Festa?

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— VOCÊS O QUÊ?????? — Sam e Mel gritaram pasmas juntas, atraindo alguns olhares estranhos.
— Ele me levou a um parque de diversões e passamos a tarde juntos... — digo envergonhada. Não estamos sozinhas, estamos no Zappa's, o qual está bem movimentado. — Por favor, não gritem.
     — Caraca...eu to chocada. — Mel diz.
     — Eu também! E muito. — Sam concorda. — Ele nunca fez isso antes.
     — Acredite, eu também to no mesmo barco que vocês. — pego uma batata frita. — Ele tá diferente, sabe? É um lado do Cole que eu não conhecia, até uns dias atrás.
     — O que o amor não faz? — coro com o comentário da Mel. Será que é amor mesmo?
     — E você? Como está com o Nate?
     — Cada vez mais perto de ser pedida em namoro, — ela diz com os olhos brilhando. — eu espero.
     — Claro que sim! Logo logo vocês vão estar namorando e mais grudentos ainda. — Sam ri.
     — Sam...e voc-
     — Nem começa. Prefiro mil vezes ficar solta, com a minha liberdade. — interrompe-me. — Mas já vou avisando, se vocês me trocarem pelo macho de vocês...
     — Não vamos, senhora! — finjo ser um soldado, com isso, nós três gargalhamos.
    Tagarelamos praticamente o domingo inteiro. O incrível é que nunca falta assunto entre nós, eu amo isso! Do nada, ouço meu celular tocar.
     — Alô?
     — Iz? Onde você tá? — Cole?
     — To no Zappa's com as meninas, por quê?
     — Porque não te vi o dia inteiro e queria passar um tempo com a minha garota. — "minha garota", sorrio toda boa.
— B-bem, vou ver com as meninas e-
— Alô? Cole? — Sam tira meu celular de mim. — Não, ela vai passar o resto do domingo com a gente. Você já teve ela o dia inteiro ontem! Passar bem.
Ela desliga a chamada e me entrega o meu dispositivo.
— Hoje é o dia das garotas! — ela diz. — Sem homens por hoje. Apenas fofocas, risadas e comidas.
Rimos e continuamos a nossa conversa. Lá pelas 21:00 horas, decidimos voltar para casa. Afinal, temos aula amanhã cedo.
Eu me jogo na cama e me enrolo no edredom após ter tomado um banho. Estou quase caindo no sono quando sinto uma mão passar pela minha cintura. Viro-me na hora.
— O que tá fazendo aqui? — cochicho.
— Dormindo com você, não é óbvio? — abro um pequeno sorriso. — Vem.
    Ele me puxa para mais perto de si, fazendo me alinhar em seu peitoral. Não demorou muito para eu adormecer enquanto escutava seus batimentos cardíacos.

{ Dia seguinte }
    Desligo o despertador que não parava de apitar e passo a mão pela minha cama, sentindo um vazio ao meu lado. Droga, queria acordar ao seu lado. Levanto-me e vou até o meu banheiro.

