pov sina
- E aqui é o banheiro. - meu tom de voz deixava explícito o quanto estava constrangida. Meu pai não tem o direito de chamar um garoto que mal conheço para dormir na minha casa e pior: me panfletar como um prêmio. O que me confortava nisso tudo era saber que Henry é uma pessoa decente.
- Sinto muito por essa situação. - ele estava tão constrangido quanto eu. - Merda, eu odeio ter que te fazer passar por isso.
- Tá tudo bem. Não é você que está tentando prostituir sua filha para fechar negócios. - soltei uma risada irônica. - Oh Henry, é claro que eu posso te chupar, como posso negar isso para o filho do sócio do meu papai.
Nossa risada ecoou pelo corredor vazio e gélido.
- Você é diferente do que eu pensei. Esperava encontrar uma metidinha realmente disposta a me chupar se eu pedisse. - dei um tapa leve no ombro do garoto que soltou um "ai" baixinho. - Fico feliz que você não é assim.
- Fico feliz que você não é como eu pensei também.
Meu celular vibrou no meu bolso e o peguei rapidamente. Tentei disfarçar o sorriso e falhei miseravelmente."Manda um beijinho pro meu homem!"
- Noah? - Henry perguntou sorrindo fraterno e inclinando o pescoço na direção do celular.
- Finalmente você acertou o nome dele!
- Tenho que saber o nome do meu futuro marido! Lógico, se vocês derem errado.
Fingi estar brava pela ameaça dele mas não aguentei por muito tempo.
- Ok, eu tenho que admitir que tem fortes chances de vocês se casarem. - mostrei a mensagem e Henry jogou o cabelo.
- Aí estão vocês! Seu pai quer falar com você. - meu pai interrompeu se redirecionando ao garoto do meu lado entregando o celular para o mesmo.
- Espero que você esteja se comportando. Esse menino é a chave para um contrato importante. - seu semblante era intimidador mas eu não tinha medo dele.
- Só estou te ajudando com isso porque cumpriu sua parte do combinado. - cruzei os braços. - Mas se ele fosse um babaca eu realmente não me importaria com seu contrato "papai".
- Sou um homem de palavra Sina.
- O celular senhor. - Henry entregou o celular ao meu pai que sorriu e se afastou em direção à sala. - Ele me dá calafrios.
- E com razão. - afirmei sem tirar os olhos da direção na qual meu pai havia saído.
- - -
- Querida... - a voz suave da minha mãe ecoou docemente pelo meu ouvido. Antes que ela pudesse continuar a envolvi em um abraço carinhoso. Seu sorriso de canto aqueceu meu coração. - Já está na hora de acordar!
- Não posso dormir nem por mais uns cinco minutinhos? - cobri meu rosto com o travesseiro que pouco tempo depois já estava do outro lado do quarto, jogado pela minha mãe que ria com minhas tentativas falhas de ganhar minutos extras. - Isso foi um não né?!
- Daqui a pouco o possível sócio do seu pai vai chegar. Precisa ficar pronta.
- Vou ter que fazer a minha melhor atuação de boa filha. - os dedos da minha mãe acariciavam meu rosto.
- Você é a melhor filha que alguém poderia ter. Te vejo na sala de estar?
Assenti com a cabeça e ela saiu do quarto. O foco agora era encontrar no meu armário alguma roupa que dissesse "sou uma garotinha adorável". Tive que abrir todas as gavetas em busca do meu vestido mais adorável possível.Dei os últimos retoques em minha maquiagem que consistia em um blush leve e um pouco de gloss. Escutei vozes vindas da sala.
- Querida, estes são o senhor e a senhora Miller. - meu pai anunciou passando um dos braços pelos meus ombros.
Coloquei um sorriso o mais real possível no rosto e estendi minha mão em direção ao casal. O senhor Miller foi o primeiro a apertar sorrindo. Henry chegou um pouco atrasado terminando de ajeitar as mangas de sua blusa.
- Oi meu bem. - a mãe do garoto deu um beijo em sua bochecha.
- O almoço está na mesa. - a empregada anunciou para a felicidade geral.
