A festa

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     — Então quer dizer que você não vai à festa, Iz? — Tom questiona-me triste. — Por quê?
     — Uns problemas aí. Nada de mais. Prometo ir na próxima!! — sorrio fraco fingindo estar triste e olho para a Sam que pisca para mim. 
    Estamos na mesa da cantina conversando. A festa é hoje. Estou ansiosa e nervosa com o plano da Sam, espero que não dê errado. Apenas Mel não está na mesa, pois ela tem que entregar um trabalho para o professor.
     — E a Mel? Ela vai?
     — Sim!! Essa é sua chance de ficar com ela, para de ser bunda mole, Nate. — diz Sam fazendo todos nós rirmos.
     — Cole, você vai lá em casa antes, né? — Ele assente em resposta. Isso!!!!! Comemoro mentalmente.
     — Cara, vai ter tanta gata lá...por isso que eu amo festas. — Tom comenta animado.
     — Uma pena a Iz não ir, todos os garotos iam babar nela. — Sam diz, olhando para mim sorrindo travessa. Logo, Cole me lança um olhar duro e fala.
  — Aham, tá. Mais fácil eu virar padre. — faço uma cara de quem não ligou para o seu comentário, mas, por dentro, estou bem chateada.
  — Vai se foder, babaca.

{...}
    Cole havia saído há uns 20 minutos para ir na casa do Louis com os meninos. Hora de colocar o plano em prática.
  — Papai, posso dormir na casa da Sam hoje? Vamos fazer uma noite das meninas... — faço uma cara de cachorrinho abandonado.
  — Sam? Quem é? É da sua sala? Quero falar com os pais dela.
  — Bruno, deixe a menina. Ela tem que sair também, aproveitar um pouco mais a vida. — responde Mandy, tentando convencê-lo.
  — Tudo bem. Tome cuidado e juízo, mocinha. — assenti toda feliz.
  Subo para preparar a minha mini mochila e mando mensagem para as meninas dizendo que até agora tudo certo. Peço um uber e vou até a casa da Sam.
     — Entra, amiga. Fica à vontade.
  — Uau. Sua casa é enorme e incrível. — falo admirada.
  — Obrigada. — responde uma terceira voz. Olho para atrás e encontro uma mulher loira, deduzo ser a mãe da Sam. — Você deve ser a Izzy. Sou a mãe da Sam, Liana. Mas pode me chamar de tia Lia.
  — Muito prazer, tia Lia! — sorrio. Ela é um amor, agora eu sei de quem a Sam puxou toda essa simpatia.
  — Tá bom, mãe. Agora a gente vai se arrumar para a festa. — fala e me arrasta até o seu quarto.
Entramos e lá estava a Mel, tentando escolher uma roupa.
  — Meninas, estou em dúvida. Não sei qual usar.
  — Relaxa. Eu já resolvi tudo. — responde Sam. — Mel, você vai usar essa saia branca com esse top listrado. Iz, você vai usar essa saia preta de couro com esse body bordo de renda. E eu vou usar esse vestido tubinho aberto nas costas.
  — Essa saia não é muito justa e curta? Não vou parecer uma piriguete? — pergunta Mel receosa.
  — Você vai ficar gostosa, isso sim. — concordo com Sam.
  — Não se preocupe, Nate vai amar. — falo rindo. Ela, por sua vez, corou violentamente.
  Após tomar banho, passar maquiagem, arrumar o cabelo, colocar a roupa e o salto, estamos todas prontas.
  — Uau. — solto surpresa. Estamos muito lindas.
  — Se eu fosse homem, eu pegava. — Sam fala rindo.
  — Vamos, a festa já começou. — Mel fala e assentimos em reposta. Hora da festa.
  Pedimos um uber e fomos. Chegamos lá e está lotada. Som alto, pessoas se beijando no quintal, bebendo e rindo. Meu Deus.
  — Prontas? — assentimos para Sam e caminhamos até a entrada.
  Entramos e havia muitas pessoas ali. Dançando, bebendo, fumando, beijando, conversando, jogando e até mesmo transando. Santo Deus. Sam chega com três copos cheios, quando ela tinha saído??
  — Vamos bebeeeeer!! — rio da sua animação e nós três viramos os copos vermelhos com tudo. Aquilo desce rasgando a minha garganta, mas logo sinto meu corpo inteiro se esquentar. Que sensação boa.
  — Iz??? — olho para a pessoa e encontro Louis e Nate. — Achei que não viria.
  — Oii, meninos. Mudei de ideia. — respondo sorrindo.
  — Cadê o resto? — pergunta Sam.
  — Estão no sofá, vamos lá.
Seguimos eles. Mal cheguei e já vi coisa que não queria. Ashley aos beijos com o Cole no sofá, na verdade, estão quase se engolindo ali. Ridículos.
     — IZZY!!! — olho para Tom e cumprimentei-o. Neste momento, Cole empurra com tudo a Ashley e olha para mim bravo.
     — Que porra você tá fazendo aqui? — pergunta e me agarra pelo braço com certa força.
     — Me solta!! Você tá me machucando.
     — Cole, chega! — Sam se intromete. — Precisamos conversar a sós. VEM.
    Ela puxa ele e pisca para mim, ufa. Volto à rodinha e começamos a conversar. Bebemos e rimos muito, eles até me oferecem um baseado, porém recuso o mesmo. Vejo Sam e Cole vindo. Ele está com a cara fechada e ela está sorrindo vitoriosa. Parece que deu tudo certo. Está na rodinha, eu, Tom, Nate, Mel, Sam, Louis, Cole, Ashley e as duas amigas dela. Todos nós já estamos alegres e gargalhando bem alto, o que não era um problema porque o som está muito mais alto.
     — EU QUERO PUTARIAAAA! — grita Tom meio alterado. — Vamos jogar verdade ou desafio.
     — Issooooo. — concordamos.
  Louis gira a garrafa e cai para Nate.
     — Verdade ou desafio?
     — Desafio. — fala confiante.
     — Pega a Mel agora. — manda sorridente. Finalmente!
    Ele olha para ela e espera uma resposta. Ela sorri tímida e concorda corada. Que dúvida. Ele vai até ela e se beijam. Ficam uns 5 minutos assim, depois ele volta ao seu lugar com um sorrisinho bobo nos lábios. Foi a vez dele de girar a garrafa, cai para uma das amigas da Ashley. Ele desafia ela a ficar com o Tom. Praticamente todo mundo se pegou. Até que cai para ele.
     — Verdade ou desafio, Cole? — questiona a amiga da Ashley.
     — Desafio. — fala fazendo ela sorrir maliciosa.
     — Desafio você subir com a Ashley para um dos quartos e fazê-la gozar em 5 minutos.
    Arregalo os olhos com o desafio. O quê? É sério? Olho para ele e este sorri de ladinho, pegando Ashley pela mão. Não acredito. Ela, por sua vez, me lança um olhar que diz "eu avisei". Nojenta. Aguardamos os 5 minutos e eles descem. Ela está meio descabelada e toda felizinha, ugh. Continuamos jogando, então, por ironia do destino, cai para mim.
     — Iz, verdade ou desafio? — pergunta Sam.
     — Certeza que ela vai escolher verdade do jeito que é medrosa. — debocha Ashley. Mostro meu dedo do meio para ela em resposta.
     — Desafio. — falo determinada.
     — Desafio você a beijar o Louis enquanto rebola em cima dele. — sorri maliciosa.
     — QUÊ???? — grita Cole.
     — Cole, não se mete. Vai, Iz. — ai, Sam...você me paga.
  Vou até ele, sento em seu colo e beijo-o. É bom, muito bom. Começo a rebolar, logo, ouço assobios e os berros das meninas. Ele aperta minha bunda com força me fazendo gemer entre o beijo.
     — Procurem um quarto para se comerem. — ouço o Cole falar nada feliz.
    Afasto-me de Louis. Quando ia levantar para voltar ao meu lugar, ele me puxa de volta e me dá um selinho. Acho fofo da sua parte. Sorrio toda boba. Sento no meu lugar e sinto alguém me encarando. É o Cole. Olho de volta e ele está com uma cara de poucos amigos. Mas quem liga, né? Jogamos mais um pouco, viramos shots, até que, a víbora gira e cai para mim. Reviro os olhos.
     — Verdade ou desafio, fofa? — fala sorrindo falsamente.
     — Verdade, Ashley.
     — Hmm. Então é verdade que você ainda é virgem? — pergunta rindo em seguida. Meu Deus. Coro com a sua pergunta e logo abaixo a cabeça com vergonha.
     — Não acredito. — ri mais ainda. — Mas faz sentido, quem gostaria de transar com alguém como você? Coitadinha.
    Saio dali o mais rápido que consigo, ignorando as minhas amigas me chamando. Como ela pôde? Me humilhar assim na frente de todos...me sinto um lixo. Cole deve estar rindo de mim também. Aí, por que eu vim para cá? Que saco.
    Vou à cozinha e viro vodka pura com tudo. Sinto minha garganta queimar horrores, isso faz eu engolir o choro. Meu corpo logo esquenta e eu começo a rir sozinha. E então, começa a tocar uma música bem animada, vou à "pista" e danço com pessoas que eu não faço a mínima ideia de quem sejam, só quero me divertir. Rebolo, pulo, rio com o pessoal, faço uns passinhos aleatórios, desço até o chão, até que sinto uma mão na minha cintura.
     — Sabia que você é muito gostosa? — sussurra uma voz rouca no meu ouvido. Viro-me dando de cara com um cara lindo, quase me derreto. Sorrio para ele sem saber o que dizer.
     — Seria muita ousadia minha, se eu te beijasse agora? — nem respondo, só me aproximo dele e beijo-o. Pai amado, que homem. Ele puxa meu cabelo de leve e morde meu lábio inferior de forma sexy, fazendo assim, meu pelos se eriçarem. Está tudo perfeito, até que meu braço é puxado com muita força para trás. Já ia brigar com a pessoa até que...
     — QUE MERDA É ESSA, CARALHO??

Quem me dera fosse só um "irmão"Onde histórias criam vida. Descubra agora