este título é só um enfeite ou se sempre que você entra em batalha o universo conspirara para garantir que você saia como vencedor.

— Você está brincando com fogo, elfa — ele conjurou seu martelo de guerra. — O que me impede de te matar aqui mesmo e encontrar Alyssa depois?

— Eu — Respondeu Max conjurando sua lança.

— Não tão rápido — alertou Arda. — Alyssa está sob pesada guarda. Um vampiro a vigia durante a noite e um dragão durante o dia.

— Está blefando — disse incrédulo. — Precisa melhorar sua história, elfa. Espera que eu acredite que você detém controle sobre uma das feras mais poderosas que existem e um monstro imortal sugador de sangue? Era sua intenção me fazer rir até eu me render?

— Eu não acabei — ela retirou o broche de sol do bolso. — Isto aqui serve para rastrear a localização atual de Alyssa. Você é um usuário de magia espacial então deve entender do que estou falando. O outro está com o vampiro e ele tem ordens explicitas para o caso de eu não enviar uma mensagem até o anoitecer. — Sorriu confiante. — Se eu não voltar até lá ele vai... começar o jantar sem mim, se é que me entende.

— Não vou ceder a uma história tão mal contada.

— Ele tem razão, Arda — concordou Max. — Até mesmo eu ainda estou digerindo essa informação.

— Faça como quiser então — disse indiferente. — Eu envio para Antares o que sobrar dela quando eu tiver um tempinho.

Ambos se encaram por um tempo até que Arda deu a cartada final.

— Não? Acho que o pobre Aatxe vai virar churrasco então.

— Espere! — Disse Zal, finalmente ele mordeu a isca. — Como sabe o nome dele?

— Ouvi durante a luta — ela olhou mais atentamente e percebeu o motivo da reação de espanto. — Ah, então não é tudo mundo que sabe o nome do familiar dela? Que interessante.

— Então... você realmente está com ela, não é?

— É, mas não se preocupe, ela vai ficar segura enquanto você colaborar.

— Amaldiçoada seja, elfa! — Ele mordeu os lábios em sinal de frustração. — Não tenho escolha.

— Um pai que dá mais valor a sua filha do que qualquer coisa. Posso chamá-lo de tudo, menos de um pai ruim, homem flutuante.

—  Meu nome é Zal — disse desmaterializando seu martelo em sinal de rendição.

— Vai aprender na nossa caminhada que tenho meus motivos para não chamar você pelo nome — virou-se para Maxwell. — Vamos indo, olhos cinzentos?

A Saga de Arietis. Livro 1 - Fé (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora