Capítulo 37

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CLEOPATRA PAIGE

Ele me segue todos os dias.

Toda vez que olho no espelho retrovisor, ele está lá.

Sempre presente, com seu capacete, seu corpo curvado sobre sua moto, fazendo-o parecer tão sexy e completamente masculino.

A primeira vez que eu paro em uma área de descanso porque estou nauseada, Justin também para. Ele me segue até o banheiro feminino e quando eu saio me sentindo um pouco melhor, mas muito cansada, ele me espera com guardanapos e refrigerante.

“Você está sendo ridículo”, eu digo fracamente quando eu termino de limpar minha boca e beber um pouco do refrigerante.

Ele me observa com uma expressão preocupada.

“Acho que você precisa relaxar hoje. Encontre um motel e simplesmente descanse.”

O sol está forte e Justin está diretamente na frente dele, brilhando como uma estrela. Ele está de volta em suas roupas velhas, camiseta escura surrada e jeans desbotados com botas gigantescas.

Olho para ele.

“E eu acho que você deveria estar em outro lugar. Em uma parte diferente do mundo.”

Seus lábios sorriem levemente, mas seus olhos permanecem estoicos.

“Estou exatamente onde eu deveria estar.”

Frustrada, empurro a lata de refrigerante no seu abdômen, derramando um pequeno respingo no processo.

“Bem. Seja desse jeito. Nesta parte do mundo, não há empregadas domésticas.” Eu gesticulo para a camiseta dele. “Você tem que limpar isso sozinho.”

Agarrando a lata, ele encolhe os ombros.

“Acho que posso lidar com isso.”

Acho que ele pode.

Esse é o problema. Ele pode fazer qualquer coisa que coloca na cabeça.

E agora, parece que ele está decidido a me seguir.

Quando paro para comer, ele também para. Quando paro para gasolina? Sim, ele está lá também. Quando eu entro em um motel à noite, ele está logo atrás de mim.

Quanto mais longe ficamos de Biebertown, mais fria fica a temperatura.

O sol está sempre lá, mas está à espreita no fundo.

Como Justin.

Ele não tenta falar comigo ou se aproximar de mim, exceto quando estou ficando doente nas paradas de descanso. Que parece ter diminuído por completo.

O cheiro do meu carro, os assentos de couro, as estradas. Não me assustam mais. Estou de volta a ser eu mesma antes dos meus pais morrerem. Acho que forcei minha fobia para longe.

Bad Boy BluesOnde histórias criam vida. Descubra agora