Um novo começo

223 24 1
                                    

— Filha, acorde. — meu pai me chama, após entrar no quarto — Já está na hora.
— To indo. — respondo sonolenta.
— Estarei te esperando lá embaixo, não se atrase. — diz e sai.
Levanto-me da cama e em seguida vou ao banheiro fazer minhas higienes matinais. Bom, você deve estar se perguntando, quem diabos sou eu, né? Me chamo Izzy, tenho 17 anos e estou no segundo ano do ensino médio. Tenho olhos claros, sendo mais específica, verdes, cabelo na altura dos ombros e castanho escuro, lábios carnudinhos e um corpo brasileiro, afinal, sou brasileira. Moro aqui em Santa Catarina há 17 anos com o meu pai. Minha mãe faleceu no parto, então não tenho muito o que falar dela... Mas confesso que gostaria de tê-la conhecido.
Enfim, voltando ao banheiro, preciso me arrumar para não nos atrasarmos para o voo. Eu e meu pai nos mudaremos para a Inglaterra, porque ele conheceu uma mulher sensacional lá há 2 anos e, desde então, eles namoram. É uma relação meio complicada porque eles não se vêem todos os dias por conta da distância e só conseguem se ver pessoalmente 2 ou 3 vezes por mês. Eles se conheceram em uma reunião de trabalho na Inglaterra e logo de cara, se apaixonaram. Meio bizarro, né? Eu sei. Mas tudo bem, ela é uma boa madrasta, sempre me tratou bem e nunca desrespeitou minha mãe, digamos que eu a considere como uma tia amiga.
Saio do banheiro como um furacão e pego as únicas peças de roupa que me restam no guarda roupa, uma calça jeans preta rasgada no joelho, blusinha branca simples, jaqueta jeans com pelinhos na parte interna e um vans vinho; todas as minhas roupas estão ou nas minhas malas ou nas caixas. Desço correndo e logo sinto um cheiro maravilhoso de omelete.
— Humm, que cheirinho gostoso. — digo toda esfomeada, qual é, acabei de acordar.
— Coma rápido senão perderemos o voo, querida.
    — Sim, senhor capitão! — respondo rindo.
Nossa relação é bem agradável, ele nunca deixou faltar nada e sempre tentou ao máximo representar o papel de pai e mãe.
Terminamos de comer e pedimos um táxi. Com as malas em minhas mãos, olhei pela última vez a minha casa e me despedi dela. Sei que é apenas uma casa, mas há várias lembranças nela e foi meu primeiro lar. Chegamos no aeroporto e já fomos fazer o check-in. Não temos parentes aqui, a maioria é de outra cidade e nessa época do ano, Julho, é meio difícil de eles virem nos visitar. Entramos no avião, é confortável mas confesso que não sou muito fã de viagens aéreas. Coloco meu fone de ouvido e tomei meu dramin, pois a viagem seria longa.
— Izzy, acorde. Como consegue dormir tanto? — meu pai me questiona rindo.
— 11 horas de voo, não é para qualquer um, ok?
Descemos do avião, ainda estou meio grogue mas okay. Logo, avistamos uma plaquinha escrito " welcome Bruno and Izzy ". Ah, a minha madrasta não sabe falar em português, mas também, né, ô língua difícil. Graças ao bom Deus, meu pai me obrigou a fazer aulas de inglês desde os meus 10 anos e como estou sempre colocando em prática, já estou acostumada com a língua.
— Hey, darling, — cumprimenta, em seguida, abraçando-a. — que saudades de você!
— Oh, dear! — responde ela, emocionada. — Nem acredito que isso é real. Finalmente!! E Izzy, querida, como você cresceu, está cada vez mais bonita, em.
— Oi, Mandy! Mas nos vimos há 1 mês, nem deu tempo de eu crescer. — respondo rindo.
— Esses jovens de hoje em dia, não param de crescer um minuto! É sério, o Cole também está enorme. Nem parece o meu menininho de antes... — comenta tristonha.
Ah, claro... como pude me esquecer. Cole é o filho de Mandy, ele tem 18 anos, mas nunca nos vimos pessoalmente, apenas por foto ou vídeo chamada. Ele é um pecado em pessoa, tudo o que ele tem de lindo, ele tem de insuportável. Sim, insuportável. Logo menos, você entenderá o que estou dizendo.
Entramos no carro de Mandy e seguimos para sua casa. O caminho foi rápido até, fomos conversando sobre coisas aleatórias e tal.
— Chegamos!!!
    — Uau. — solto boquiaberta.
A casa dela é enorme. Deve ter uns 3 andares. Ok, estou me sentindo burguesa. Pegamos nossas bagagens e entramos em sua bela "casinha".
— Cooooleeeee, desça AGORA. — grita Mandy.
E meu Deus, ele estava mais lindo ainda. Cabelo preto e bagunçadinho, mostrando que ele estava dormindo, seus olhos acizentados e um corpo que só por Deus. É tão perfeito...pena que sabe falar.
— Eae, Bruno. — ele cumprimenta o meu pai com um aperto de mão e depois olha para mim, com ar debochado. — Oi, "maninha".
— Oi, Cole. — respondo curta.
Não vou dar trela para ele. Ficar com o Cole é a mesma coisa que ficar encrencada, por isso, prefiro ficar longe e me organizar no meu canto.
— Cole, mostre o quarto dela e ajude-a a levar as coisas até lá em cima. — pede Mandy.
Ele pega a maioria das malas, restando apenas uma, a qual eu levo. Subimos as escadas, há muitos quartos aqui, é capaz de eu até me perder na minha própria casa! Ó céus. Meu "irmão" para na frente de uma porta e em seguida abre a mesma. E meu...Deus... É PERFEITO! Fico encantada com o quarto, parede no tom amarelo pastel, uma cama king size, Tv, penteadeira, closet e um banheiro. Não é nada extravagante, mas ao meu ver, é perfeito.
— Pronto, princesa. Aproveite muito desfazendo as malas. Porque eu já estou de saída.
   Olho com cara de interrogação a ele.
     — Onde vai??
— Não te interessa. — responde grosso e sai do quarto.
E é por isso que nunca conseguimos ter uma conversa civilizada. Ele sempre me trata com grosseria do nada, enquanto tento ser o mais amigável possível. Okay, talvez eu seja meio insuportável às vezes.
Olho a bagunça em minha volta e resolvo começar o trabalho.

