17º capítulo

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Pov: Clarissa

   Ainda estou paralisada diante da cena. Meus amigos da escola, minha família e jace estão em volta da piscina. Pequenas luminárias estão instaladas em vários pontos, iluminando o ambiente e dando uma atmosfera íntima. Bolas brancas, rosas e vermelhas estão penduradas em toda parte.
    Caminho com a ajuda de Ju e Soninha. André vem vindo logo atrás.
    Há uma tenda com uma enorme mesa de frutas, frios e petiscos.
     Meu pai e Alec estão parados logo à frente e eu já consigo ver o interior da piscina. Dentro dela, pétalas de rosa da mesma cor que as bolas boiam na superfície. Tudo impecavelmente lindo de se ver.
      Todo mundo está batendo palmas para mim e a vergonha me domina. Não vejo a hora de me aproximar e ir cumprimentar as pessoas para que tudo isso acabe logo.
      – Ah, Alec! – me atiro nos braços do meu irmão, enquanto meus amigos se misturam aos demais presentes. – Obrigada! –Jace  está nos fundos da área da piscina e eu posso vê-lo com os olhos pousados sobre mim.
      – Oh, minha bonequinha grande! – meu irmão me aperta nos braços e me dá beijos estalados nas bochechas. – Você cresceu! Que droga! – diz sorrindo.
      Meu pai se aproxima e me acolhe em seus braços protetores. Acredito não haver no universo alguém que o ame mais do que eu. Fecho os olhos e inspiro todos os bons sentimentos que ele me desperta.
      – Parabéns, minha filha! – exclama beijando minha testa. – Que você possa só colher frutos bons de tudo aquilo que planta!
      – Muito obrigada, pai. Por tudo... – agradeço olhando em volta. – E por essa festa linda também. Eu não esperava...
       – Quanto a isso, não agradeça a mim. Agradeça ao jace. – meu pai revela. – Ele foi o responsável por tudo isso aqui.
      Meu queixo acaba de cair no chão. Como assim Jace  fez isso tudo sozinho? Agora as coisas começam a fazer sentido. Segredinhos com minhas amigas na piscina, surpresa pela manhã no meu quarto e até mesmo, sumiços durante o dia, por que não?
       Eu não posso deixar de admirar as tentativas desesperadas de Jace de querer resgatar nossa velha amizade e manter uma postura natural quanto a essa relação diante das pessoas. Todos sabem o quanto nós dois sempre fomos ligados, isso não é segredo para ninguém. E uma festa toda vinda dele, preparada por ele, não desperta nenhuma estranheza.
      Enquanto cumprimento os convidados, observo jace conversar ao longe. Impecavelmente bem vestido e com um copo de bebida na mão. Ele ri de alguma coisa que disseram e joga a cabeça para trás, completamente à vontade. Eu nem preciso fechar os olhos para sentir o perfume dele em minha memória olfativa. É como uma marca carimbada na conexão que o leva aos meus estímulos cerebrais. É como uma droga que invade e destrói meus neurônios e me causa dependência. Cada dia mais apaixonada. Cada dia mais abobalhada... e com problemas motores.
      Minha mãe se aproxima e me cumprimenta rapidamente.Izabelle está animada e se aproxima me abraçando e implicando comigo como sempre, mas eu não consigo levar nada do que diz a sério. Minha irmã precisa ser objeto de estudo. Só acho.
     Ganho presentes, mimos, cartões e todo tipo de lembrança carinhosa que alguém gostaria de receber. Abraços apertados e beijos cheios de afeto.
      Sinto um cheiro narcótico se aproximar e levanto o queixo na direção. A pessoa que me deu o maior presente da noite está diante de mim. Não havia conseguido chegar até ele e até esse momento, eu não tinha dado conta de como estava ansiosa por isso.
      – Isso é pra você. –Jace  diz sorrindo e estende para mim um pequeno buquê de flores-do-campo naturais nas mãos.
     – São lindas... – não desgrudo meus olhos dele. – Obrigada. E... obrigada por tudo isso aqui. Acho que nunca vou conseguir agradecer o suficiente!
     – Eu sei como você vai conseguir agradecer... – diz me fitando e sorrindo travesso. – Você não quer me dar um abraço?
      – É claro que sim! – eu o envolvo em um abraço e me sinto viva de novo. – Muito obrigada pela surpresa! Eu estou realmente muito feliz! – levanto o rosto e me afasto. – Como você conseguiu fazer tudo isso tão rápido? – aponto a movimentação a nossa volta.
      – Digamos que eu tive sorte em conseguir todo o tipo de ajuda. – ainda está sorrindo.
       –Clarissa! Vem aqui rapidinho! – André aparece entre mim e Jace, de repente, nos assustando. Ele me puxa pelo braço e eu o acompanho.
      Olho para trás, ainda sendo puxada e vejo Jace nos observando. Mãos nos bolsos e seu velho maxilar contraído. Ele está... com raiva. Meu copo de bebida vazio é substituído com frequência por outro cheio e eu já começo a sentir as consequências disso.
     Meu vestidinho branco e de alcinhas delicadas, já está manchado de alguma porcaria qualquer. Após a música ao vivo por conta de Ju, cortamos o bolo delicioso que D. Vanda fez. E eu estou agora em uma roda de amigos, envolvida em um papo bastante animado. Vez por outra, procuro por Jace e o encontro conversando com Alec. Seus olhares para mim são de censura, mas eu não estou me importando. Meu cérebro começa a perder o controle de alguns comandos e eu me sinto tonta. Muito tonta.
      Levanto meu copo para ele e o saúdo à distância. Já é madrugada, a música já foi desligada e minha família não está mais presente no quintal. Não há sinal de Bastiana e só uma roda de amigos homens se mantém aqui comigo. Soninha e Ju também já foram embora.
      – Por que não esticamos a noite em um barzinho aqui perto? – André propõe e eu acho a ideia muito boa.
      – Ge-ni-al! – digo cambaleando para o lado dele e me apoiando em seu ombro.
      – Você não vai a lugar algum! – sinto uma mão segurar meu braço e parte da bebida que está em meu copo, derrama sobre meu vestido. Todos parecem um pouco chocados com a intromissão.
      – Ah, Jace! Qual é?! – estou rindo. Eu es-tou rin-do! Sinto uma vontade louca de gargalhar na cara dele.
      – Pessoal, a festa acabou! – Jace diz sério, enquanto me segura e aguarda que todos saiam. – Batam o portão, por favor! – Eu começo a rir descontroladamente. Velho! Ele é um velho caretão!
      – Você não pode fazer isso... Eu estou me divertindo! – embolo as palavras. Por que a minha língua demora a me obedecer? Será que eu também estou com problemas de fala? Volto a rir.
      – Venha, vamos entrar! – Jace me apoia e tenta me conduzir.
      – Ah! Jace, me solta! – falo alto e o empurro com o que me resta de forças.
       Meus braços desabam um de cada lado do meu corpo. Jace me solta e eu vou cambaleando pela casa até as escadas. Por onde eu passo, ele fecha as portas e apaga as luzes. Eu chego aos pés da escada e tropeço. Rapidamente sinto mãos me ampararem.
       – Você não aguenta beber! – a voz dele chega de muito longe aos meus ouvidos. – Por que você fez isso?!
      – O que você tem com isso?! – esbarro em seu rosto, quando levanto a cabeça.
      – Fale baixo! Estão todos dormindo! – ele diz sem paciência, ainda me segurando. – Ou melhor, cale essa boca!
      Recomeço uma nova crise de riso. Minhas pernas estão bambas e não sei se eu posso subir mais um degrau da escada. Elas falham e Jace segura meu corpo com mais firmeza. Pouso minhas mãos em seu peito forte e convidativo.
       – Você não tem forças nem para ficar de pé! – está me encarando. – Se eu não estivesse por perto, sabe-se lá o que poderia acontecer com você em uma hora dessas!
      Minha cabeça está rodando... rodando... rodando... O rosto de
Jace, às vezes, parece perder o foco. Mas que droga! Meu eu com juízo grita lá dentro de mim. Ele está certo! Não estou acostumada a beber. Por que eu fiz isso?! Devo estar pagando o maior mico de todos da minha vida! Mas o meu eu com problemas psiquiátricos, diz que preciso me atirar nos braços desse homem e transar com ele até o dia amanhecer. Sim, eu disse transar. Fazer amor é para as menininhas que não são capazes de dar o que pensa que quer! E eu quero. Eu quero... agora. É claro que o álcool etílico alimenta meu eu com problemas psiquiátricos. Esse eu é loucamente corajoso e não mede consequências. Tampouco, está preocupado com o senso de qualquer ridículo que uma pessoa plenamente capaz, dentro de suas faculdades mentais, se importaria.
      – Não sou mais uma garotinha para ser vigiada... – mordo meu lábio inferior enquanto tento fixar o meu olhar sobre o dele.
      Tento abrir sua camisa com violência e acabo arrancando o primeiro botão que estava fechado. A pele exposta do peito dele é convidativa para minha boca que se apressa em explorá-la com a língua. Sinto a tensão dos músculos de Jace em minhas mãos, entre as minhas pernas... Ele tenta me soltar, mas sabe que se fizer isso, eu vou desabar no chão.
      – Clarissa, você está bêbada! Pare! – sou sacudida pelos ombros. – Você enlouqueceu?! – ajeita a camisa toda amassada, ainda me sustentando com as mãos e com o próprio corpo. – Vem, vou levá-la até seu quarto... – tenta me ajudar a caminhar. Subo o restante dos degraus e paro para encará-lo de novo.  
      – Só se você quiser dividi-lo comigo hoje... – solto uma risadinha por causa da expressão de espanto dele.
      – Se me fizer essa proposta novamente, posso não me responsabilizar pelos meus atos! – não consigo avaliar a veracidade do que foi dito.
      – Posso propor de novo se você quiser... – seguro o queixo dele e beijo a covinha discreta que tem no queixo.
      – Se um dia... – Jace está me segurando pela cintura, me olhando diretamente nos olhos. – Se algum dia eu vier a tê-la... No dia seguinte, você terá que se lembrar de cada detalhe do que aconteceu... – diz cada palavra pausadamente para que eu possa assimilá-las. E eu continuo sem condições de interpretar qualquer entrelinha.
       – Ah, é...?! - sem que ele possa esperar, ataco sua boca com a minha, provocando-o com a língua, derrubando sua resistência, minando suas forças. Entre as minhas pernas, sinto toda a sua rigidez e inclino meu corpo para frente, me oferecendo para ser sua. Nenhum sinal de perigo soa em minha mente. Jace corresponde ao meu beijo, enfeitiçado, seduzido... Não há perigo. Não há alerta. Não há possíveis interrupções. Eu sou dele. Eu me findo nele. Ele e eu. Ele. A urgência se desfaz num piscar de olhos. O calor esfria lentamente... As minhas mãos despencam do peito dele. O meu corpo desaba para trás e a escuridão completa me domina. Sou dominada pela escuridão e ela faz de mim um ser que viaja... no nada.

Eai gente...desculpem a demora pra postar e não desistam de mim🥺
E desculpem os errinhos tbm fiz na pressa. Espero que gostem e não se esqueçam de votar e comentar oque acharam, bjs até o proximo✌🏼😙

doce inocência (clace)Onde histórias criam vida. Descubra agora