64 - Fim p.1

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- Não machuca minha mãe! – Lipe correu em minha direção e isso distraiu Santos

A porta foi aberta em um estrondo

Santos se preparou para atirar

E eu não pensei duas vezes e me atirei contra ele tentando impedi-lo

O barulho de tiros tomou o ambiente

Santos deu alguns passos em direção a porta mas caiu logo em seguida, não muito distante de mim....

Eu ouvia gritos vindos de todos os lugares

E senti uma dor aguda no meu estomago, não conseguia me mexer e vi Lipe bem perto de mim chorando. Chamando meu nome, mas parecia impossível conseguir falar... a dor era grande demais. Sentia o ar me faltar.

- Chamem uma ambulância! – escutei a voz de Christopher – Dulce foi baleada, alguém ajuda rápido! – Christopher gritava descontroladamente - Dulce não faça nenhum esforço – Ele se aproximou de mim, seu rosto preocupado – Eu não deveria ter te deixado vir sozinha, não deveria ter esperado – ele segurou meu rosto entre as mãos, eu tentava falar mas não saia nada. EU estava agonizando, eu sentia minha roupa toda molhada. Era meu sangue – Por favor Dulce, não me deixe logo agora que nos encontramos de novo... – eu olhava pra ele e pro Lipe, ele pareciam tão aflitos e aquilo realmente me angustiava. Ele percebeu o meu olhar e falou com a voz embargada  – Eu vou cuidar dele ate você ficar boa, por que você vai ficar eu prometo – ele beijou a minha testa

- Nós vamos cuidar de você mamãe – Lipe disse entre lagrimas – Mamãe não chora, você está com dor? – ele tocou meu rosto

- Lipe a mamãe se machucou mas ela vai pro médico ficar boa ta? – ele tentou parecer calmo – Você me ajuda a cuidar dela?

Eu assistir a tudo com o rosto coberto de lágrimas. A ambulância estava chegando, eu podia ouvir o barulho mas a minha visão já estava embaçada e eu estava lutando para continuar de olhos abertos. Lipe olhou pra mim e pra Christopher e o abraçou

- Ajudo – ele foi pro colo de Christopher e eu não vi mais nada.

POV Christopher

Eu não sei onde eu estava com a cabeça em concordar em deixar Dulce ir se encontrar com Santos sozinha. Desde que ela havia mandado a mensagem dizendo com a localização eu senti que algo ia acontecer. Dul havia pedido para que ele esperasse 2h  depois do horário combinado para ir no local com a policia, seria tempo suficiente para ela chegar lá e ter se certificado de que seu filho ficaria seguro. Mas ela não pensou em nenhum segundo em se proteger. 

Quando ele viu Dulce se jogando em Santos para que ele não atirasse nele. Eu vi tudo em câmera lenta, ele atirando nela e ela caindo no chão. Ele nem se abalou e foi em sua direção mas foi atingido pelos tiros dos policiais... eu só conseguia olhar para Dulce no chão e a poça de sangue que se formava, nem percebi meus próprios gritos pedindo para chamarem a ambulância, era tudo tão surreal.

Minha história toda com Dulce passando em minha cabeça, eu não podia perde-la agora, eu tinha tanto pra dizer, tantos erros pra concertar, Dulce estava começando a viver e ela não podia simplesmente morrer agora não era justo. Eu olhava pra ela caída ali e sentia que alguem estava tirando parte de mim. Eu me sentia impotente e culpado. Tentei ser o mais forte por Felipe, não conseguia imaginar o quanto ele estava sofrendo e parecia que estávamos tentando nos segurar um no outro. Eu cuidaria dele por Dulce.

Fui no carro junto com Felipe, ele não deu uma palavra mas dava para ouvir que ele chorava baixinho, liguei para os pais de Dulce e ouvi com pesar os gritos de Alma. A mãe de Dulce já tinha sofrido demais, não merecia isso, ele nunca se perdoaria por ter deixado isso acontecer.

Horas intermináveis na sala de espera

Nenhuma Noticia

Lágrimas silenciosas

Promessas e arrependimentos

Tudo que nunca foi dito, todo um turbilhão de emoções ocupava a sala. Felipe estava no colo da avó que se agarrava a ele e tentava parar de chorar para não assusta-lo mas era tudo em vão. Lipe estava lá, ele viu mais do que qualquer criança deveria ver, seu pai e sua mãe no chão de uma casa, baleados... aquela cena dificilmente seria esquecida.

Dulce tinha que ficar bem. Por que ela sairia dali e ele garantiria que ela nunca mais sofreria de novo. A compensaria por todo o sofrimento que a tinha causado e provaria seu amor por ela uma e outra vez. Por que eu a amo como nunca amei ninguém na minha vida e a possibilidade de perdê-la o mataria por dentro.

O médico apareceu, um ar sério e de preocupação estampado no seu rosto e eu não consegui respirar por um tempo

Dulce María Drogada e Prostituída (VONDY)Onde histórias criam vida. Descubra agora