{ No carro }
— Dormiu bem? — Cole questiona-me enquanto coloco o cinto de segurança. Vejo-o sorrindo do jeito que só ele sabe.
— Fica quieto. — solto e rio em seguida.
— Tá afim de matar aula? Tem um lugar daora e-
— Nada disso, mocinho. Você tá no último ano do colégio e acha que pode ficar faltando nas aulas? — ouço ele bufar. — Falando nisso, o que você pretende fazer de faculdade?
— Talvez engenharia civil ou coisa do tipo. — responde desinteressado. — E você?
— Acho que medicina veterinária, não tenho certeza ainda.
— Então, não vai mesmo matar aula comigo? — para no sinal vermelho.
— Cole, não! — rolo meus olhos, fazendo-o rir.
Chegamos no colégio e nos despedimos com um selinho, em seguida, posteriormente, pegamos caminhos diferentes. Adentro a minha sala e caminho até Mel para sentar-me ao seu lado.
— Você não sabe.
— Não sei o quê? — pergunto confusa.
— Ashley foi pega transando na biblioteca e levou suspensão. — responde rindo.
     — Meu Deus! Por que o diretor não expulsa ela logo? Ela ultrapassou os limites dos limites. — falo indignada.
     — Acho que esqueci de te contar, o diretor é tio dela. — ah, agora faz todo sentido.
    O professor entra na sala e começa a aula. Basicamente, o dia foi assim, um tédio total. Não só segunda-feira, como o resto da semana também. Quando percebo, já é sexta-feira.
     — Vocês vão na festa hoje à noite, né? — Tom questiona.
     — Sim!
     — Não. — eu e Cole respondemos juntos ao mesmo tempo. Olho confusa para ele. "Sim"? Nós havíamos combinado de sair, apenas nós dois. — Sim?
     — Vamos, vai ser legal. — responde e faz um toque de mão com o Tom.
    Estamos em um banco da parte externa do colégio, só nós três. E o resto da galera está na cantina.
     — Mas a gente não ia sair hoje, eu e você, você e eu? — dou ênfase no "eu e você".
     — Ah, Iz, para de ser careta. Vamos logo. — Tom diz. Olho feio para ele e este se cala imediatamente.
     — Se você quer tanto ir nessa droga de festa, vai! — digo saindo de lá. Ele prefere ir à uma festinha do que sair comigo, sendo que já estava tudo combinado. Inacreditável!
     — Iz, espera. — ele agarra meu pulso, forçando-me a parar de andar. — Qual é, não precisa ficar estressadinha.
     — Não preciso, é? Pelo amor de Deus, Cole. A gente combinou aquilo e você, ao invés de me ter como prioridade, me troca por uma festa qualquer? — explodo.
     — Eu sei, desculpa. Mas tava pensando em curtir a festa com você... — puxa-me pela cintura, ficando há poucos centímetros de distância de mim. — Vamos lá. Prometo te recompensar depois.
     — Tá. — suspiro, derrotada. Viro-me e sigo meu caminho de volta para a minha sala.

{ À noite }
— IZZY, DESCE LOGO! — Ouço Cole gritar lá de baixo.
— TO INDO. — desço rapidamente, ainda contra a minha vontade.
    Estou usando uma calça jeans preta com vários rasgos e um body vinho estilo regatinha com alguns detalhes. Fiz uma maquiagem leve, mas, como sempre, caprichei no rímel. Encontro Cole de pé em frente à porta, impaciente. O filho da mãe é lindo para caramba. Está usando uma simples calça jeans preta e uma camiseta branca de alguma marca. Ele me olha de cima a baixo e volta lentamente a encarar os meus olhos. Estremeço.
     — Você está incrivelmente linda. — diz e chega pertinho de mim, depositando um longo selinho nos meus lábios. — Agora, vamos.
    Chegamos lá e, como sempre, lotada. Cole agarra a minha cintura para não nos perdemos na multidão.
     — Cole! Izzy! Aqui. — Louis nos chama.
    Nós caminhamos até ele e encontramos o resto do pessoal, com exceção do Tom.
    Bebemos, conversamos, rimos e dançamos. Não é exatamente o que eu esperava fazer em minha sexta-feira, entretanto, estou me divertindo até.
     — Quer subir? — Cole sussurra no meu ouvido e morde o lóbulo da minha orelha, em seguida.
     — Na casa de um estranho? Nem pensar. — não estou completamente sóbria, mas continuo tendo noção das coisas.
     — Por que não? Quase já fizemos isso. — sorri malicioso. Sinto-o apertar a minha cintura com uma certa força.
     — Cole, — encaro seus olhos lindos por um instante. — não. Vou ao banheiro, já volto.
    Procuro pelo mesmo e não demora para encontrá-lo. Saio de lá e faço meu caminho de volta, porém, antes que pudesse terminá-lo, acabo esbarrando em alguém.
     — Calma aí, gatinha. — olho para o dono da voz e não reconheço este. — Tá sozinha?
     — Não. — respondo curta e tento sair de perto dele.
     — Onde pensa que vai? — ele agarra meu pulso com força e me vira bruscamente para si. — Você vem comigo, querendo ou não.
     — Me solta, me solta!! — digo com medo. Ele é bem mais forte que eu e ninguém está prestando atenção em nós. Merda.
     — Se você não calar a boca, vai ser pior, amor. — sinto ânsia de vômito quando ouço-o me chamar de "amor". Lágrimas escorriam pelo meu rosto. — Não chore, você vai gostar...
     — Solta ela, seu filho da puta.

Quem me dera fosse só um "irmão"Onde histórias criam vida. Descubra agora