Levanto da cama praticamente me rastejando até o banheiro. Olho o meu reflexo no espelho e MEU DEUS, eu estou acabada. Olhos inchados e vermelhos, toda descabelada e com a cara amassada. Faço minhas higienes matinais e tomo um banho quentinho para tentar relaxar.
— AI, QUE SUSTO! — digo assustada ao ver Mel e Sam na minha cama. — O que houve?
— O que houve, Izzy? Sério? Olha para você, meu Senhor amado. — Sam diz com a voz triste.
— Você tá acabada, amiga. — Mel me fala.
— Nossa, Mel, obrigada. Me sinto muito melhor agora. — ironizo.
— Vai nos contar o que aconteceu? — Sam questiona.
— Olívia apareceu aqui no quarto depois que eu e o Cole transamos. Ela tava chorando, sei lá o porquê. E adivinha? O Cole escolheu sair com ela do que ficar comigo. — me jogo na cama e suspiro, sentindo meu peito doer novamente.
— Amiga...eu falei que...
— Eu sei, Sam. Eu sei. Mas acontece que eu pensei — dou uma pausa. — pensei que seria diferente, que comigo seria diferente.
— Ahh, Iz. — sinto as duas me abraçarem. — Vai ficar tudo bem, tá? Mais tarde vamos embora, se quiser pode ir lá em casa.
— Obrigada, mas eu quero a minha cama. — digo sem olhá-las.
— Eu vou matar esse garoto. — Mel diz já se levantando.
— MEL, NÃO! — agarro seu braço impendindo-a de sair. — Não quero que isso piore. Vou ignorá-lo, com o tempo eu melhoro.
— Mas, amig-
— Tá tudo bem! — interrompo ela que suspira dando-se por vencida.
— Okay.
— Vamos descer, to com fome.
O dia seguiu normal, tirando a parte que eu ignorava o Cole a todo custo, foi bem tranquilo. Ele tentou falar comigo algumas vezes, na verdade, muitas vezes. Entretanto, eu não queria papo com ele, por isso, ignorei-o sem dó. Não havia visto a vaca, digo, Olívia o dia inteiro. Graças a Deus. Não sei se as meninas comentaram para os meninos sobre a minha discussão com o Cole, já que eles agiram como se nada tivesse acontecido e eu realmente agradeço por isso.
O tempo passou rápido, quando percebo, já é hora de ir embora.
— Iz, se quiser a gente te leva para casa. — Sam se oferece.
— Ent-
— Ela vai comigo. — a pessoa que eu menos quero proximidade, pronuncia-se.
— Cole, não é você quem decide isso. — minha amiga responde com uma certa raiva na voz.
— Sam, tá tudo bem. Eu vou com ele. — suspiro. — Não vou fazer vocês pegarem um caminho oposto da casa de vocês só para me levarem.
— Tá. — me abraça forte. — Seja forte.
Balanço a cabeça como afirmação. Me despeço de todos e dou um abraço forte em Mel também. Eu amo demais essas meninas.
Entramos no carro em silêncio, um clima meio pesado se instalou ali. Porém, não liguei, prefiro ficar assim do que tentar conversar com ele.
— Esse não é o caminho para casa, Cole! — digo após reparar que estamos há bastante tempo na estrada.
— Eu sei que não. — responde tranquilo. — A gente vai a outro lugar antes.
— Mas eu não concordei com isso. Eu quero ir para casa, AGORA. — faço birra.
— Para de agir como se fosse uma criança mimada, Iz.
— Agora eu sou a criança mimada? Uau, parabéns. Você tá conseguindo fazer eu te odiar cada vez mais. — me viro para a janela e bufo. Que ódio.
Depois dessa mini discussão, ninguém falou mais nada. Eu não faço a mínima ideia de onde ele está me levando e isso está me enlouquecendo, eu sou curiosa, droga!
— Pronto. — fala e em seguida, sai do carro. — Vai ficar aí dentro?
Reviro os olhos e desço do carro. Continuo sem saber onde estamos, não tinha nada em nossa volta. Ele começa a andar um pouco e eu o acompanho. Andamos brevemente, até que ele para perto de um penhasco. Penhasco???? Esse garoto perdeu o juízo?
— Meu Deus do céu, sai daí. Você tá maluco? — desespero-me um pouco.
— Relaxa aí, não tem perigo. — ah, é. Não há nenhum perigo, imagina. — Vem logo, você precisa ver isso.
Vou até lá com certo medo, assim que chego onde ele está, ele aponta para frente. Uou. A vista é linda. O sol está se pondo e conseguimos ver uma boa parte da cidade.
