Inesperado

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    No começo, foi apenas um selinho. Ele aperta mais um pouco a minha cintura e me prensa mais ainda contra a pia. Cole pede passagem com a língua, hesito um pouco mas logo cedo. Lógico que esse não é o meu primeiro beijo, já havia beijado outros caras antes, porém, seu beijo é tão quente e suave... Nossas bocas se encaixam perfeitamente, ele dá umas mordidinhas no meu lábio inferior, fazendo-me arrepiar inteira. O clima está esquentando, quando de repente, a campainha toca. Isso me fez acordar para a realidade e empurrá-lo com força. Onde eu estava com a cabeça? Olho para ele e o desgraçado está com um sorrisinho no rosto, coro violentamente e saio correndo para atender à porta.
   — Oii, amiga. — Mel me cumprimenta sorridente.
   — Oii! Entra. — sorrio de volta. Ufa. Que bom que ela chegou.
   — Cole...oi. — acena, sorrindo envergonhada.
   — Eae. — responde ele. Puxo a Mel pelo braço e fomos ao meu quarto, na verdade, eu arrasto ela até lá.
   — Que foi, menina? Por que tanta pressa??? Aff, queria admirar mais um pouquinho a beleza daquele homem.
     — Mel, preciso te contar uma coisa. Mas você tem que me prometer guardar segredo. — falo meio nervosa. Ainda não absorvi tudo o que havia acontecido.
   — Tá, agora fala logo. To curiosa. — antes de contar, estico meu mindinho e espero ela fazer o mesmo para o nosso juramento. De primeira, ela me olha com cara de "sério?" mas mesmo assim o faz.
   — Então...é que...eu e o Cole...nos beijamos... — falo sem encarar seus olhos.
   — MENTIRA????? AAAHHHH. — assusto-me com o seu grito.
   — Xiuuuu. Fala mais baixo!! — tapo sua boca.
   — Ok...deixa eu ver se entendi. Você beijou o seu irmão, então?
   — Tecnicamente, não. Nós não temos nenhuma ligação de sangue, só somos "irmãos" porque nossos pais pretendem se casar.
   — Hmmm. Achei que não gostasse dele.
     — E eu não gosto mesmo. Mas não vou negar que acho ele lindo como todas as outras garotas. E tê-lo tão perto, foi realmente tentador.
   — Se não gosta dele, por que está tão vermelha enquanto fala dele? Você é uma péssima mentirosa.
   — Claro que não!! Eu não gosto dele!!! — falo já irritada. Eu não gosto dele, né? Foi só um beijo, nada de mais.
     — Tudo bem. É melhor assim mesmo, ele é um otário com as meninas, sempre transa com elas e depois as descarta. Teve uma vez que uma menina se declarou para ele e ele só falou "você foi apenas uma trepada rápida". Vê se pode? Tão lindo mas tão idiota. — me surpreendo com o que Mel contou. Se eu fosse essa menina, com certeza teria chorado horrores. Tadinha. — Agora, vamos começar o trabalho logo.
   Depois de umas 2 horas, terminamos o bendito trabalho. Ouvimos vozes lá embaixo, deduzo serem dos meninos.
   — Quem chegou? — Mel me questiona.
   — Os amigos de Cole.
     — Vamos descer, por favorzinho. Nate está lá também, não está?? — faz uma cara de cachorrinho abandonado.
   — Ai, tá bom, sua chata. — levantamos e descemos.
   — Oi, meninos. — cumprimento eles e sorrio de forma amigável.
   — Eaee. — respondem em uníssono. Os olhos de Tom brilham ao nos ver.
   — Não sabia que aqui era o paraíso para terem duas deusas.
   — Cala a boca, Tom. Vamos jogar logo. — repreende Cole, se virando para ligar o Xbox.
     — Meninos, a gente vai fazer pipoca. Vocês querem? — pergunto e todos assentem. Puxo Mel, que estava quase babando em Nate, até a cozinha.
    Fizemos pipoca salgada e doce. Voltamos para a sala e nos sentamos. Mel senta entre Nate e Louis, em um sofá. Já eu, sento no outro sofá ao lado de Tom, e Cole está sentado em uma poltrona.
   — Por que não assistimos um filme? — Mel sugere.
   — Ótima ideia. Mas qual? — Louis questiona.
   — TERROR!! — falo animada. Mel faz uma cara de quem comeu e não gostou. Não só ela, como Tom também.
   — Por que não comédia? Ou ação? — olho para Tom com graça, ele está com medo?
     — Larga mão de ser medroso, cara. Vamos ver se tem algum filme de terror daora. — diz Cole. Todos concordamos, porém Tom e Mel continuaram resmungando.
   Optamos por um filme de exorcismo. No meio do filme, Tom sai, dizendo que ia ao banheiro. Ele realmente está com medo? É só um filme. Sinto o sofá afundar ao meu lado, olho e Cole está ali, fico meio desconfortável com a sua proximidade mas não falo nada. De repente, sinto uma mão na minha nuca. Ele começa a fazer cafuné em mim, com isso, me sinto mais à vontade. Já está quase no final do filme, Mel está agarrada em Nate de medo e Louis está dormindo. Eu permaneço aproveitando o cafuné. Do nada, o ser ao meu lado se aproxima de mim e sussurra bem perto de mim.
     — Estou me segurando ao máximo para não te dar outro beijo. — me arrepio todinha com a sua voz rouca no meu ouvido.
   Sinto uma mão quente na minha coxa esquerda. Epa, que palhaçada é essa?? Afasto sua mão praticamente na hora, ouvindo ele bufar. Tom, que até agora não havia voltado, dá sinal de vida.
   — Voltei.
   — Esperou o filme acabar lá em cima? — Cole zoa ele, rindo alto. — Você é um cagão mesmo.
   — Vai se ferrar, cara.
   — O filme já acabou? — pergunta Louis, sonolento.
     — Você dormiu o filme inteiro. — Mel responde desacreditada. Ela ainda está segurando o braço de Nate, safadinha.
     — Acho melhor já irmos. — Nate fala e os outros concordam.
   Nos despedimos deles. Agora, só há eu e Cole na sala. Sozinhos. Estou um pouco nervosa com sua presença, então, decido sair logo dali. Quando me levanto, sua mão me puxa de volta, fazendo-me ficar por baixo dele no sofá.
   — Você ainda não me deu outro beijo. — Cole diz enquanto segura meus pulsos.
   — E nem vou dar. Me solta. — ele ri, balançando a cabeça e me encara.
   — Diga que não quer me beijar.
   — Eu não quero te beijar!
   — Izzy...você tá querendo mentir para mentiroso? Sério?
     — Não to mentindo, seu babaca. — viro o rosto, não querendo encarar aqueles olhos cinzas intensos.
    Sinto uma respiração no meu pescoço e em seguida, um beijinho. Me arrepio até o último pelo.
     — Seu corpo diz o ao contrário disso.
   Quando ia responder, ele me rouba um beijo. Acabo cedendo e meu corpo já está fervendo. Ele solta um dos meus pulsos e desce-o até minha bunda, dando um apertão na mesma. Agarro sua nuca, intensificando mais o beijo e fazendo-o sorrir com a minha atitude. Nos beijávamos ferozmente quando sinto algo duro roçando em minha coxa. Ele está de pau duro?? Ele desce a outra mão dele até a minha intimidade molhada. Ó céus, eu não estou pronta. Empurro ele com força e subo correndo para o meu quarto. Estou ofegante. O que tinha acabado de acontecer? Caralho. Preciso de um banho. Saio do banheiro usando apenas um camisetão e me jogo na cama. Fico relembrando do nosso beijo e fecho meus olhos.

Quem me dera fosse só um "irmão"Onde histórias criam vida. Descubra agora