018 - Fórmulas da Paz

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Assim que acordei mirei no horizonte
dois passos andei e os olhos arderam
senti-me mui mal, meus céus forneceram
um sonho abissal na face simbionte

Pesar, aflição... estou bem defronte
da cruel devoção dos que pereceram
buscando as marés que nunca volveram...
E molho os meus pés no sonho eucarionte...

O que vem depois do ardor rigoroso?
A lua de fel do crasso amistoso?
O tácito audaz com a sua vil máscara?

Cegaram-se dois dos olhos ansiosos
turvaram o mel perante os vaidosos
que pregam a paz na forma de Bháskara.

Gustavo Valério Ferreira
03/04/2020


Observações:

Neste poema se encerra a série de sonetos estoicos ou sonetos ibéricos.

A partir do próximo poema, empregarei técnicas mais apuradas nas composições, reforços de rimas ricas e um ritmo evoluído, bem marcado e constante, que poderá ser observado pelas escansões expostas no escopo de cada capítulo

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