Me arriscar

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— Mel, — dou uma risadinha fraca. — acho que escutei errado...
   — Não, amiga. Você escutou certo. — agarra meus ombros. — Vocês não estavam praticamente juntos?
   — Não exatamente. Eu havia pedido mais um tempo para pensar, mas pelo visto ele não quer perder tempo. — reviro os olhos sentindo a raiva dentro de mim.
— Tenta falar com ele no intervalo ou na hora de ir embora. — aconselha-me.
— Não dá, ele só me trouxe aqui e vazou para matar aula. Droga.
— Oxi, como você vai embora, então? — Mel faz uma cara de interrogação. Sorri para ela.
— Vou falar ao meu pai que ficarei em sua casa ou na da Sam, como hoje é sexta, ele não verá nenhum problema.
— Beleza. E você vai à festa, né? — vejo esperança no seu olhar.
— Vou, quero ter uma conversinha com uma certa pessoa lá.
— Vish, o circo vai pegar fogo. — gargalha alto, dou risada mas por dentro estou querendo matar ele. Que ódio desse garoto!
  Mel contou-me que ela e o Nate estão ficando realmente sério, fiquei extremamente feliz por ela. Espero que ele peça ela em namoro logo, os dois formam um casal e tanto.
  No intervalo, como esperado, não vi o Cole. Fiquei com os meninos e as meninas em uma mesa qualquer do refeitório jogando conversa fora.
— Vocês sabem onde o Cole foi? — pergunto curiosa.
— As vezes ele gosta de ficar sozinho por aí, Iz. — Louis responde. Abaixo a cabeça e concordo. — Mudando de assunto, vocês vão à festa?
— Não perderia por nada. — Sam diz sorrindo abertamente.
— Ah, Sam, — ela se vira para mim. — esqueci de te perguntar. Posso ir na sua casa depois da aula? Daí, já nos arrumamos juntas para a festa.
— Claro que pode. — sorrio aliviada. — Você vem também, Mel?
— Hoje vou com o Nate, meninas. — ela sorri tímida.
— Vê se não troca suas amigas por macho, em! — Samantha força uma cara de brava mas logo sorri.

{...}
  As aulas passaram lentamente, pareciam até lesmas. Quando o sinal finalmente bate, solto um suspiro de alívio. Me despeço da Melissa e vou até a saída do colégio, onde encontro a Sam. Decidimos ir andando para a sua casa, até porque, não é longe. Enquanto caminhávamos, contei-lhe sobre o que a Mel escutou no banheiro e tal. Sam, que ouviu tudo atentamente, xingou o Cole o caminho inteiro.
— Eu vou matar esse garoto. — diz bufando. — Ele não cansa de fazer merda não?
— Pois é. — murmuro desanimada.
— Ah, não. — para em minha frente. — Você não vai ficar triste por causa dele não, mocinha! Você precisa e VAI mandar a real para ele.
— O que você quer dizer com isso?
— Você vai chegar na festa e falar tudo para ele. Tipo, TUDO. Seus sentimentos e tal.
— Sam, ele sabe que eu gosto dele e mesmo assim ele faz essas cagadas. Tenho certeza que ele só quis ficar comigo. — encaro o chão.
— Não, amiga. Você disse com as suas palavras "eu gosto de você" ou "to apaixonada por você"? Iz, a vida é uma só, ARRISQUE-SE. — abro e fecho a boca várias vezes, tentando encontrar alguma resposta.
— E se ele me magoar de novo? E se ele não sentir o mesmo? E se-
— Chega desses "e se", Izzy! Você só vai saber se tentar. — ela está certa. Desse jeito, eu nunca vou saber se vai dar certo ou não.
— Tem razão, vou fazer isso. — digo a ela, fazendo-a sorrir de orelha a orelha e me abraçar forte.