Henry estendeu seu braço para que o acompanhasse até a mesa. Achei tanta formalidade entediante. O meu pai, pelo contrário, só faltava dar pulinhos de alegria.
Suspeitava de que receberia questionamentos durante aquela refeição de negócios e não estava errada.
- Meu filho te elogiou imensamente. - a senhora Miller falou enquanto levava o copo de suco em direção aos lábios. Henry corou instantaneamente.
- Ele é muito agradável senhora. - falei com um ar meigo, estava evidente para quem realmente me conhecia que eu estava forçando aquela situação ao máximo.
Meu pai sorriu para mim em sinal de aprovação. Todo aquele fingimento estava embrulhando meu estômago.
- Vocês dois formariam um belo casal, não acha? - o pai do loiro perguntou e eu não segurei a risada, assim como Henry. - Estou falando sério.
- Pai, eu e Sina somos só amigos. - ele explicou calmamente.
- Por enquanto... - meu pai deu uma piscadinha para meu amigo. Dessa vez foram os nossos pais quem riram.
O almoço em sua maior parte foi tranquilo, parecia que a sociedade entre as empresas estava certa. Ótimo, minha parte estava feita.
- Foi melhor do que pensei. - comentei com Henry que mexia no cabelo.
- Foi BEM melhor do que pensei. Jurava que sairia casado com você daqui. Meus pais te adoraram.
- Eu fui completamente fiel ao meu papel. Uma verdadeira dama. - segurei a barra do vestido.
- - -
pov noah
Meu nervosismo só aumentava no decorrer das horas. Estava ansioso e receoso com aquela situação. Tudo estava planejado, estava pronto para fazer um discurso brega e fazer a pergunta que eu tanto temia a resposta. Talvez eu estivesse precipitando o que tínhamos, mas eu queria que ela fosse a minha garota.
Sorria comigo mesmo enquanto caminhava em direção ao prédio, faltavam uns 20 minutos do horário marcado. Aquele lugar era especial, era o nosso lugar. A cidade nunca esteve tão linda quanto naquela noite quente.
Escutei passos vindo em minha direção. Minha respiração estava acelerada, Sina Deinert estava ali. Me virei lentamente e estava confuso. Não era Sina, era Savannah!
- O que você tá fazendo aqui? - perguntei incrédulo de como ela tinha achado aquele lugar.
- Então esse é o lugar de vocês? Que patético! - ela revirou os olhos. - Não foi difícil te seguir até aqui, e menos difícil ainda foi escutar você marcando o encontro com aquela garota.
Ouvi passos de mais alguém. Ao menos consegui ver quem era, Savannah avançou sobre mim me beijando selvagemente. Antes que conseguisse me soltar, ela se soltou. Dando a impressão de que era eu quem havia a beijado.
- S-Sina? - Savannah fingiu surpresa enquanto Deinert estava parada incrédula com aquela cena.
- Me desculpem por interromper, já estava de saída. - os olhos dela marejaram antes de se virar rapidamente descendo as escadas.
- Sina! - chamei correndo na direção dela. Aquilo não podia estar acontecendo, tudo estava arruinado.
- Não quero que me procure novamente. - Sina derramava algumas lágrimas. - O pior não foi você me atrair até aqui para me sentir uma idiota, eu sabia que só poderia ser uma armação sua e dela. O pior foi você estragar esse lugar, o MEU lugar. Eu confiei em você Noah, esse foi meu erro.
Eu não conseguia falar nada, estava em choque. Como ela pode pensar que eu seria capaz de fazer isso com ela? Não consegui esclarecer a situação porque Sina foi embora correndo antes que o fizesse. Meu coração doeu... estava despedaçado.
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𝐭𝐡𝐞 𝐨𝐧𝐥𝐲 𝐞𝐱𝐜𝐞𝐩𝐭𝐢𝐨𝐧 | noart
أدب الهواة"𝗒𝗈𝗎 𝖺𝗋𝖾 𝗍𝗁𝖾 𝗈𝗇𝗅𝗒 𝖾𝗑𝖼𝖾𝗉𝗍𝗂𝗈𝗇" noah urrea é o cara mais popular da escola. sina deinert é a típica garota rebelde e esquisita. seria improvável, mas os dois tem mais em comum do que esperavam.