Christopher já dirigia fazia um tempo e eu olhava a paisagem passando através da janela, a conversa com Santos não me saia da cabeça nem a culpa que sentia por ter feito o que fiz. Não o culpo por ter tanta raiva de mim se nem eu mesmo me perdoava, é difícil ser feliz com Christopher sabendo que causei tanto dano a uma pessoa que tanto me ajudou, que eu amei e que sim ainda sinto algo por ele. Tenho medo do que vi nos olhos de Santos e medo que ele faça algo contra mim e principalmente contra meu bebe, eu morreria se algo acontecesse.
- Dul? – Chris me chamou baixinho
- hm?
- Em que esta pensando?
- Nele – disse simplesmente e Christopher ficou em silencio por um tempo mas logo voltou a perguntar
- Você sente muito a falta dele?
- Um pouco. Mas não é nisso que penso
- Em que então?
- Tenho medo que ele me faça algo
- O que ele te disse Dul?
- Ele tinha tanto ódio no olhar
- Me conte exatamente o que aconteceu – ele me olhava sério e calmamente contei tudo a ele e ele parecia tão preocupado quanto eu.
- Dulce – ele me fez olhá-lo – Eu te prometo que nada de mal vai acontecer
- Nós dois sabemos que você não pode me prometer isso - eu dei um sorriso fraco
- Posso e vou meu amor
- Também me sinto tão.... culpada – suspirei – Eu estou aqui, feliz com você, enquanto ele está sozinho, sofrendo e eu o traí Christopher – Chris tentou dizer algo mas foi interrompido – Nada do que diga vai mudar esse fato e querendo ou não ele me ajudou quando mais precisei
- Eu sei, por mais que me doa... não posso negar que sou grato por ele ter cuidado de você mas ele é perigoso e agora temos que nos cuidar ok? - ele pega minha mão e entrelaça nossos dedos
- Está bem – apertei sua mão e a soltei. Abracei meu próprio corpo numa tentativa de passar segurança para meu bebê, ele era minha prioridade agora
- Como está o bebê? – ele me olhou preocupado
- Tudo bem, pode ficar tranquilo e pare de se preocupar tanto – dei língua e tentei descontrair o clima, não adiantava se preocupar tanto se nada poderia ser resolvido
- Me preocupo por que te amo sua ingrata – fez bico
- Tem certeza que você é meu namorado? Acho que você é muito criança pra mim e não sou pedófila
- Quando chegarmos você verá quem é a criança – ele deu um sorrisinho malicioso
- Ai meu deus – dei uma risada – você é um caso perdido
Assim que chegamos a cidade liguei para os meus pais e avisei que iria passar a noite no apartamento de Christopher. Meu pai ficou uma fera mas eles tinham que entender que não adiantaria implicar com Chris, eu estava decida a tentar fazer isso dar certo e sei que ele também.
- Quer comer em algum lugar Dul?
- Estou tão cansada amor, podemos pedir algo
- Claro pequena não sei como você aguentou todo esse tempo de viagem com esse barrigão
- Está me chamando de gorda? – respondi indignada
- Não Dulce – suspirou – estou dizendo que você está com barriga de grávida
- Estou gorda Christopher? – fiz bico
- Você já é complicada naturalmente agora grávida Deus tenha piedade de mim – resmungou baixinho
- O que disse?
- Nada nada.... você está perfeita meu amor – Chris beijou a mão dela – Já estamos chegando
- Ok – bocejou – Quando chegar avisa
- Pode deixar
Assim que chegaram Dulce já estava profundamente adormecida e dava pena acordá-la, sabia quanto ela estava cansada tanto física como emocionalmente.
A peguei no colo e entrei no elevador, entrei no apartamento e a coloquei na cama e fiquei um tempo só olhando pra ela. Dulce tinha um jeito bem infantil enquanto dormia e parecia tão inocente, acariciei seus cabelos comecei a pensar em tudo que Dulce já viveu. Sentia um aperto a cada lembrança que tinha dos momentos tão difíceis de Dulce apesar de que os piores momentos eu não estava. Teria que conviver eternamente com a culpa.
Dulce abriu os olhos e sentiu o sol forte em seu rosto, olhou para o quarto e começou a lembrar de tudo que havia acontecido. Parecia que tudo havia sido um pesadelo, fechou os olhos respirando fundo, as vezes tinha vontade de dormir e não acordar mais.
Sentiu alguém entrar no quarto e abriu os olhos
- Bom dia meu amor – Ucker foi até a cama dando um beijo em sua testa
- Bom dia – deu um sorriso fraco – Já vai trabalhar?
- Sim tenho algumas coisas pendentes no escritório amor
- Entendo - tentei esconder meu desanimo
- Dulce você sabe que se dependesse de mim eu ficava sempre contigo não é - ele acariciou meu cabelo, me olhando um pouco preocupado
- Eu sei – forcei um sorriso – Não se preocupe vou ficar bem
- Qualquer coisa me ligue
- Ok, bom trabalho! – gritou um pouco antes de ouvir o barulho da porta se fechando e voltar a deitar na cama, a solidão voltando a se fazer presente, abracei o travesseiro e fechei os olhos voltando a dormir
Acordei no meio da tarde e fui comer... estava morrendo de fome.
Comeu alguma coisa e foi assistir tv, passando os canais sem prestar atenção em nada, desde ontem uma vontade a perturbava
Sempre havia conseguido controlar a vontade de usar droga, ela sempre estava ali mas Dulce sempre conseguia lutar contra ela
Mas a vontade estava aumentando
O Desejo de esquecer tudo, de ser feliz
A felicidade que só a droga lhe dava...
Abracei meu próprio corpo tentando me confortar, lutando contra o próprio conflito interno....eu precisava de droga, simplesmente não dava para aguentar sozinha!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dulce María Drogada e Prostituída (VONDY)
FanfictionA vida não é como vemos nos livros, filmes e novelas nada é cor de rosa, as pessoas não são perfeitas e nem o príncipe encantado vai te resgatar... mas antes de me julgarem quero contar meu passado, minhas escolhas e o que me levou até aqui... Me ch...