{ Horas depois }
Já são mais ou menos 19:30, eu e a Sam estamos nos arrumando ainda. Eu queria usar algo mais simples, não estava afim de me produzir toda. Dei uma olhada no guarda-roupa da minha amiga e acabei escolhendo uma legging de couro e uma blusinha verde musgo que deixa uma parte do meu sutiã de renda aparecendo. Deixo meu cabelo liso solto, o mesmo já batia nos meus seios, mostrando que havia crescido bastante desde a minha vinda para a Inglaterra. Passo uma maquiagem básica, caprichando no rímel e no delineado de gatinho. Por fim, calcei meu tênis. Estou pronta. Viro-me para a Sam e ela está linda! Ela está usando uma saia justa rosa bebê e um body preto ombro a ombro. Sua maquiagem está bem caprichada mas sem exagerar. Nos pés, ela usa tênis da vans.
— Uau, você tá perfeita. — elogio.
— Nós estamos perfeitas, você quis dizer. — rio em resposta. — Vem, já estamos atrasadas.
Chegamos na festa e está lotada, nada fora do comum. Assim que entro, já procuro o Cole com os olhos mas não obtenho sucesso.
— Vamos pegar bebidas primeiro, depois a gente procura o povo. — confirmo com a cabeça para ela.
Fomos até a cozinha do local e havia muitas bebidas, tipo, muitas mesmo. Sam pegou dois copos e me ofereceu um, neguei em resposta. Não quero ficar bêbada hoje. Pego somente uma água e despejo ela em um copo plástico. Voltamos à sala principal, que estava cheia de pessoas, a fim de encontrar o nosso grupinho de amigos.
— Iz, Sam! — ouço alguém nos chamar. Viramo-nos e encontramos a Mel acompanhada pelo Nate.
— Eae, meninas. — Nate nos cumprimenta com um toque de mão esquisito.
   — E o resto? — Sam questiona.
   — Estão na outra sala, vamos lá. — seguimos eles.
  Chegamos em uma sala não muito cheia e vejo Cole de costas com uma meninas em seu colo. Novidade? Não. Sinto meu sangue ferver e cerro meus punhos.
   — Iz... — ouço Mel me chamar, porém, ignoro ela e caminho até ele.
  Assim que paro em sua frente, ele faz uma cara de espanto e, logo depois, fecha a mesma. Antes de falar qualquer coisa, tiro a garota de cima dele.
   — Eiiii, me solta. — reclama. — Quem é você, em?
  Não respondo, apenas encaro-a com ódio e ela se cala na hora. Vejo pelo canto do olho o Cole se levantar do sofá.
   — Que porr- — ele não consegue terminar a frase pois dou-lhe um tapa estalado.
  Silêncio. O único barulho que se ouve, é o da música e da galera nos outros cômodos. Todos, nesta sala, estão quietos e com a atenção em nós dois. Fico encarando o Cole que está com a cara virada devido ao tapa. Quando nossos olhos se encontram, sinto um frio na espinha. Seu olhar está rígido. Ele agarrar o meu pulso com um pouco de força e me puxa para algum lugar.
   — Me larga! — tento me soltar dele. — Cole!!!
  Ele não me dá ouvidos e continua me puxando. Suspiro e desisto. Ele abre a porta de um quarto qualquer e me empurra sem delicadeza para dentro do mesmo. Não digo nada. Vejo ele fechar a porta e virar-se para mim com um semblante sério.
— Por que você me deu um tapa? — pergunta enquanto se aproxima de mim. Ele levanta a mão, logo, penso que ele vai me bater e fecho meus olhos com força. No entanto, ao invés de um tapa ou soco, sinto ele passar sua mão delicadamente pelo meu rosto. — Por que, Izzy?
   — Por quê? — repito baixo sua pergunta, já sentindo algumas lágrimas escorrerem pelos meus olhos. — Porque você é um babaca, ridículo, otário, mentiroso...idiota...
  Socava seu peitoral com força e xingava ele ao mesmo tempo. Já estou cansada disso.
— Você prometeu que não ia mais me machucar. — digo com a voz embargada. — E olha só, to chorando por sua culpa DE NOVO.
— Você me pediu um tempo e eu estou te dando. — diz calmo, tão calmo que me deixa mais irritada ainda.
— Cole, eu pedi um pouco mais de tempo para PENSAR, pelo amor de Deus! Eu tava confusa com tudo que estava acontecendo, não sabia o que fazer. — paro de socá-lo. — Eu te dei um tapa porque...porque eu gosto de você, caramba. Eu to apaixonada por você!

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Finalmente ela falou tudo para ele! Mas e agora? Será que ele vai corresponder ela? Vejo vocês nos próximo capítulo 💕 Não esqueçam de votar.

Quem me dera fosse só um "irmão"Onde histórias criam vida. Descubra agora