pov sina
Terminamos de arrumar tudo às 05:30 da manhã, todos estavam exaustos e precisando de descanso. Fui a primeira a acordar mais ou menos às 10h, estava morrendo de fome.
Desci até a cozinha para ver o que tinha na geladeira. Peguei a massa de panqueca que havia sobrado e fiz algumas panquecas para meus amigos e para mim. Fui de quarto em quarto os chamando para comer.
- Bom dia sininho. - Noah fala sorrindo ainda com os olhos fechados quando o cutuco para ir tomar o café da manhã.
Filho da puta, ele sabe que esse sorriso dele é irresistível. Eu juro que tentei resistir à Noah Urrea e falhei miseravelmente. O que eu queria saber era o que eu deveria fazer, eu deveria contar para minhas amigas? Ele contaria para alguém? E se ele tivesse apostado e mentiu para mim? Não importa, já era tarde demais.
Na mesa os olhares estavam sobre nós. Com certeza perceberam que sumimos na mesma hora mas ninguém perguntaria diretamente.
- Ontem foi maravilhoso! - Any diz olhando para Josh que sorri sem graça. - Só de pensar que daqui algumas horas estamos voltando para a escola...
- Quase me esqueci que agora a gente mora no quartel general. - respondo mordendo desanimada um pedaço da panqueca.
- Pelo menos as aulas extracurriculares vão começar, teremos alguma distração. - Joalin fala enquanto prendia seu cabelo que caía no rosto atrapalhado a comer.
- O problema nem é voltar para a escola e sim voltar a ver a cara da Savannah, puta que pariu que garota insuportável. - Sabina afirma revirando os olhos.
- Vocês viram a cara dela quando o Noah falou aquilo? - Sofya repete a feição de Savannah no momento e Noah solta uma risada.
- Coitada da sua namoradinha Urrea. - digo fingindo estar triste.
- Está falando sobre você mesma na terceira pessoa? - ele pergunta se referindo a mim como namorada dele e minhas amigas me lançam um olhar malicioso.
- Seu caminhãozinho é muito pequeno para Sina Deinert, tente novamente. - Bailey fala fazendo com que Noah jogasse um guardanapo amassado nele.
- - -
Às exatas 17h os motoristas da escola vieram nos buscar. Passamos a tarde toda arrumando nossas coisas e no pouco de tempo que sobrou dormimos sabendo que passaríamos o resto do domingo voltando com nossos pertences para nossos quartos.
- Bem-vindos de volta ao inferno! - exclamo pegando minhas coisas no porta-malas.
Meu pai conversava com a diretora na porta e ao vê-lo procurei desviar para evitar falar com ele.
- Filha, me acompanhe por só um minutinho. Tudo bem garotas? - ele me chama e em seguida se redireciona com um sorriso forçado para minhas amigas.
Noah olha para mim como se perguntasse "precisa que eu faça alguma coisa?" e eu apenas neguei com a cabeça.
- O que você quer? - pergunto ao meu pai que muda totalmente sua expressão ao se virar de costas para meus amigos.
- Me trate com respeito, ainda sou seu pai. - eu apenas cruzo os braços encarando-o - Sua mãe e eu vamos passar um tempo na Alemanha e queríamos lhe ver antes que fôssemos.
Minha mãe se aproximou me abraçando. Meu pai obviamente ainda tinha assuntos pendentes por lá quando nos mudamos para os Estados Unidos. Apenas retribuí o abraço da minha mãe conseguindo sentir a tamanha falta que aquele abraço me fazia. Naquele momento eu só queria contar para ela tudo que está acontecendo na minha vida e escutar o que ela tinha para me dizer.
A única coisa que ela disse para mim foi: "sentiremos saudades mas logo vamos voltar, você ao menos vai perceber". Pela primeira vez depois de muito tempo ela parecia feliz, minha mãe nunca quis ir embora da Alemanha e retornar para lá pelo pouco tempo que fosse a lembrasse dos bons momentos dela com meu pai. Ela tinha esperanças de recuperar essa merda de casamento.
Retornei para dentro da escola e coloquei minhas coisas no meu quarto. Peguei um maço de cigarro e meu celular e fui até a parte de trás da escola onde estavam o campo de futebol e as arquibancadas.
Acendi o cigarro observando o nada enquanto minha mente estava confusa e cheia de pensamentos. Eu sentia tanta pena das tentativas falhas de minha mãe. Eu sentia tanta pena das minhas tentativas falhas.
Meu celular vibra e esboço um sorriso fraco, era Noah perguntando onde eu estava. Respondi que estava na arquibancada e ele chegou em poucos minutos.
- Quer conversar? - ele pergunta se sentando ao meu lado.
- Hoje podemos apenas pensar em algo que não seja meu pai? - perguntei fazendo com que ele retirasse seu celular e fones de ouvido do bolso.
- Coloca Deinert. - ele pede sorrindo para que eu colocasse o fone em meu ouvido, tocava "My Kind Of Woman" do Mac DeMarco.
Oh, querida
Ah, cara
Você está me deixando louco
Me enlouquecendo de verdade
Mas não me importo com isso
Não é nada demais
Contanto que esteja ao meu lado
Só nós dois
Você é meu, meu, meu, meu tipo de mulher
- Era para ser uma indireta? - pergunto para Noah que cantarolava.
- Veja como quiser. - ele responde sorrindo.
Passamos algum tempo ali sem falar nada, apenas curtindo a melodia das músicas. A nossa paixão pela música era a mesma apenas expressada de maneira diferente.
pov noah
Quando retornei para meu quarto, Bailey e Josh estavam conversando e assim que cheguei fui bombardeado de perguntas sobre o que aconteceu na festa.
- Noah Jacob Urrea você não vai conseguir mentir para a gente. - Bailey diz semicerrando os olhos e cruzando os braços.
- Você e Sina... - Josh começou e eu o interrompi. Não conseguia mentir para meus amigos por muito tempo e preferi falar antes que a conversa prolongasse.
- Sim, satisfeitos? Agora me deixem em paz.
Os dois comemoraram pulando em cima da cama.
- Esse é o nosso garotinho. Cresceu tão rápido. - Josh fala me abraçando.
- E como foi? - Bailey perguntou erguendo uma sobrancelha sorrindo.
- Foi só sexo, nada de novo. - é lógico que eu não admitiria tão cedo que aquilo foi realmente marcante. Sina não é igual às outras. Aquela garota está me deixando hipnotizado.
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𝐭𝐡𝐞 𝐨𝐧𝐥𝐲 𝐞𝐱𝐜𝐞𝐩𝐭𝐢𝐨𝐧 | noart
Fanfiction"𝗒𝗈𝗎 𝖺𝗋𝖾 𝗍𝗁𝖾 𝗈𝗇𝗅𝗒 𝖾𝗑𝖼𝖾𝗉𝗍𝗂𝗈𝗇" noah urrea é o cara mais popular da escola. sina deinert é a típica garota rebelde e esquisita. seria improvável, mas os dois tem mais em comum do que esperavam.