19- A Verdade

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CAPÍTULO 19|
A  v e r d a d e


          — VOCÊ TENTOU MATA-LA! — O grito me acorda, fazendo eu me sentar em um pulo, o que foi erro meu, já que a minha cabeça latejou de dor.

Olho assustada para os lados, vendo Sebastian gritando com alguém que está amarrado em uma cadeira, estreito meus olhos para entender melhor o que está acontecendo. As lembranças do que aconteceu me atingem, fazendo eu me encolher na cama em que estou.

Sebastian tinha tentado me matar.

Ele tentou me matar!

— A bela adormecida acordou — Jules, que está amarrado na cadeira, cantarola.

Seus olhos me observam com diversão, eu paraliso quando vejo o Sebastian se virar em minha direção. Eu respiro com dificuldade enquanto lembro do que ele tentou fazer comigo, as lagrimas logo voltam a brotar em meus olhos, o medo se instala em mim.

Seus olhos negros me analisam com preocupação enquanto ele vem andando em minha direção, a cada passo que ele dá para chegar perto de mim, eu vou recuando até bater as costas na cabeceira da cama.

— Acho que ela está com medo de você — Jules comenta observando tudo.

— Cala boca! — Sebastian rosna, olhando na direção dele, fazendo eu me encolher com isso.

Seus olhos se voltam para mim novamente, me olhando com cautela e preocupação. As lembranças ficam se repetindo na minha mente, várias e várias vezes me deixando um tanto tonta.

Eu me lembro das suas mãos em meu pescoço.

Me enforcando cada vez mais.

Eu me lembro de ver a sua diversão por me ver daquele jeito, o seu sorriso maldoso e suas palavras cruéis. Eu posso sentir as suas mãos em meu pescoço, apertando, me machucando. Suas mãos enrolam o meu pescoço, como raízes.

Cada vez mais.

— Ei, Clary, está tudo bem — diz Sebastian tocando os meus ombros.

Suas mãos estão nos meus ombros, o calor atravessa a jaqueta, aquecendo a minha pele. Olho para ele assustada, eu posso imaginar as suas mãos subindo e indo em direção ao meu pescoço.

— Saia de perto de mim! — ordeno recuando de seu toque.

— Acho que aquilo traumatizou ela, cara — diz Jules.

— Se você dizer mais uma palavra se quer, eu juro que te mato — Sebastian avisa entredentes. Seus olhos se voltam para mim. — Eu não vou te machucar — promete, levantando as mãos em sinal.

— Você tentou me matar! — acuso rispidamente, Jules, que ainda está amarrado na cadeira, solta uma risadinha.

— Não. Eu não tentei te matar — enfatiza com clareza, busco alguma verdade em suas palavras, mas estou confusa demais. — Ele tentou. — Aponta para o Jules, que nos encara com diversão e dá de ombros.

Não, eu me lembro de ter sido o Sebastian tentando me matar. Eu me lembro dos seus olhos negros, do seu cabelo platinado, da sua voz.

Eu vi o Sebastian, não o Jules.

Nego com a cabeça.

— Ele não é você, Sebastian. Eu me lembro muito bem de ter visto você tentar me matar, não ele — falo olhando em seus olhos.

Por que ele sempre insiste em culpar os outros pelas suas ações? Eu estou começando a repensar sobre ele não ter matado o Jace, ele tentou me matar, o que não garante que ele não tenha matado o Jace?

Os Reis de Edom | 𝖢𝗅𝖺𝗌𝗍𝗂𝖺𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora