047 - Coitadinha

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De cabelos compridos e pretos
ela vem sufocada e chorosa
caminhando no escuro dos guetos
tão vazia a coitada da rosa...

Fustigada a chorar cianetos
ao luar interdito faz prosa...
Suas lágrimas são amuletos
ante a tácita dor rumorosa...

Coitadinha da triste, daquela
que cresceu e esqueceu de ser bela...
Esqueceu de crescer... De ter brilho...

Coitadinha da Rosa singela
que trabalha a chorar na janela
o fatal acidente do filho...

Gustavo Valério Ferreira
06/06/2020

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