capítulo 7 - boarding school

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pov sina
Noah me fez bem, bem mesmo. Eu estava precisando conversar, estava me sentindo presa aos meus sentimentos.
Chego em casa quando já estava anoitecendo e vejo meu pai na porta me esperando.
- Sina...quero lhe pedir desculpas minha filha. Não quero que fiquemos brigados. - ele fala me abraçando. É sempre a mesma coisa, ele nos machuca e depois paga uma de "arrependido".
- Tudo bem pai. - falo retribuindo o abraço. A verdade é que eu sempre aceito para que ele não desconte em minha mãe, é horrível ter medo do que ele pode fazer enquanto não estou em casa.
Minha mãe estava sentada vendo algum programa na televisão e Paige, nossa funcionária, preparava o jantar.
Me joguei na cama com a sensação de alívio.
pov noah
Sina permaneceu na minha cabeça pelo resto da noite. Ela não era só gata pra caralho, ela também era uma boa pessoa. Eu realmente a julgava pela forma como age na escola, mas as aparências enganam.
Ela é fria por fora mas extremamente quente por dentro.
- - -
Acordo com o barulho do despertador e me levanto com um pouco de relutância para me arrumar para ir pro colégio.
Josh e Bailey ainda não estavam na porta, o que me deu alguns minutos para fazer hora no celular.
Termino de comer e escuto finalmente os berros de Josh.
- A margarida apareceu! - Bailey exclama ao me ver na porta.
- Não fode May - falo em resposta.
- Como foi ontem com a Deinert? - Josh pergunta com um sorriso malicioso no rosto.
- Ainda não rolou nada - respondo fazendo biquinho - mas ela vai na sua festa sábado.
- Nada de transarem no meu quarto. - ele diz fazendo com que eu e Bailey começássemos a rir.
- E como foi com a Shivani? - eu pergunto mudando o assunto.
- Vamos fazer nossa parte hoje, ontem ela estava ocupada. - May passa a mão no cabelo - agora só falta o Beauchamp tomar coragem com a Any e seremos três homens felizes.
Josh mostra o dedo do meio para Bailey que levanta os braços em sinal de rendição.
pov sina
Ao chegar na escola percebo um grande alvoroço e sem entender pergunto a Sabina o que estava acontecendo.
- Sina, promete não surtar? - ela fala olhando para as garotas.
- Claro, o que aconteceu? - pergunto preocupada.
- A empresa do seu pai comprou o prédio da escola e... - a Any começou, se envolvia meu pai eu já sabia que era algo que me deixaria irritada.
- ...vão transformar nossa escola em um internato. - Sofya completa.
- O quê? Um internato? - eu pergunto nervosa.
- Sim, e pelo visto nossos pais já sabiam faz um tempo mas foram instruídos a não falar. - Shivani fala apontando para nossas mães que estavam sentadas conversando.
- PORRA ELES QUEREM SE LIVRAR DA GENTE - eu falo exaltada - era só o que me faltava, morar nesse inferno.
- Pelo menos teremos todos os finais de semana livres. - Joalin fala encostando em uma parede - e devemos ter algum horário que seja permitido sair.
- O que tá acontecendo? - Bailey pergunta juntamente com Noah e Josh.
Noah sorri ao me ver e eu retribuo discretamente.
- Estão transformando essa porra de lugar em um internato. - Diarra diz.
Uma mulher alta e elegante pega um microfone no meio da aglomeração e se identifica como representante da empresa.
- O nosso objetivo é fazer com que vocês se dediquem a escola cada vez mais, abriremos aulas extracurriculares e proporcionaremos todas as acomodações necessárias. - ela começa a se explicar.
No fundo eu sabia o porquê daquilo, meu pai não pediu desculpas pelo tapa mas sim por querer me trancar de segunda a sexta nesse inferno. Eu sei que ele queria me ver fora de casa, de modo que eu não pudesse interferir nas brigas dele com minha mãe, como esse homem é baixo.
- As acomodações ficaram no segundo, terceiro e quarto andar e os quartos serão divididos por duplas, haverão duas alas em cada andar: a feminina e a masculina. - algumas pessoas vaiaram - As demais informações estão nestes folhetos que estamos entregando. Vocês terão até hoje a noite para trazerem seus pertences e devido a isso não teremos aula hoje.
Vejo meu pai ao longe conversando com alguém na porta da escola e vou até ele.
- Você está fazendo isso tudo para me manter fora de casa? - pergunto nervosa.
A pessoa com quem ele está conversando se afasta deixando nós dois conversarmos.
- Fala baixo Sina, não foi essa a criação que te dei. E sim, você não tem que se intrometer nos assuntos meu e de sua mãe.
- Se você queria me ver fora de casa era só comprar um lugar para eu morar porra, tinha que transformar esse inferno num internato?
- Tarde demais, esse prédio tinha bastante salas desocupadas. Busque suas coisas para trazer para cá.
Eu saio nervosa e sinto alguém segurar meu braço.
- Precisa conversar Sina? - era Noah.
pov noah
Vou com Sina até o prédio no qual conversamos ontem, durante o caminho ela não falou uma palavra se quer.
Chegando no alto, ela retira um maço de cigarro do bolso e acende, percebi que sempre que ela está nervosa ela faz isso.
- Porra, ele quer me prender no lugar que eu mais odeio no mundo. - ela fala tragando o maço a primeira vez - ele quer me ver fora de casa.
- Você acha que ele compraria uma escola e gastaria tanto só por isso? - pergunto pegando o maço que Sina me ofereceu.
- Aquele homem é perverso. Eu não vou dar descanso para ele nem mais um dia.
- Você já não é muito fácil Deinert. - ela abre um sorriso fraco com o que digo - e ele terá o que merece de uma forma ou de outra.
Tiro o folheto do bolso e a mostro que uma das aulas extracurriculares era dança.
- Era o mínimo que ele podia fazer.
Eu penso em confortá-la com um abraço mas decido apenas entrelaçar nossos dedos.
- Vai ficar tudo bem.
Sinto que ela fica mais calma.
- - -
Voltamos para a escola e Sina se junta às suas amigas e eu aos meus amigos.
- Onde você estava Urrea? - Josh pergunta preocupado.
- Fui dar umas voltas. - falo arrumando meu cabelo.
- Temos que buscar nossas coisas. - Bailey fala desanimado.
- Não pensei que moraria no inferno tão cedo - eu respondo - achei que teria que esperar até minha morte.
Os dois riem e eu acompanho. Nós três saímos em direção às nossas casas.
pov sina
- Está mais calma Si? - Any pergunta.
- Estou...eu acho. - respondo dando de ombros.
- Estava olhando as listas de divisão dos quartos e nós duas estamos juntas! - Heyoon fala animada.
- Que ótimo Yoon. - falo sorrindo.
Todas nós nos dividimos para irmos buscar as coisas em casa. Eu entro rapidamente sem cumprimentar meus pais e alguns amigos que estavam rindo no sofá.
Pego algumas coisas no quarto e saio sem dar nenhuma explicação.
- Filha... - minha mãe me chama.
- O que foi mãe?
- Você vem no final de semana? - ela pergunta sorrindo fraco.
- Tenho compromisso. - respondo friamente me virando e voltando para a escola.

𝐭𝐡𝐞 𝐨𝐧𝐥𝐲 𝐞𝐱𝐜𝐞𝐩𝐭𝐢𝐨𝐧 | noart Onde histórias criam vida. Descubra agora