Capítulo 11

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CLEOPATRA PAIGE

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CLEOPATRA PAIGE

Estou no quarto de Justin.

Andei por horas para chegar aqui.

Andei quilômetros em minhas sandálias azuis que corroeram meus pés. Tenho bolhas nos meus calcanhares e minha pele rasgou, escorrendo sangue.

Mas eu continuei colocando um pé na frente do outro. Continuei sangrando e suando no calor até chegar a Plêiades.

Em vez de ir ao chalé, fui até a casa principal e entrei pela entrada de serviço.

Se alguém tivesse me encontrado vagando pelos corredores, em um vestido azul escuro, com pés sangrentos, eu não sei o que eu teria dito a eles. Maggie teria ficado chateada. Se a Sra. S soubesse e eu poderia ser demitida. Mas eu não me importei com isso. Eu não me importei com o trabalho ou a casa que estou tentando recuperar.

Ainda bem que não encontrei ninguém a caminho do quarto dele.

Sua porta estava trancada.

Depois de todo o desastre dele me encharcando de água e tirando minhas chaves, a Sra. S disse que não éramos permitidos no quarto de Justin, a menos que ele fosse o único a nos deixar entrar.

Mas não houve hesitação em mim quando usei o grampo no meu cabelo para entrar.

E agora, aqui estou eu. Tonta, cansada e provavelmente tão pálida quanto um fantasma.

Talvez ele esteja andando de moto agora, fazendo o que ele faz a esta hora da noite. Mas vou esperar que ele volte.

Olho em volta do seu quarto. Parece o mesmo de dias atrás, quando eu estupidamente me escondi em sua banheira.

Mas existem diferenças sutis. Algumas de suas roupas estão espalhadas na cômoda.

Sua mochila está no sofá de couro preto, bem em frente à sua cama king-size. Seu colchão vazio mantém a forma de seu corpo e lençóis escuros amarrotados.

E então, há o livro dele, na mesa de cabeceira.

Ainda em minhas sandálias, dou a volta na lateral da cama e manco para ela. A capa do livro é toda branca, com o título escrito em azul brilhante.

A última vez eu o folheei, mas hoje aproveito o tempo para ler o que tem dentro. Há uma história por trás de quase todas as constelações e logo estou voando pelas páginas.

Não me lembro de estar sentada na cama, mas estou. Bem na beirada, enquanto leio a história de amor de Perseu e Andrômeda. Aparentemente, o céu noturno está cheio delas, histórias de amor. É daí que vem o termo: um amor escrito nas estrelas.

Mais uma vez, não me lembro de tirar minhas sandálias e de me deitar, mas estou. Estou de lado, de frente para a grande janela enquanto continuo lendo.

Bad Boy BluesOnde histórias criam vida. Descubra agora