3 - Gentileza e Crueldade

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Enquanto acordava assustada Eliza se levantou com os olhos ainda pesados. Estava difícil distinguir as formas naquelas primeiras horas da manhã quando o sol ainda nem exibira seu brilho no céu. Ao perceber a gravidade da situação ela se viu forçada a abandonar a sonolência. Conforme fora treinada, apanhou sua enxada e assumiu rapidamente a posição de defesa. A ruiva observou o grupo de homens que a encarava com malícia nos olhos, alguns inclusive lambendo os lábios de forma asquerosa. Contou cerca de vinte deles e lutou para manter a calma. James estava ao seu lado com um olhar muito mais sério do que ela havia visto até então. Foi quando um dos homens deu um passo à frente e os saudou.

- Boa noite, caros viajantes - falou irônico. - Ou seria bom dia? Vocês parecem cansados. Que tal nos reunirmos a vocês junto a fogueira?

- Lamento, mas ainda não é hora do desjejum - respondeu James. - Voltem mais tarde. Vocês tem que provar o meu cozido de batatas. É divino - debochou causando risadas entre os bandidos.

- Gostei de você rapaz, então vou ser legal. Nós queremos apenas três coisas. Sua espada, o cavalo e a mulher. Entregue e deixamos você em paz.

- Bem, aí você dificulta um pouco as coisas - retrucou. - Não vejo problema em te entregar a espada, mas meu cavalo e eu temos uma história juntos e ele ficaria muito triste longe de mim. Quanto a ela... - Ele a encarou. - Não sou dono dela para que possa lhe entregar, mas algo me diz que ela não quer ir com vocês - disse sacando a espada. - Então eu tenho uma proposta melhor. Vocês têm até eu contar até dez para darem meia volta e irem embora ou todos vocês vão virar pedaços de carne congelados espalhados pelo chão. Um...

- Que pena - disse o homem desfazendo o sorriso. - Matem-no e tragam o resto.

- O que fazemos agora? - perguntou Eliza.

- Você acaba com cinco deles e eu pego o resto. Dois... - continuou a contagem.

- Eu?! - disse surpresa.

- Considere essa a sua formatura. Derrube cinco deles e estará aprovada. Pronta?

- Não! - respondeu sincera.

- Dez! - finalizou a contagem inesperadamente antes do previsto.

Os homens avançaram em direção a dupla. Um deles atacou James com um machado, mas o cavaleiro desviou e enterrou sua espada no pescoço do inimigo. A lâmina brilhou em azul e a expressão de dor e medo se eternizou no rosto do homem quando sua cabeça congelou. James retirou a espada do assaltante, já sem vida, que caiu no chão. Seu crânio estilhaçou-se. O segundo atacante tentou executar um golpe vertical, mas teve o braço decepado.

- Meu Braço! - gritou.

Mas antes que o desespero o dominasse um segundo golpe o atingiu no coração. A espada congelou o órgão, fazendo-o se despedaçar. O homem tombou sem vida. Um terceiro portava um par de pequenas espadas, mas antes que pudesse exibir suas habilidades foi decapitado por James sem nem perceber o que havia acontecido. O cavaleiro então se virou para Eliza para verificar como ela estava e se surpreendeu ao ver dois bandidos inconscientes no chão próximos a moça enquanto esta atingia um terceiro no maxilar.

- Vejo que está indo bem! - comentou aliviado.

- Sim - respondeu nocauteando mais um. - Isso é mais divertido do que treinar com você.

- Assim você fere meus sentimentos - comentou enquanto partia um oponente ao meio.

Em pouco tempo todos aqueles homens estavam mortos ou inconscientes, exceto pelo líder do bando que percebendo a derrota iminente decidiu fugir, mas James o perseguiu derrubando-o no chão e o rendendo.

A Saga de Arietis. Livro 1 - Fé (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora