16- Descobertas

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CAPÍTULO 16|
D e s c o b e r t a s


          Neste exato momento eu estou, novamente, procurando pela passagem secreta que leva ao calabouço, eu tenho possíveis teorias sobre os enigmas e quero conta-los ao Simon. Mas primeiro eu preciso encontrar o calabouço, coisa que está difícil.

Com uma vela em mãos para iluminar o caminho, escolho uma das passagens a minha frente, a chama da vela ilumina o caminho deixando à mostra as partículas de poeira que há ali. Parece que essas passagens nunca foram usadas, há poeira e teias de aranha por todo lado, eu me pergunto se o Sebastian ou qualquer outra pessoa sabe dessas passagens.

O som dos meus passos é a única coisa que ouço, eu espero que essa passagem me leve a algum lugar, a maioria que fui sempre era sem saída ou me levava ao começo de tudo, onde eu tinha que escolher um novo caminho que sempre era a mesma coisa. Suspiro ao ver onde ela me levou.

Estou no centro de tudo parece, a minha volta tem arcos de várias passagens, tudo levando a um só lugar: aqui. Olho para todas as passagens, todas são extremamente iguais, eu não sei por qual dessas eu vim e nem sei por qual eu devo seguir. Pânico toma conta de mim, como é que eu vou sair daqui agora? São tantas passagens, e pode haver mais ainda. Muitas escolhas e possibilidades, se eu seguir por todas elas vai demorar muito tempo.

Por aqui, um sussurro me chama, me viro procurando pela voz que chamou, mas não há nada além da escuridão e das passagens. A chama da vela balança pelo vento repentino, quase se apagando, coloco a mão na frente da vela para impedi-a de se apagar.

Venha, a voz sussurra para mim novamente, um pouco hesitante, sigo a voz por uma das passagens. Eu só espero que, seja lá o que ou quem, esteja tentando me ajudando a encontrar o caminho certo. Eu não se dizer se já andei por aqui, já que os caminhos das passagens são quase sempre iguais.

Paro quando mais duas entradas de outra passagem aparece.

Boa sorte, a voz sussurra próximo ao meu ouvido, fazendo um frio na espinha aparecer. Boa sorte, o que isso quer dizer? Encaro as duas passagens a minha frente pensando em qual delas eu devo ir primeiro, escolho a da direita.

A vela ilumina todo o caminho escuro, o que será que eu vou encontrar? O corredor é comprido e parece não ter fim, paro onde estou quando avisto uma porta no final do corredor, ela está fechada, provavelmente trancada. Me aproximo dela e toco na maçaneta, girando-a, que, felizmente, não está trancada.

Abro a porta adentro no cômodo escuro, ele é frio e estranho. Estico o braço fazendo a vela iluminar mais o cômodo, vejo que no canto tem alguma coisa com um pano branco cobrindo-a. Parece ser um espelho grande. Me aproximo dele e tiro o pano que o cobre revelando um espelho empoeirado, porém muito bonito.

A moldura dele parece ser feita de ouro, ele é de um tamanho grande. Grande o suficiente para uma pessoa passar por ele. Passo a manga do meu casaco no vidro do espelho para tentar limpar a poeira que está nele, por que será que esse espelho está aqui embaixo? Ele com certeza não está aqui sem um motivo.

Quando limpo ele um pouco, consigo ver o meu reflexo, ele reflete a chama da vela que está em minha mão, meus olhos curiosos e meus cabelos ruivos que caem em meus ombros. Embaixo dos meus olhos há olheiras, cortesia das noites mal dormidas e do cansaço.

Eu não me lembro qual foi a última vez que eu tive um sono de verdade, nos últimos dias eu não tenho dormido bem, e se tenho dormido, qualquer barulho que seja me acorda, na maioria das vezes eu fico me revirando na cama esperando o sono chegar, mas ele nunca chega.

Depois do jantar eu voltei para o meu quarto e tentei dormir, como tentei, mas a única coisa que aconteceu foi eu ficar me revirando na cama, eu não podia ficar daquele jeito, então procurei uma vela e vim para as passagens tentar achar o calabouço. Mas, adivinha? Eu não achei, o que não é mais novidade.

Os Reis de Edom | 𝖢𝗅𝖺𝗌𝗍𝗂𝖺𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora