47 - Internação

115 9 1
                                    

Tinha pegado uma grana com minha mãe e fui comprar droga, eu não estava pensando direito, só queria a droga e pronto.

Me lembrei de anos atrás como eu e Christopher nos drogávamos e sempre prometíamos um ao outro que seria a última vez, que não perderíamos o controle e que não estávamos viciados mas tudo isso foi uma mentira que contávamos para nós mesmos.

Fui a boca de fumo que conhecia nos tempos que viemos por essa regiao, minha mãe não tinha me dado muito dinheiro e eu não tive coragem de pedir mais. Não conseguiria explicar pra ela o que faria com o dinheiro.

Na boca de fumo encontrei alguns antigos amigos que mudaram pra ca há mto tempo, eles pareciam não ter mudado muito, só estavam mais magros e pareciam mais velhos. Mas ainda pareciam pessoas super autoconfiantes quando na verdade as coisas não eram assim, os viciados são tão carentes de atenção e afeto e sempre procuram na droga as coisas que não conseguem.

Meus amigos ficaram felizes quando contei que Christopher tinha saído dessa e voltado a estudar. Eles queriam fazer o mesmo um dia, contei que ia me internar e falei do meu bebe.

Eles tentaram me impedir no começo de comprar a droga, não me queriam de volta nessa mas eu falei que era minha despedida e que ia me internar em breve. Eles acabaram aceitando, era minha despedida das drogas e de uma forma irônica me sentia feliz de fazer parte daquela turma de novo.

Comprei heroína daquela queria viajar por muito tempo.

- Pronta pra sua viagem ruivinha?

- Estou pronta – virei o rosto enquanto ele preparava a droga e furava meu braço

- Essa é da boa, se prepara pra viajar muito garota – o ouvi dizer antes de aplicar em mim e comecei a sentir uma tranquilidade que há muito não sentia.

Fiquei andando com meus amigos por um bom tempo, sentia uma sensação de poder e de estar acima de tudo, sentia falta disso.

Eu parecia tão tranquila e calma que era difícil perceber que eu estava drogada.

Meus amigos me deram mais uma dose como um presente de despedida e sensação de bem-estar continuou por algumas horas.

Já estava amanhecendo quando voltei pro hotel, eu me concentrava em ir de poste em poste para chegar lá, comecei a sentir muita náusea e calafrio, estava ficando cada vez mais difícil andar e eu me esforçava muito. Acabei vomitando no meio do caminho, a ressaca da droga era forte e sinceramente pensei que ia morrer.

Cheguei no hotel e passei o mais rápido que pude pela recepção, bati na porta do quarto desesperadamente, com medo de vomitar no corredor mesmo.

Minha mãe abriu a porta e pude ver que ela não dormiu

- Pelo amor de deus Dulce onde você estava? – ela perguntou mas eu ignorei e fui direto pro banheiro e me tranquei lá, ignorando seus apelos e os gritos do meu pai, eu só sentei no chão e pedi pra que aquela merda acabasse logo.

Fiquei no banheiro um bom tempo, esperando que aquela ressaca passasse.

Meus pais desistiram de tentar falar comigo depois de um tempo, principalmente depois de me ouvirem vomitar.

Tomei um banho e fui pra cama, apaguei em segundos.

Quando acordei minha mãe estava em uma cadeira em frente a cama dormindo, acho que ela estava me esperando acordar, vê-la toda torta com a cara cansada me fez sentir um pouco culpada, sinto meu bebê se mexer e aquilo realmente me doeu, eu coloquei em risco a pessoa que eu deveria proteger, sei que foi errado mas se eu pudesse e se não estivesse grávida sabia que faria de novo, por que eu queria sentir aquela sensação mais uma vez.

Dulce María Drogada e Prostituída (VONDY)Onde histórias criam vida. Descubra agora