O Vestido, o Baile e a Seleção [CONCLUÍDA]

O Desenho

(Vestidos-inspiração na mídia)

Meu choque ao receber aquele embrulho não passou despercebido pelas criadas. Todas sabiam que Arthur e eu estávamos nos encontrando para ler aquele livro e que o ato de ele entregá-lo significava o fim daqueles encontros e, talvez, o fim da Seleção para mim. Foi por isso que, como se tivessem ensaiado, as três criadas imediatamente pararam os meus preparativos para o café da manhã e me guiaram de volta para a cama.

Eu não conseguia reagir. Nem respirar. Havia um nó em minha garganta que me sufocava e eu hiperventilava. Quando Lucia me despiu do vestido e me enfiou em uma camisola, eu sequer percebi, e, quando eu estava novamente deitada entre minhas cobertas, era como se eu estivesse nua no meio da neve em um dia de inverno. Encolhi-me entre os lençóis, tremendo de frio, enquanto minha mente dava giros e giros e não saía da mesma negação.

Ele pode vir mais tarde e dizer que tudo não passou de um mal-entendido.

Ele vai vir aqui e dizer que queria enviar outro livro, mas se enganou, e vai pegar esse de volta.

Ele vai vir...

No entanto, ainda que a minha mente insistisse em negar, meu coração sabia. O aperto que eu sentia no peito continuava, e eu estava certa de uma coisa: as minhas tardes de leitura com Arthur haviam acabado.

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Eu não sei se consegui pedir, em meio ao choque, para que as criadas não deixassem ninguém entrar no quarto. No entanto, foi o que ela fizeram, depois de pedirem para Thomas justificar minha ausência no café e na outras atividades do dia. Contudo, pouco depois de Julie desistir de me fazer comer alguma coisa, uma movimentação no corredor chamou a atenção das criadas.

"Senhorita!", eu ouvi Thomas dizer quando a porta se abriu num rompante, permitindo que Alex entrasse como um furacão no recinto enquanto arrastava Miriam por uma mão.

"Ela é minha amiga, e vocês não vão me impedir de me garantir de que ela está bem!", Alex exclamou, depois voltou-se para as criadas. "Meninas, se importam de nos deixar à sós uns instantes?"

As criadas voltaram o olhar para mim, em busca de aprovação, e eu acenei afirmativamente com a cabeça. Uma a uma, as três mulheres deixaram o recinto, enquanto Thomas fazia uma reverência para mim, pedindo desculpas. Quando estávamos sozinhas, Alex pulou na cama ao meu lado e me abraçou, enquanto Miriam sentava-se calmamente na poltrona ao lado da cama.

"Vai, conta. O que foi que o príncipe fez?"

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"Ah, mas eu não estou acreditando!" Alex exclamou quando eu terminei de explicar o ocorrido.

"Eu fui tão idiota", gemi, "eu sabia desde o princípio que ele e Layla estavam juntos!"

"Como assim?"

"Logo nos primeiros dias, não lembro exatamente quando, eu os vi passeando pelo jardim sob a minha sacada. Layla perguntou quanto tempo o príncipe ia fazer a Seleção durar, e Arthur respondeu algo sobre ninguém poder desconfiar de nada."

"Estranho..." Alex comentou.

"Eu acho", começou Miriam, que não tinha se pronunciado até então, fazendo com que Alex e eu nos voltássemos para ela, "eu não sei... mas acho que tem mais coisa nessa história do que simplesmente a escolha de uma esposa para o príncipe. Vocês não acham estranho ele eliminar tantas meninas de uma só vez? É como se a Seleção fosse só um pretexto... Convenhamos, só o fato de as selecionadas serem escolhidas em um baile já foi muito esquisito! E o príncipe nem está se esforçando... ele mal realiza encontros e nós já estamos aqui há dois meses!"