— É lindo. — comento encantada.
— Eu sei, venho sempre aqui para ter um tempo só meu. — ficamos quietos por alguns minutos.
— Então...por que me trouxe aqui? — quebro o silêncio.
— Eu... — respira fundo. — Perdão, Iz. Sei que te magoei ontem, mas tenta entender o meu lado.
— Entender o seu lado? Ah, com certeza. Depois de ter dito que sentia algo por mim, depois de termos transado, você ainda prefere ficar com a SUA EX do que comigo?? Claro, Cole, isso é bem compreensível. — sinto minhas bochechas queimarem de raiva.
— Porra, eu não prefiro ela. — passa a mão pelo seu cabelo, se eu não estivesse tão brava, acharia isso sexy. — É só que, além de ela ser minha ex, ela sempre foi uma grande amiga. Eu não podia deixar ela naquela situação. Ela tava tendo uma crise de ansiedade, tenta entender isso.
— E por que caralhos ela decidiu pedir ajuda para VOCÊ se havia mais gente na casa? Como por exemplo, o PRIMO dela. Me fala, Cole. — cruzo os braços.
— Eu não sei, tá legal? Eu agi por impulso, caramba.
— Você agir por impulso? Nenhuma novidade por aqui. — sou sarcástica.
— Puta merda, Izzy. Facilita as coisas. — diz, chegando perto de mim mas eu coloco minha mão em seu peitoral, impedindo ele de se aproximar muito.
— Não. Você me magoou muito, fez aquilo sem pensar nem um pouco nos meus sentimentos! Como acha que eu me senti? — seguro o choro com força.
— Eu sei, linda, eu sei. — segura o meu pulso com uma mão e a outra vai até a minha bochecha, acariciando a mesma. — Me perdoa? Prometo que não vou mais te machucar.
— Eu não te entendo. — murmuro.
— Nem eu me entendo. — solta uma risada sem humor. — Ver você me ignorando o dia inteiro, me destruiu por dentro, sabia?
— Como a gente vai ficar? Tipo, não somos namorados nem nada...o que nós somos um para o outro? — encaro suas orbes cinzas, aguardando uma resposta.
— Acho que... — dá uma pausa para pensar. — Acho que só saberemos se tentarmos algo, vamos deixar fluir naturalmente.
— E a Olívia? — sinto nojo só de pronunciar este nome.
— Ela só veio para ficar alguns dias aqui, amanhã de manhã ela já vai voltar para a Itália. — abaixo a cabeça, sem saber o que responder.
— Eu não sei...posso pensar? — ele inspira fundo.
— Pode. — diz por fim e caminha de volta para o carro.
Por que eu não aceitei de uma vez? Simples, estou com medo de me magoar de novo. Gosto dele, estou apaixonada por ele, no entanto, estamos falando de Cole Sprouse. Ele não para apenas em uma, quem garante que ele realmente não irá me magoar novamente? Eu preciso pensar um pouco, ver se me arriscar assim vale a pena mesmo. Não posso entrar de cabeça nisso, por mais que no fundo eu queira.
Chegamos em casa e vou direto ao meu quarto, preciso descansar urgentemente. Tomo um banho rápido e me jogo na cama. Lembro-me que tenho aula amanhã e terei que acordar cedo, merda.{...}
Quinta-feira havia passado em um piscar de olhos.
Hoje é sexta-feira, motivo digno para acordar feliz. Ontem, Cole perguntou-me se eu já havia pensando sobre nós e eu respondi que precisava pensar mais um pouco. Isso deixou-o meio...abalado? Não sei qual seria a melhor palavra para descrevê-lo naquele momento. E eu não menti, realmente preciso pensar mais um pouco e organizar os meus sentimentos. Depois disso, ele não tentou mais falar comigo.
— Mel! — chamo-a quando entro na sala de aula. Eu já contei tudo o que aconteceu para as meninas, ontem. — Que cara é essa?
— Iz, eu tava no banheiro e... — hesita um pouco antes de continuar.
— E...?
— Ouvi uma das meninas do outro terceiro comentar que ficou com o Cole ontem, em uma das salas. E que eles vão à uma festa juntos, hoje à noite. — encaro perplexa a minha amiga. Oi????_____________
Ai ai, esse Cole...só faz merda. Espero que estejam gostando!
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Quem me dera fosse só um "irmão"
RomansaMudanças são essenciais em nossas vidas, elas nos evoluem. A vida de Izzy muda: nova casa, nova família, novo "irmão", novas amizades, nova paixão, novas inimizades, novas experiências, uma nova vida. A questão é: ela saberá lidar com tudo isso? A p...