17- A Desgraça que me Cerca

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CAPÍTULO 17|
A  d e s g r a ç a  q u e  m e  c e r c a

 
          A luz entra pela janela do meu quarto iluminando-o, e consequentemente me acordando. Bufo e cubro a minha cabeça com o cobertor, eu quero voltar a dormir, não quero acordar agora. Minha noite havia sido horrível, mesmo cansada e com os olhos pesados eu não havia conseguido dormir, o que foi horrível.

Eu deveria ter me lembrado de fechar as cortinas, assim que não precisaria acordar agora. Jogo as cobertas de lado e me levanto preguiçosamente da cama, indo até a janela, decido não a fechar, já está na hora de eu acordar. Vou até o banheiro e tomo um banho rápido, depois visto as minhas típicas roupas.

Olho para a minha mão e vejo que a aparência queimada ainda está ali, mas nada que uma luva não resolva, não é mesmo? Quando estou prestes a sair do quarto, eu começo a me sentir um pouco tonta, mas mesmo assim eu não paro, volto a andar e saio do quarto ainda me sentindo um pouco tonta.

À medida que ando, mais a tontura toma conta de mim. Tudo a minha volta está girando, igual um carrossel, meus passos começam a ficar atrapalhados e desequilibrados, me apoio na parede para não cair. Respiro fundo tentando me recuperar, mas não ajuda em nada.

Começo a ouvir um zumbido horrível em meu ouvido, minha cabeça está dando voltas e mais voltas. Pisco várias vezes tentando me focar no corredor, mas tudo só vai ficando mais embaçado. Meu corpo parece ser feito de gelatina, tão mole e estranho.

Eu ouço alguém chamar o meu nome, mas a voz está tão distante, fora da realidade. Ele chama o meu nome, várias e várias vezes. A pessoa segura os meus ombros, mas o toque está distante, eu estou fora de mim, do meu corpo. Meus olhos estão fechados, meu corpo está sendo carregado por alguém. E depois disso a escuridão me engoliu, me levando para os piores dos sonhos.

***

Minha cabeça dói, na verdade o meu corpo todo dói, eu me sinto sufocada. Estranha. Tento me levantar, mas isso só faz meu corpo doer mais ainda.

— Que droga! — praguejo baixinho.

Abro meus olhos lentamente, lutando contra o peso que eles têm. O quarto está escuro, tento colocar os meus pensamentos em ordem para me lembrar de algo, a última coisa que me lembro é de ouvir alguém chamando o meu nome e depois estar sendo carregada, depois disso eu não me lembro de mais nada.

Meus olhos se focam na pessoa deitada no divã vermelho do quarto, a pessoa está coberta com um lençol vermelho. Estreitos os olhos tentando saber quem é essa pessoa, seus cabelos entregam a sua identidade. Os cabelos platinados do Sebastian estão cobrindo uma parte de seu rosto, ele está encolhido no divã vermelho, seu corpo coberto com o lençol da mesma cor.

Ele se remexe onde está e então abre os olhos, focando-os em mim, ele se senta fazendo o lençol ficar em seu colo.

— Você acordou — diz com a voz rouca. — Como está se sentindo? — pergunta se espreguiçando.

— Cansada — confesso baixinho.

Seus olhos negros como a noite me observam impressionados, o que me deixa confusa.

— Você dormiu praticamente um dia inteiro e ainda está cansada?

Um dia? Olho pela janela e vejo que está tudo escuro, eu dormi por todo esse tempo e ainda estou cansada? Uou, que coisa! Volto meu olhar para Sebastian, que está com o rosto apoiado nas mãos, seus olhos estão quase se fechando pelo sono.

— O que aconteceu? — pergunto para ele.

Ele boceja e se endireita.

— Eu te encontrei quase desmaiando no corredor, eu te chamei várias vezes, mas acho que você não estava ouvindo. Então eu te peguei no colo e logo depois você desmaiou — ele conta com a voz rouca pelo sono.

Os Reis de Edom | 𝖢𝗅𝖺𝗌𝗍𝗂𝖺𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora