020 - O Vulto Vivo

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O sangue que jorrou morosamente,
marcando um temporal, um infortúnio
foi resultado duma insana mente,
descuido atroz durante um plenilúnio...

O mangue que formou imoralmente
o manto sepulcral dum céu netúnio
foi espelhado numa negligente
ação banal igual a de Levúnio!

Assim o sangue escorre lentamente
sanando a dor e o fel da mátria agente
que sofre mas premia os cães andejos...

No impróprio amor de agir insanamente
arranca o selo e a vida inteligente
do feto que sucumbe aos seus desejos!

Gustavo Valério Ferreira
03/04/2020


Observações:

                 No poema acima consegui evitar o uso de sinéreses, porém, por descuido, deixei que uma sinalefa forçada ocorresse no verso 12.

                     ... No im.pró.pio a.mor ...

                 Na pronúncia do verso tal sinalefa não ocorre, portanto devo considerá-la como violenta, uma vez que "impróprio" soa como se o "u" estivesse presente com força mediana, o suficiente para repelir o "a" de amor para uma nova sílaba. > "im.pró.priu.a.mor".

               Porém, alguns pronunciam essa frase omitindo o último "o" de "impróprio", dessa forma, a sinalefa pode ocorrer: > "im.pró.pri'a.mor".

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