Primeiro dia

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Acordo com o barulho ensurdecedor do despertador. São 7 horas da manhã, ninguém merece! Rastejo da cama até o banheiro, escovo meus dentes, tomo um banho tranquilo e vou me trocar. Encaro o grande armário de roupas por um tempo e acabo optando por uma calça branca e uma blusinha simples azul bebê. No rosto, passo só um rímel e uma manteiga de cacau que deixa meus lábios rosados. Por último, calço o velho all star preto que é meu xodózinho, pego minha mochila e desço.
— Bom dia, pessoal. — estão todos em volta da mesa, até mesmo Cole. E pai amado, logo cedo e ele consegue ser tão lindo...que droga, Izzy, pare com isso!
— Filha, sente-se e coma logo, senão irá se atrasar no seu primeiro dia.
— Iz, você está tão linda! Quem sabe não arranja um namoradinho? — coro com a pergunta de Mandy e sorrio tentando disfarçar.
— A Izzy namorando? Essa é boa. — Cole responde, debochando. Olho feio para ele e me seguro para não xingá-lo. Isso me magoou, confesso. Ele realmente acha isso? Que ninguém namoraria comigo?
— É melhor vocês irem logo, já está tarde. — papai nos alerta. Realmente, já está na hora de irmos.
Sigo o Cole até seu carro e fomos.
— Posso ligar o rádio? — ele assente em resposta.
Começou a tocar alguma música eletrônica, me animando em um instante, adoro eletrônica. Movimento-me no ritmo da batida. Cole me olha com uma cara esquisita e começa a gargalhar.
— Você é maluca. — comenta ainda rindo e eu logo o acompanho.
Chegamos no colégio e...caraca. É gigante. Totalmente diferente do Brasil. Estou parada admirando-o quando sinto uma cutucada no meu braço. Viro-me para o Cole.
  — Toma. — entrega-me um pedaço de papel dobrado.
  — O que é isso?
  — Está escrito qual é a sua sala e seu armário.
Ah...verdade, Cole é um ano mais velho que eu. Ou seja, não conheço ninguém da minha sala. Okay, respire, Izzy. Não é o fim do mundo.
  — Você não quer me ajudar a encontrar a minha sala? — pergunto com certa esperança.
  — Não, se vira. — responde e sai andando no meio da galera. Filho da mãe. Suspiro e saio andando também.
Estou caminhando distraidamente pelos corredores extensos quando acabo me esbarrando em alguém.
  — Ai, me desculpe. Juro que foi sem querer.
  — Tudo bem. Eu também não estava prestando atenção. — responde a menina de cabelos cacheados. — Meu nome é Melissa, mas pode me chamar de Mel.
  — Eu sou a Izzy, pode me chamar de Iz. — apresento-me, sorrindo para ela. — Ah, você poderia me ajudar? Sou nova aqui e estou procurando a minha sala...
  — Claro! Qual o número da sala?
  — 58.
  — Mentira?? Somos da mesma sala, então! — diz animada. — Vamos juntas.
Enquanto andávamos, conversamos sobre várias coisas. Ufa, pelo menos agora eu conheço alguém da minha sala. Mel é um amor de pessoa, primeira vez que a vi e já ri horrores com ela. Fora que ela é linda, tem cabelo preto cacheado, é morena de olhos verdes e tem um sorriso certinho.
— Então, de onde você é? — questiona-me.
  — Sou do Brasil. Meu pai se apaixonou por uma mulher daqui e cá estou eu.
  — Aaah, que legal! Sempre quis visitar o Brasil por causa do carnaval. Dizem que o de lá é uma loucura total. — rio com seu comentário, realmente, era uma loucura.
Chegamos na nossa sala e já haviam várias pessoas. Sento-me ao lado de Mel e ficamos conversando até que o professor chegou, dando início à primeira aula.

