007 - O Acidente

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Desaceleração, brusca frenagem...
barulhos, gritos... Vozes inconstantes;
gemidos, sangue... Dores extasiantes
na palidez de estática paisagem...

Sombra atônita, tácita e selvagem
infeccionou os ares instigantes
com medos, fatos, cores perfurantes
e também com fatal e eterna viagem...

Olhos fechados, corpos bem abertos
na avenida dos casos mal cobertos
há flagrantes flagrados por normais.

O tão nobre acidente cotidiano
teve a repercussão mais forte do ano.
Quem disse que os valores são iguais?

Gustavo Valério Ferreira
03/04/2020

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O poema acima, como de costume, é composto de versos decassílabos.

Nenhum recurso novo fora utilizado nele além dos já descritos em poemas anteriores.

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