A Visita

2.9K 250 302
                                    

Antes de lerem: POR FAVOOOOOOR, COMENTEM *3*

Eu fico me ROENDO de curiosidade pra saber o que acharam a cada parágrafo, sério, AMO ler as impressões de vocês <3

Sem mais demora: BOA LEITURA


Eram seis da manhã quando acordei sobressaltada. A luz do sol já entrava pelas portas da sacada, e foi para lá que caminhei após me enrolar em um roupão grosso e calçar minhas sapatilhas vermelhas. Deslizei suavemente para a esquerda uma das portas de vidro com moldura de madeira que ligavam meu quarto a ela. Era uma sacada menor que a do palácio, mas ampla o suficiente para ter uma mesa pequena de madeira, e coberta com telhado transparente para que fosse sempre iluminada. Puxei uma das duas cadeiras para mais perto da mureta e me sentei com os braços apoiados nela enquanto pensava.

Os pesadelos estavam menos frequentes, agora, mas eu ainda acordava pelo menos duas vezes durante a noite com o coleção acelerado e a imagem do mesmo par de olhos verdes distantes, me olhando sem me reconhecer. Eu só estava ali há três semanas, no entanto, e eu sabia que melhoraria com o tempo. Pelo menos esperava que sim. Olhei para as árvores que rodeavam minha casa. Os pássaros cantavam entre suas folhas, saudando o dia que começava, e eu decidi fazer o mesmo.

Desci as escadas e fui até a cozinha. Coloquei água para ferver e saí pelos cômodos abrindo todas as cortinas e as janelas da sala para deixar a luz entrar. Quando voltei, terminei de preparar o chá e fui com uma xícara para o jardim que ficava na frente da casa. Havia um banco de madeira perto das margaridas e foi lá que me sentei depois de caminhar pelo curto trecho calçado com pedras que me levava até ele. Comecei a me sentir solitária.

Respirei profundamente.

E mais uma vez repassei mentalmente todas as coisas que me fizeram escolher estar ali.

A rainha America não me dera falsas esperanças. Ela sabia que a melhora de Arthur poderia levar semanas ou meses, até mesmo mais de um ano. E só depois que ele tivesse se lembrado é que o fim da Seleção poderia ser decidido, mas já se pensava em anular o concurso.

"Não é justo que você tenha que ficar aqui no palácio até que Arthur consiga se lembrar de tudo", ela dissera. "Você pode escolher ir embora. Caso queira ficar, será tratada como minha convidada no palácio; se quiser partir, poderá morar na casa que foi concedida para todas as semifinalistas da Seleção e terá garantida uma renda mensal por um ano, para que possa reorganizar sua vida. Quando estiver decidida, me envie uma mensagem. Tomarei as devidas providências para que tudo seja arranjado", ela dissera. Então, após um minuto de silêncio, completou: "Mas eu sei que ele vai lembrar, e ele vai procurar por você. Eu já o vi... enquanto dorme, ele chama seu nome, mesmo que não lembre de ter feito isso ao acordar."

A princípio, planejei permanecer no palácio. Queria estar por perto quando Arthur finalmente se lembrasse de tudo. Mas depois de ver como seria continuar ali sem ele... não consegui. Eu me sentiria incompleta, mas seria ainda pior saber que ele estava apenas a alguns corredores de distância e que ainda que me visse não mudaria nada, pois sequer se lembrava da minha existência.

Eu não suportaria. A lembrança de seus olhos distantes ainda me assombrava.

Respirei fundo mais uma vez. Eu tinha feito a melhor escolha.

Miriam e Alex estavam morando na próxima casa depois da minha, levava apenas cinco minutos para ir até lá de bicicleta. Quase todos as tardes eu ia visitá-las para tomar café e conversar. Hoje era um desses dias. Precisava contar a elas sobre a visita a minha antiga casa para buscar minhas coisas.

O Vestido, o Baile e a Seleção [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora