Timidez

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO IV – COMPETIÇÕES DE ABRIL

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CAPÍTULO IX - TIMIDEZ

"Seja teimosa e inteligente como uma Barton."

Foi com essa frase que fui recebida por Clint na primeira vez em que estive no Hawkeye. Eu não sabia muita coisa sobre aquele homem misterioso que me recebeu na casa de show mais conhecida da cidade. No entanto, era evidente que ele não era uma pessoa qualquer desde o momento em que me procurou oferecendo o emprego de dançarina no Hawkeye. Clint Barton usava roupas excêntricas e mesmo sob a mira de um revolver, ele conversava comigo como se não estivéssemos sendo assaltados por duas pessoas armadas e impacientes.

Enquanto os bandidos exigiam que passássemos todos os nossos pertences, Clint se manteve calmo e simplesmente ignorava a presença dos dois homens, explicando o que esperava que eu fizesse, na tentativa de me convencer que o emprego era perfeito para mim. Eu não o conhecia e tampouco sabia como ele tinha tanto conhecimento da minha vida, mas estava assustada demais com o perigo que corríamos para pensar nesses detalhes.

E no momento em que se tornaria vítima do ataque do criminoso com a arma em sua cabeça, enquanto eu pedia para que ele entregasse de uma vez por todas a carteira e o celular, Clint me propõe um acordo. Se ele vencesse os dois bandidos que nos atacavam, eu me tornaria dançarina de sua casa de show. Tomada pelo medo do que poderia acontecer e sem pensar muito nas consequências, eu concordei.

Em questão de segundos, usando sua bengala digna dos trajes de cavalheiros europeus do século XV, Clint desarma os dois bandidos e com golpes certeiros os deixa desacordados no chão. Eu nunca tinha visto algo como aquilo. O sorriso satisfeito de Clint se sobressai, enquanto ele retira o chapéu, realizando uma espécie de cumprimento e felicitações por fazer parte de sua família, como ele mesmo havia dito.

Agora, depois de cinco anos desde o ocorrido, eu conseguia entender o que as palavras de Sara e de meu chefe significavam. Assim como a do tio, a teimosia dos sobrinhos de Clint vence qualquer barreira imposta. Se eles colocam algo na cabeça, eles fazem o que for preciso para conseguir conquistar o que desejam. Eles também são inteligentes o suficiente para bolar planos incríveis e terem contatos impressionantes. Sara foi capaz de superar a morte.

E o mais impressionante nessa história era que Barry não parecia surpreso com toda a história contada pela prima. Era como se ele até mesmo esperasse que isso acontecesse. Barry permanece em silêncio por um tempo. Sara e Natasha o encaravam, esperando algum tipo de reação ou algum comentário. E por fim, tudo o que ele faz é suspirar de maneira cansada. Provavelmente tinha apenas aceitado a situação.

- Então as únicas pessoas da família que sabem que você está viva são tia Tasha, tio Clint e eu? - Pergunta Barry e Sara assente, concordando.

- E peço que deixe isso assim pelo menos por enquanto. - Pede minha colega de apartamento, em um leve tom de súplica. - Eu realmente voltei para a cidade com a intenção de revelar a nossa família toda a verdade, mas antes disso, preciso resolver esse último caso em que tia Tasha e eu estamos tentando solucionar há anos. Essa pode ser a nossa última chance.

- Esse caso de vocês por acaso envolve Christopher McFeely e Cassandra Wexford? - Pergunta Barry com seriedade. Se eu não me engano, essas foram as pessoas que morreram recentemente e Barry precisou cuidar da autópsia deles.

- Sim. Nós estamos falando de algo grande. A S.H.I.E.L.D. entrou no caso de forma que nem mesmo o FBI ou a CIA podem interferir mais que o necessário. - Explica Natasha, suspirando cansada. - Existe muita mais coisa por trás do assassinato de Christopher e Cassandra do que vocês podem imaginar.

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