Reciprocidade

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Eu...eu realmente me declarei a ele? Okay, estou morrendo de vergonha. Eu explodi tanto que nem consegui pensar direito antes de falar. Céus, Izzy!
     — E-er...tipo, não é qu- — não consigo concluir a frase pois ele me puxa para um abraço um tanto quanto apertado. — Cole??
     — Eu... — fecha seus olhos e inspira fundo. — acho que também gosto de você, Iz.
     Beleza, eu definitivamente preciso começar a usar aqueles aparelhos auditivos. Eu escutei certo? Ele...ele gosta de mim também? Okay, ele não tem certeza disso, mas já é um progresso, né? 
     — Tá falando sério? — pergunto abrindo um sorriso bobo. Ele assente. — Mas você disse que a nossa "relação" tinha que ser sem sentimentos...
     — Não sei quando comecei a sentir isso por você. Talvez esse lance de se envolver sem sentimento tenha sido só uma desculpa para eu continuar ficando com você. — sorri de ladinho. Arregalo um pouco os olhos de surpresa.
     — Não acredit- — interrompe-me com um beijo caloroso. Fechei os olhos aproveitando aquele momento.
     — Eu to viciado em você, Izzy. — diz com a sua voz rouca, tornando-o mais atraente ainda. Voltou a me beijar e, o clima, já estava esquentando.
    Cole me prensa contra a parede e me beija ferozmente. Uma de suas mãos aperta a minha cintura e a outra sobe até o meu pescoço, enforcando levemente o mesmo. Sinto o seu membro já ereto roçando em mim, deixando-me mais excitada ainda. Desço minhas mãos até a barra da sua camiseta afim de relar em seu abdômen por baixo da mesma, no entanto, o toque irritante do meu celular nos interrompe.
     — Droga. — tento afastá-lo de mim, mas ele não se mexe um centímetro. — Cole, eu preciso atender.
     — Ignora. — aproxima seus lábios perfeitos dos meus.
     — Pode ser o meu pai... — insisto. Ele bufa e se afasta de mim.
    Desencosto da parede e tiro o meu celular do bolso. Vejo quem está me ligando e, é, realmente, que bom que eu não ignorei a chamada.
     — Alô, pai?
     — Izzy, cadê você???? Já são 2 da madrugada! — responde bravo e ao mesmo tempo preocupado. Meu Deus, havia esquecido completamente do horário.
     — Pai, — tento pensar em alguma desculpa. — a gente tava assistindo filme e nem percebemos a hora passar. Desculpa. To voltando para casa agora.
     — Okay, não demore. — suspira e desliga. Merda, justo agora.
     — Eu preciso ir, meu pai está preocupado comigo.
     — Ele não sabe que você veio para cá? — nego. — Continua sendo a filhinha do papai.
     — Eiii! Não sou filhinha de papai. — faço uma cara emburrada.
     — Enfim, vamos. — vira-se para a porta.
     — Vamos? Como assim? Você pode ficar aqui e aproveitar a festa. Ainda tá cedo e-
     — Não tem porquê eu ficar aqui se você não vai estar. — pisca um olho. — Vem, eu to de carro.
    Não consigo segurar a vontade gigantesca de sorrir ao ouvi-lo dizer isso. Estou sonhando? Voltamos à sala onde estávamos e encontramos a galera.
   — Izzzzzz, — Sam me chama um pouco alterada. — onde você tav-va??
   Solto uma risadinha por ela ter se embolado um pouco no final.
   — Tava em um dos quartos daqui. Eu estou indo para casa, okay? Meu pai me ligou meio puto comigo.
   — Tá b-bom. — me dá um abraço desajeitado. — Depois me conta o que houve entre v-vocês.
   Aponta para mim e para o Cole. Concordo em resposta e me despeço de todos. Não vi a Mel nem o Nate, já até imagino o que devem estar fazendo.
   Saímos da festa e caminhamos até o o seu carro, o qual não estava estacionado tão longe.
   — Você quer conversar sobre nós? — questiona-me enquanto dirige.
   — Ah...eu acho melhor a gente ter essa conversa amanhã. — olho para ele que está com os olhos fixos na estrada. — Daí, teremos mais tempo e calma.
   — Certo. — foi a última coisa que disse. Permanecemos em silêncio o resto do caminho.
   Abro a porta sem fazer barulho para não acordar o meu pai e a Mandy, no entanto, foi em vão. Fico em choque ao vê-lo sentado no sofá da sala esperando a minha chegada.
     — Oi, pai. — "por favor, não brigue comigo", imploro mentalmente. — Você não precisava me esperar acordado.
     — Precisava sim. — diz sério. — Cole?? Estava com a Izzy?
    Merda, tinha me esquecido completamente disso. É, estou ferrada.
     — Não é isso...é que... — tento pensar em alguma desculpa, mas nada vem a minha cachola. Papai está de braços cruzados encarando-me e esperando por uma explicação.
     — A Izzy me ligou pedindo para buscá-la na casa da amiga dela. — Cole responde por mim. — Assim, você não ficaria mais preocupado ainda.
    Nossa. De fato, ele é um ótimo mentiroso. Ouço meu pai soltar um longo suspiro.
     — Tudo bem. Izzy, espero que isso não se repita. Você me deixou preocupado.
     — Desculpa, papai. — abaixo a minha cabeça.
    Ele me dá mais um pouco do seu sermão e eu apenas concordo com a cabeça. Cole já havia subido para o seu quarto, até porque ele não precisa ouvir isso. Quando papai finalmente termina de falar, despede-se de mim e volta ao seu quarto.
    Eu estava prestes a abrir a porta do meu quarto quando sinto alguém agarrar a minha cintura.
     — A gente vai sair amanhã, tá? Fique pronta às 15:00. — diz baixo e por último, me dá um beijo lento antes de voltar para o seu quarto.
    Entro no meu quarto exausta e feliz. Ainda não consigo acreditar que estou de "rolo" com ele. Esse seria o termo adequado para o que temos? Okay, isso não importa. O importante é o fato de que os meus sentimentos são correspondidos. Pensando nisso, capotei.

{ Dia seguinte }
    Desperto-me extremamente animada. Afinal de contas, teria um encontro hoje. Tá, não é exatamente um encontro, mas vou passar um tempo com o Cole, irei conhecê-lo melhor. Caminho até o meu banheiro onde lavo meu rosto, escovo os dentes e tomo um banho. Ainda são 10 da manhã. Se estou ansiosa? Muito. Visto uma roupa qualquer e desço.
    Chegando na sala, encontro todos menos o Cole. Ué?
     — Bom dia, querida. — Mandy sorri carinhosamente para mim, fazendo-me sorrir de volta. — Sente-se, o café tá pronto.
     — Bom dia, filha. — papai me cumprimenta normal, ufa. Pelo menos ele não está mais bravo.
     — Bom dia, pai. — junto-me a eles à mesa. — Cadê o Cole?
     — Imaginei que perguntaria. — Mandy solta uma risada fraca. — Ele foi à oficina consertar algo em seu carro.
     — Hmm. — apenas digo e começo a comer.

{ Algumas horas depois }
    Neste exato momento, estou aguardando inquietamente a chegada do Cole. Já havia almoçado e me arrumado. Estou usando uma saia jeans cintura alta, um cropped branco com alguns detalhes e um tênis preto. Fiz uma maquiagem bem básica e prendi o meu cabelo em um coque mal feito. Não sabia para onde íamos, então coloquei algo casual. De repente, escuto o meu celular tocar.
     — Alô?
     — Cheguei. Vem aqui na frente. — respondo um "to indo" e ando apressadamente até lá.
     — Oi. — digo tímida enquanto fecho a porta do seu carro.
     — Você tá linda, como sempre. — preciso nem dizer que eu me derreti, né? Ele se inclina em minha direção e me dá um selinho rápido.
     — Para onde vamos? — questiono curiosa vendo-o dar partida no veículo.
     — Logo verá. — dá um sorriso divertido. — Relaxa, você vai gostar.

Quem me dera fosse só um "irmão"Onde histórias criam vida. Descubra agora