{...}
Após 3 horas arrumando e colocando tudo em seu devido lugar, decido descer para comer algo. Já são 20:00 horas, papai e Mandy haviam saído para jantar fora, me convidaram mas preferi fazer minhas coisas primeiro.
Chego na cozinha e procuro por algo na geladeira. Nunca fui muito boa em cozinhar, mas uma coisa ou outra eu sei dar meus pulos. Quando termino de comer, ouço um carro sendo estacionado. Papai e Mandy já chegaram? Achei que voltariam mais tarde. E para a minha surpresa, era Cole quem abriu a porta. Preciso parar de me surpreender com sua presença, afinal, estamos morando juntos agora.
— Onde você foi? — curiosidade matou o gato, Izzy.
Ele não me responde e apenas chega perto de mim, perto até demais, eu consigo sentir sua respiração bater contra meu rosto. Foi então que eu senti o cheiro de álcool forte.
— Você bebeu???? — ele ri.
— Não sabia que ao invés de irmã, você era minha mãe. — responde-me de forma irônica e sobe para o seu quarto.
Solto um suspiro longo. Izzy, fique longe! Alerto a mim mesma. Hoje, se inicia um novo começo.

__________________________
Olá!! Esta é a minha primeira fanfic, espero que esteja gostando. Peço, por gentileza, que vote se esta obra te agradar e comentar também, gostaria muito de saber o que está achando dela!

Quem me dera fosse só um "irmão"Onde histórias criam vida. Descubra agora