{...}
    Foi um completo tédio até o intervalo. Mel olha para mim e me puxa para fora da sala.
  — Ai, como eu odeio física! Não entendi nada que o professor falou. Já estou até vendo o zero na prova. — rio disso.
  — Calma, se quiser eu te ajudo. Não sou super inteligente, mas me dou bem com algumas matérias. E física é uma delas.
  — Você é um anjo que caiu do céu?? — rimos juntas enquanto íamos para o refeitório.
Quando chegamos lá, já encontro Cole com o olhar. Ele está com o grupinho de ontem e mais umas meninas. Uma delas está no colo dele?? Quê?
  — O que foi? — tento disfarçar mas já é tarde demais. — Aaaah...eles.
  — Como assim "eles"? Você os conhece?
  — E quem não? Nate Evans, um fofo, Tom Roberts, o mais galinha dos galinhas, Louis Woods, um bad boy misterioso, Samantha Green, a amiga de infância deles e uma das garotas mais lindas do colégio. E por fim, Cole Sprouse, o motivo das calcinhas molhadas de todas, um pecado de homem e o pior de todos. — pior de todos? Eu sei que ele é babaca, mas não acho ele tão ruim assim...penso comigo mesma.
  — E quem são aquelas três? — aponto disfarçadamente para a loira, a asiática e a de franja.
  — A loira é a Ashley, as outras duas são suas cadelinhas fiéis. Elas sempre estão no pé deles.
— Por quê? Ela tem algo com Cole? — por que eu tenho que ser tão curiosa? Ai, que saco.
— Nãaao. Ela dá para todos. Principalmente para Cole. Mas não acho que ele goste dela, todos sabem que ela é uma piranha que gosta de chamar atenção. — concordo olhando para baixo. — Hmmm, tá interessada nele?? Sua safadinha.
— Lógico que não, doida. Lembra que eu falei que meu pai se apaixonou por uma mulher daqui? Então, ela é mãe dele. — falo e seus olhos se arregalam na hora.
— MENTIRA??? Meu Deus!!! Que sorte a sua poder viver no mesmo lugar que aquele pedaço de mal caminho.
— Mel??? Ele é insuportável.
Ela ia me falar algo mas é interrompida por uma voz feminina.
— IZZYYY!! — viro e Sam está acenando para mim. — Vem cá, senta com a gente.
Sorrio com seu convite e puxo Mel comigo.
— Oi, gente. — sorrio tímida e dou uma cotovelada em Mel. Logo, ela sorri também.
— Iz, você esta magnífica hoje! — Tom me elogia com seu típico sorriso cafajeste. Sorrio agradecendo. Olho para Cole e ele está com a cara fechada.
— Quem são? — Ashley pergunta com uma voz enjoada. Ugh.
— Izzy, a filha do noivo da minha mãe e...
— Melissa. — falo. Ashley que continua no colo dele, nos olha de cima a baixo. E ainda teve a audácia de me olhar com cara de nojo. Qual é o problema dessa garota?
— Cole, amorzinho, preciso de você um pouquinho. — ela diz, sorrindo para ele de forma maliciosa. — A sós.
Ele sorri concordando e os dois saem andando. Em seguida, as duas outras meninas também somem.
— O que eles foram fazer? — pergunto ao Tom.
— Você ainda pergunta? Com certeza vão trepar em alguma sala. — arregalo os olhos sem acreditar naquilo. O quão nojentos eles são? Meu Deus!
Continuamos conversando sobre outras coisas, Mel logo se soltou com eles. O sinal bateu e voltamos para a sala.

{ Algumas horas mais tarde }
     — Façam em dupla esse trabalho para sexta, sem falta! — fala o professor, antes de sair da sala e liberar todos.
— Podemos fazer hoje o trabalho e na sua casa. — Mel se convida e eu assinto, gosto de sua companhia. — o Nate é tão fofinho! Hoje foi a primeira vez que conversei com ele e nossa, aquele sorriso.
— Já tá apaixonada? Meeeel, sua danadinha. — rimos juntas e saímos da sala.
Chegando no portão do colégio, avisto Cole parado em frente ao seu carro.
— Mais tarde irei na sua casa, beijinhos. — aceno me despedindo dela.
Caminho até o carro e entro no mesmo, ignorando o garoto que estava me acompanhando com o olhar.
— Seu pai e minha mãe voltarão tarde hoje do trabalho. — só assinto em resposta. — Que foi?
— Nada, ué.
— "Nada, ué". — repete, imitando a minha voz. Reviro os olhos. — Para de ser infantil, Iz.
— Oh, me desculpe se não sou tão adulta como Ashley. — solto irritada mas logo me arrependo.
— Esse é o problema? — ri alto em seguida — Se quiser eu posso guardar um tempinho para você também, nervosinha.
— Vai se foder, idiota. — arghh. Eu odeio esse menino! Ele ri e continua dirigindo.
Chegamos em casa e havia um bilhete na geladeira, escrito "Não deu tempo de fazer o almoço, peçam algo. O dinheiro está na bancada." Hm, okay. Cole olha por cima de mim e lê.
— Vamos pedir pizza!!
— Pizza não. Comida chinesaaa. — peço, fazendo bico.
— Tá, só porque você fica fofa fazendo bico. — coro com sua resposta e pego o telefone, ligando para o restaurante.
Não demorou muito para chegar, graças a Deus, porque eu estou morrendo de fome.
— Mel virá aqui hoje para fazermos trabalho, tá?
— Aham. Os garotos também vão vir aqui depois. — fala e, logo depois, enfia um rolinho primavera inteiro na boca. Rio com isso.
Terminamos de comer e peço para ele me ajudar a lavar a louça, após insistir muito, ele concorda. Enquanto eu lavo, ele enxuga. Cole faz graça e joga água em mim, olho surpresa para ele e jogo de volta, assim, começamos uma guerrinha. Ia jogar água nele de novo porém escorrego e quase caio, se não tivesse sido agarrada pelos braços dele. Estamos perto, muito perto. Olho para ele e para a boca dele, pera, o que estou fazendo? É o Cole!! Mas é tão lindo...ele foi chegando mais perto, nossos corpos estão bem grudados e...os lábios dele tocam os meus.

Quem me dera fosse só um "irmão"Onde histórias criam vida. Descubra agora