53 - O Conselho dos Nove Barões

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Eliza, Maxwell e Íntegra não podiam lutar e Nicolas ainda se esforçava sozinho para destruir o máximo de rochas flamejantes antes que essas acabassem com mais vidas inocentes. Apenas Theomar restava entre o inferno de lava e a cidade. Determinado em obter sucesso ele enterrou sua espada no chão enquanto uma aura congelante tomou conta de seu corpo.

— Nunca tentei isso. — Fechou os olhos fazendo uma prece. — Espero que os deuses me ajudem.

Seus olhos castanhos se converteram para o azul mais brilhante jamais visto. Ao seu lado uma esfera de água surgiu, seguida de outra e logo haviam oito esferas, quatro de cada lado do cavaleiro. A água começou a tomar forma até assumir silhuetas humanóides de gelo. Cinco de aspecto masculino e três de feições femininas, cada um portando uma arma de aspecto único.

— Que bom que vieram — disse aliviado. — Se importam em me ajudar? Preciso de mais poder aqui.

Uma das figuras, um homem que parecia ter uma barba espessa apontou sua espada para o guerreiro, a lâmina era idêntica a Aurora Gélida. Fez um sinal positivo com a cabeça.

— Obrigado, Arthur — agradeceu entendendo a mensagem. — Voltou sua atenção para os demais. — Eu sou Theomar Karvit, nono Barão da Bravura e peço a vocês, barões e baronesas do passado, que me concedam seu poder para salvar a todos. — As figuras ergueram suas armas em aprovação. — Muito bem, vão!

Cada uma das réplicas de gelo alçou vôo e contornou a montanha. Posicionaram-se como as pontas de um octágono, cercando o vulcão. Theomar começou a sentir o fluxo gigantesco de energia passando pelo seu corpo. Persistiu enquanto uma muralha de gelo se formava entre os barões, cercando o monte. Segurou firme o punho da espada.

Consilio Baronum Novem Glacies!

Eliza despertou enquanto ainda era levada nas garras de Toris. O dragão a segurava delicadamente para evitar feri-la.

— O que foi que houve? Eu...

Percebendo a situação a ruiva começou a se debater.

— Toris, o Theo. Temos que voltar!

— Não podemos, é perigoso.

— Não importa, o Theo está sozinho lá. Eu preciso ajudá-lo.

— Ele foi claro ao me pedir para levar você para longe.

— Eu ordeno que me leve de volta! — Apontou a mão em que ostentava o anel mágico.

— Não adianta, Liz. Uma ordem dada pelo anel não pode ir contra uma ordem dada pelo meu mestre original.

— Me coloca no chão agora! Ele é o seu mestre, você não pode abandoná-lo. — Ela parecia cada vez mais desesperada.

— Theo é um idiota, mas mesmo assim eu faria de tudo por ele. Morreria ao seu lado se assim ele desejasse, mas ele me pediu para tomar conta de você.

Percebendo que já estava longe o bastante da cidade Toris pousou sobre uma colina, libertando sua passageira. Eliza se ergueu e suplicou novamente ao dragão.

— Por favor, Toris. O Theo vai morrer lá, sozinho!

— Sim... eu sei. — Lágrimas escorreram pela face do dragão enquanto congelavam antes de tocar o solo. — Eu queria estar com ele, mas não posso.

— Mas você vai morrer também.

— Não, não vou. — Afirmou convicto. — Vocês dois fizeram uma transferência de elo ontem à noite quando ele te deu esse anel.

— Mas eu só coloquei o anel no dedo.

— E quando ele perguntou se você tomaria conta de mim você concordou. — A ruiva entrou em pânico ao ouvir aquelas palavras. — Aquilo selou o pacto. Se Theomar perecer hoje eu serei seu, enquanto o anel estiver intacto.

A Saga de Arietis. Livro 1 - Fé (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora