11° capítulo

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Pov: Clarissa

Enquanto conto os acontecimentos da noite anterior, Soninha e Ju não desgrudam os olhos de mim um único segundo. Encontram-se embevecidas com tantas emoções em uma só noite. Minhas amigas desistem do cinema e resolvem, então, ir a minha casa para uma visitinha. Estão eufóricas com o novo morador.

– Chegamos! – saúdo Bastiana quando entro na sala. Ela está limpando os móveis com uma flanela e nos observa desabar nos sofás.
– Oi, Bastiana! – Soninha a cumprimenta.
– Oi, menina, como vai a sua mãe? – pergunta sem deixar de limpar.
– Ela está bem. Temos uma nova encomenda e ela já começou a fazer... – minha amiga diz visivelmente orgulhosa.

Ju faz caretas para mim como se dissesse Vai! Pergunta onde ele está! O que está esperando? Retribuo a careta com Calma! Olha o coração! Dou uma respirada básica para iniciar os trabalhos e, enfim, pergunto:
– Onde está todo mundo, Bastiana? – mordo o lábio inferior, já tensa.
– Seu pai foi trabalhar, ora! – diz emburrada. – A menina Izabelle saiu e o menino Alec ligou pra dizer que ele mais a patroa chegam amanhã.
Ah, Deus! Por que será que Bastiana é tão lenta?! Eu disse todo mundo! Respiro de novo e sou mais específica dessa vez:
– E o Jace? Onde está? – Ju pisca para mim e diz Ok só movendo os lábios.
– Tá na piscina. Mas vê se ocê não vai aperrear o menino com prosa besta. Ele precisa de sossego! – resmunga. – Vou assar um bolo pr'ocês comerem.
– Bastiana! – eu chamo quando ela já está caminhando em direção à cozinha. – Te amo! – dou um sorriso para ela que abana uma mão em minha direção como se dissesse Diacho! Ocê me chamou pra isso? Não tem mais o que fazer? e vai assar seu bolo.
Minhas amigas acham graça e se voltam para mim. A ideia de ir para a piscina imediatamente nos parece tentadora. Elas, porém, estão sem biquíni. Vestimos o mesmo tamanho, então eu vou emprestar a cada uma um conjunto meu para darmos um mergulho. Pedir discrição a elas é um pouco demais, principalmente se tratando de Ju, mas eu acho que pode ser divertido.
Subimos as escadas com destino ao meu quarto e após uma pequena busca em minhas peças de vestuário, encontro os biquínis. Jogo em cima da cama, onde minhas amigas estão deitadas.
– Ai. Meu. Deus! – Ju exclama abrindo os braços para o teto e sorrindo. – O Jace está aqui!
– Eu também não estou me contendo! – Soninha emenda, abafando um grito com a mão e agarrando uma almofada com a outra.
– Ei! Psiu! – repreendo. – Quietas vocês duas! Estão loucas?! Querem colocar tudo a perder?
– Lógico que não, amiga... – Soninha senta na cama e fica séria. – Já não basta eu com problemas sentimentais...
– Vai me dizer que você ainda não conversou com o Nando?! – pergunto surpresa.
- Do que estão falando? Atualizem a amiguinha, por favor! – Ju também senta e observa Soninha com um olhar curioso.
– Ainda não... – solta um suspiro e se dirige a Ju. – Depois falamos disso! Agora nosso foco é outro! Ja-ce! – ela diz fazendo um coração com as mãos. Jogo uma almofada em cima dela e todas rimos.
– Por falar em homem gato... – Ju suspira. – Que falta faz aquele seu irmão nessa casa, hein! Gente, me abana! Ele é um deus! Ai ai ai... – a parte do abana fica por conta dela mesma.
– Ele chega amanhã! Não vai demorar nada para essa casa estar bombando com os dois maiores deuses do bairro! – entro na brincadeira dela.
– Vou apresentar algum bombeiro a você! – Soninha provoca e Ju dá de ombros.
– Se for gato, amiga... Tá valendo! – damos uma risada ao mesmo tempo. A Ju não tem jeito!
– Preciso é encontrar o homem certo. Sou mulher pra casar!
– Hummmm...! – Soninha e eu exclamamos ao mesmo tempo.

Trocamos de roupa e vamos até a piscina. Ela fica nos fundos, em um espaço grande. É toda de azulejo azul, bem tradicional. Próximos à borda esquerda, há três conjuntos de mesa com cadeiras e guarda-sóis.
Jace está no primeiro deles, deitado em uma das espreguiçadeiras, lendo um livro. Só de avistá-lo de longe, minhas pernas ameaçam ficar bambas e o coração começa a bombear com mais força. Muita descarga de adrenalina deve estar sendo lançada pela minha corrente sanguínea porque meu rosto esquenta imediatamente. E não é por causa do sol. O calor tem relação direta com a minha visão de um homem , vestindo uma sunga preta e todo trabalhado em músculos proporcionais. O peito, sem nenhum pelo, brilha com as gotas d'água restantes do último mergulho. O cabelo claro está molhado, jogado para trás. Uma das pernas de Jace está com o joelho dobrado, onde ele apoia o livro. Vou abrindo caminho à frente das meninas, reunindo toda a minha coragem para me aproximar.
Estou orgulhosa do meu biquíni da moda com estampas em tom azul. Gosto de azul. É uma cor que me favorece. Caminho tentando demonstrar segurança a mim mesma, mas tenho a impressão de que se eu ficar em pé bem ereta, minhas pernas vão tremer a olhos vistos. Mantenha o foco, Clarissa! O foco! Mas Jace é o foco que me agita e que faz meu barquinho ficar à deriva outra vez num mar agitado. É a ansiedade de avistar o porto seguro que faz meu barquinho perder o controle.
– Oi. – digo simplesmente, o arrancando da leitura.

Jace, a princípio, me olha surpreso. Essa surpresa vai dando lugar a um nítido embaraço. Ele passeia os olhos rapidamente sobre mim e desvia o olhar para as meninas, sorrindo.
– Oi, garotinha. – beija minha testa. Na testa, Jace?! Depois dos nossos beijos trocados?! Chega a ser patético.
– Você se lembra das meninas? – estendo minha mão e as apresento agora já crescidas. – Essa é Ju e essa é Soninha.
– Como vai, Jace? – Soninha é a primeira a cumprimentá-lo com beijos no rosto e Ju a segue.
– Nossa, como vocês cresceram! – parece constrangido. – Estou me sentindo o tiozão aqui...
– Quem me dera ter um tio feito você! – Ju mal completa a frase e é atingida pelo cotovelo de Soninha. Ela geme e Jace ri.
– Obrigado pelo elogio! – continua rindo. – Isso é um elogio, não é?
– Vamos dar um mergulho? – proponho a fim de encerrar o assunto. Um dia, Ju ainda me mata de vergonha.

Minhas amigas concordam com o mergulho, balançando a cabeça afirmativamente e eu ponho minha toalha e o protetor solar em cima da mesa vazia ao lado.

Jace volta a sentar, coloca os óculos de sol e encosta a cabeça na cadeira. Eu sinto. É claro que eu sinto! Seus olhos estão pousados em mim. Imagino quantos sentimentos podem estar misturados dentro dele agora. Deve estar se culpando por desejar a antiga irmãzinha. Ao mesmo tempo, se sente incapaz de levantar e ir embora. Fuja se for capaz . Mas ele não foge. Ele provavelmente examina cada movimento meu... Segue cada curva do meu corpo, guarda na mente cada detalhe.
Sorrio. Jace é o foco que me agita, que faz meu barquinho ficar à deriva outra vez num mar agitado. É a ansiedade de avistar o porto seguro que faz meu barquinho perder o controle. Podemos dominar o mundo. O nosso mundo. Ele e eu.




Gente lembrando que a história não é de minha autoria, eu somente adapto ok?
Bjs até a proxima🤚💕

doce inocência (clace)Onde histórias criam vida. Descubra agora