Devemos comemorar?

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E lá estávamos nós. Devíamos comemorar?
De fato, o lugar era lindo. Estava à noite, então as luzes estavam acesas. Estávamos na entrada, onde havia um enorme corredor aberto de pedras que levava ao enorme acampamento. A grama estava molhada e o cheiro de chuva era maravilhoso.
Desde que o atentado à divindade foi oficialmente decretado, todos especulam sobre quem pode ter sido.
Posso não parecer o melhor candidato a algo valente dado ao meu tamanho, minha voz e meu rosto de menino.
Vou falar um pouco sobre mim:
Me chamo King. E não me vejo casando tão cedo. Acho que para nos casarmos precisamos amar aquela pessoa. Acho que precisa ser algo eterno. Não se pode simplismente casar com um desconhecido.
Por isso apoio o arcanjo Mael e a princesa Elizabeth. Eles se conhecem desde pequenos, e é notório o amor entre eles.
Mas o que me intriga é que... Por que me parece um amor não correspondido? Embora a princesa seja educada o suficiente para não dar a desejar sobre suas intenções com Mael, me pergunto por que as vezes ela parece distante? É como se ela estivesse apaixonada. Mas não por Mael.

O brilho nos olhos dela... É estranho.

Não, eu não sou apaixonado pela princesa nem nada do tipo. Só sou muito observador, e por parecer um menino, ninguém me percebe muito, como já disse. Mas eu percebo coisas que... poderia dizer sobre muitos aqui, e arrisco sem dúvida nenhuma que estou plenamente certo. Acho que o atentado....

-Pensando demais? Você não cansa de pensar sr. Halequin? Ser um príncipe deve ser exaustivo, suponho. E ser colocado aqui, apenas por estar presente em um jantar deve ser sufocante. A propósito, onde está seu cavalheiro de companhia? Vejo que está sozinho aqui fora, e.... Ah, desculpe, devo ter parecido um pouco entrometida... - disse a moça de forma atrapalhada enquanto ria educadamente.

-E a senhorita é?... - Pergunto de forma educada. Gostaria de ao menos saber o nome de quem me tirou de meus pensamentos.

-Oh, mil perdões senhor. Não me apresentei. Me chamo Diane. Sou a dama de companhia da Princesa e herdeira Elizabeth. Desculpe atrapalhar seus pensamentos... Está nitido que te incomodei. Vou me retirar. -disse ela sem jeito. E já começando seu caminho.

E foi ai que King percebeu. Ele não havia dito nada. Não ia mentir, ele ficou um pouco incomodado sim. Afinal, estava fazendo seus cálculos e pensando sozinho, como sempre até que uma completa estranha chegou dando suas opiniões e.... Enfim. Ele nunca deixava transparecer suas irritações interiores. Tanto que para todos ele era o menino calmo e perfeito para liderar seu clã, o das fadas. A própria divindade tinha elogios à ele. Então por quê?... A moça... ou melhor, Diane, (que aliás não era desajeitada) percebeu?

Olhando melhor... Ousava dizer que ela era digna de uma princesa. Era alta, seus cabelos castanhos brilhavam sobre as luzes que vinham do chão. Estavam quase soltos, exeto pela trança lateral em sua cabeça. Seus olhos eram diferentes... Eles eram... roxos? Céus, os olhos de Diane eram lindos. Ela não estava com maquiagem alguma em seu rosto, mas mesmo assim sua beleza estava esplêndida. Seu vestido era grande e sem volume um viloleta mais puxado pro azul, e com pequenos brilhos que ficavam lindos sobre a seda. Ela parecia... corada? Foi ai que percebi.

EU ESTAVA ENCARANDO ELA SABE-SE LÁ HÁ QUANTO TEMPO!

Tossi para disfarçar e depois de um longo silêncio (muito constrangedor) eu decidi dizer algo:
- Você não ia?...

- Eu acho que já vou indo. -Disse Diane, ao mesmo tempo que o principe.

-Desculpe... -disseram ambos, novamente, os deixando mais constrangidos ainda.

-Bom, ja vou indo.

-Espere! Eu te acompanho. Já estava saindo mesmo. Estava tão inert em meus pensamentos que nem percebi que todos já haviam entrado. Vamos?

O bem e o mal podem ficar juntos? (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora