13- Você é um Babaca

428 36 26
                                    

CAPÍTULO 13|
V o c ê  é  u m  b a b a c a

          Não confiar no manipular, mas confiar no que conta a verdade mesmo não parecendo, o que isso significa? Deitada na cama olhando para o teto, eu repito os enigmas que o Simon me disse tentando entende-los. O manipulador matou o Jace e tentou mata-los, mas o outro está os protegendo a todo custo. Quem são eles?

Droga! Por que eu não consigo entender? Quem são eles, o manipulador-mentiroso e o que-diz-a-verdade-mesmo-não-parecendo? Quem são, quem são? Por que o manipulador busca vingança, o que lhe fizeram? E o que vai acontecer se eu não agir rápido?

Tantos enigmas e perguntas, mas nenhuma resposta.

Já faz horas que estou nisso, mas não consigo desvenda-las. Pensei e repensei, repeti e repeti, mas nada faz sentido. Nada se encaixa. Eu sei que um deles deve ser o Sebastian, mas e o outro? Pode ser o Jules ou outro alguém?

"...Principalmente o de olhos cor de chocolate", a frase ecoa na minha cabeça, me dando uma resposta. Quem mais tem olhos cor de chocolate a não ser o Jules? Eu preciso encontra-lo agora. Mas antes mesmo que eu pudesse sair do quarto e ir falar com ele, o cansaço me pegou, fazendo eu cair no sono.

***

Quando eu estava saindo da sala de jantar, após o almoço, eu acabei trombando com o Jules pelo corredor, o que foi vantajoso para mim, já que eu poderia fazer as perguntas para ele. Durante todo o caminho que fizemos, ele esteve muito calado, ultimamente ele tem estado estranho, sempre muito distante.

— Você está bem? — pergunto a ele enquanto caminhamos.

Seus olhos focaram em mim e ele assentiu com a cabeça. Eu tentei insistir no assunto, mas ele sempre dizia a mesma coisa: que estava bem. Mas eu sabia que alguma coisa estava acontecendo, ele parecia muito distante e sempre muito ocupado.

Naquele dia eu não consegui perguntar a ele sobre nada, nem no dia seguinte e nem nos outros dias. Isso seguiu durante dias. Mas não foi apenas ele que havia sumido, parece que, de uma hora para a outra, todos tinham sumido, todos estavam ocupados. Os corredores do castelo se tornaram mais vazios e frios do que antes.

Eu queria saber o que estava acontecendo, tentei perguntar para qualquer um que achasse pelos corredores do maldito castelo, mas nunca havia ninguém, e se havia, estavam ocupados demais ou sempre me davam respostas vagas.

Eu não consegui visitar o Simon ou achar os meus outros amigos, quando eu entrei pela passagem que havia debaixo da minha cama, eu segui o mesmo caminho que havia feito naquele dia, mas sempre que eu passava pela passagem, era como se aparecia mais e mais uma. Todo o caminho começou a ficar confuso e estranho.

Claro, eu tentei achar o caminho que eu havia caído naquele dia que me levou até o calabouço, eu procurei por todos corredores, refiz o caminho daquele dia depois que havia ouvido a conversa do Sebastian na sala do trono, mas eu simplesmente não achei nada. Nem uma pista.

Se o caminho estava difícil de se achar, nem se fala dos enigmas que tentei desvendar, parecia que a cada de vez que eu repetia, mais lacunas e perguntas apareciam. Mas eu apenas consegui deduzir que o Sebastian e o Jules eram as duas pessoas que o Simon havia falado, mas eu não consegui separar quem era quem.

Como se não bastasse não conseguir desvendar os enigmas ditos pelo Simon e não conseguir achar as passagens, eu não consegui dormir à noite. Eu tive várias noites mal dormidas ultimamente, e, se eu conseguia dormir, eu acordava assustada depois de ter um pesadelo.

Decidida a obter respostas, eu pulo da cama, calçando as minhas pantufas e saindo do maldito quarto gelado. Enquanto caminhava pelos corredores vazios do castelo, pensei no que iria perguntar ao Jules, eu não podia simplesmente chegar e falar: "Ei, Jules, é você que tentou matar os meus amigos, matou o Jace e agora quer me matar e se vingar de alguém?... Ah, não é?... Sinto muito pelo erro. Até mais!" Eu teria que ser discreta, mas como?

Os Reis de Edom | 𝖢𝗅𝖺𝗌𝗍𝗂𝖺𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora